Ano e meio depois, no que se traduziu essa semana de diplomacia económica intensa, encontros bilaterais, conferências e inaugurações? Em pouca coisa, pelo menos, a avaliar pelos números do Instituto Nacional de Estatística. Em 2012, as exportações portuguesas de bens para a Índia atingiram uns insignificantes 94,8 milhões de euros. Em 2013, apesar do manifesto esforço da campanha de Paulo Portas, as vendas de mercadorias aumentaram apenas 22 milhões de euros, totalizando 117,1 milhões de euros. Dirão os mais entusiastas, que para se verem resultados é preciso tempo…

Já este ano, fechado o primeiro semestre, o que regista o INE? Exportações de 47,9 milhões de euros, entre janeiro e junho, que traduzem um decréscimo de 26,8% face ao semestre homólogo de 2013.
Há ano e meio, referindo-se aos números Paulo Portas admitia que alguma coisa não estava a ser bem feita. “Avaliado como potencial, significa que nós podemos crescer imenso nesta relação, se formos persistentes e se soubermos vender aquilo que temos de singular”.

A magreza das nossas exportações para a Índia não é de hoje. Em 2009, por exemplo, totalizaram uns escassos 41,3 milhões de euros.Tomando como base os dados do INE, a conclusão é simples: hoje como ontem, Portugal vai à Índia buscar mercadorias. Com efeito, em 2013, Portugal importou destes países asiático 387,9 milhões de euros de bens, contra 336,3 milhões no ano anterior. Já no primeiro semestre, comprar o “made in India” custou-nos 264,5 milhões de euros.

Os números dão à Índia a 22ª posição como fornecedor de Portugal e o 38º lugar como cliente.
Nos últimos cinco anos há a assinalar um crescimento das importações (13,6% entre 2009 e 2013) e das exportações (31%), porém como o ponto de partida sobretudo das exportações é baixo, a diferença é pouco visível. Na balança comercial os dois pratos surgem desequilibrados, com o défice a pender para o lado português.

“Portugal e a Índia conhecem-se há centenas de anos”, lembrava  Portas, acrescentando: “A História é apenas um elemento de reconhecimento, se não for seguida por uma visão contemporânea daquilo que está em cima da mesa. O que os portugueses não conseguirem fazer aqui, é o que outros farão”.

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