QUESTÕES
A 2014
16. O preço dos combustíveis vai aumentar?
por Paulo Moutinho
Este ano, os preços dos combustíveis ficaram
praticamente inalterados: descidas de 2% na gasolina e no gasóleo. No
próximo, tendo em conta as estimativas dos analistas para a evolução dos
preços do petróleo, há margem para que os valores de venda ao público
baixem. A grande incógnita é o mercado cambial. Uma queda do euro poderá
travar a descida dos preços de venda dos combustíveis nos postos de
abastecimento em Portugal.
Antecipar a evolução dos preços
dos combustíveis é sempre uma tarefa complicada. Uma forma de o fazer é
ter em conta as perspectivas dos analistas para a cotação da
matéria-prima de base, o petróleo. O consenso aponta no sentido da
descida, sendo mais expressiva no que respeita ao Brent, que serve de
referência para a Europa.
"A nossa perspectiva moderadamente negativa para o petróleo
reflecte o simples facto de que o mercado está a evoluir no sentido de
um excesso de oferta fruto do aumento da produção dos países que não
pertencem à OPEP [especialmente do petróleo de xisto dos EUA] e do
Irão", refere o Bank of America Merrill Lynch. "O provável regresso do
petróleo iraniano e da Líbia também poderá pressionar os preços", nota o
banco, que antecipa que o Brent possa negociar, em média, nos 105
dólares em 2014 (109 dólares em 2013). O WTI, em Nova Iorque, pode cair
dos 97 para os 92 dólares.
Mesmo assumindo uma descida das cotações da gasolina e do gasóleo em linha com o petróleo é preciso ter em conta o câmbio. Se em 2013 o euro fortaleceu-se face ao dólar, travando subidas e ampliando as quedas dos preços, em 2014 não deverá acontecer o mesmo.
Mesmo assumindo uma descida das cotações da gasolina e do gasóleo em linha com o petróleo é preciso ter em conta o câmbio. Se em 2013 o euro fortaleceu-se face ao dólar, travando subidas e ampliando as quedas dos preços, em 2014 não deverá acontecer o mesmo.
A maioria dos analistas antecipa que à medida que a Fed retire
os estímulos aos EUA, o dólar valorize. Ou seja, que a moeda única perca
valor, o que poderá anular o efeito positivo nos combustíveis da
descida do petróleo.
IN "JORNAL DE NEGÓCIOS"
26/12/13
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