15/04/2012

UMA GRAÇA PARA O FIM DO DIA

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HÁ MUITOS E PENOSOS MESES EM EXIBIÇÃO






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ALMORRÓIDA FRANCÓFONA

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ABAIXO A HOMOFOBIA









Numa montagem fotográfica, a cara do ainda presidente e candidato aparece unida ao corpo de uma criança rodeada por duas mulheres sorridentes como se Sarkozy fosse um dos 300 mil menores que têm na França pais homossexuais.
Cartazes semelhantes foram elaborados com a cara do socialista Françoise Hollande, do candidato da extrema-direita Marine Le Pen, da ecologista Eva Joly, do candidato da esquerda Jean-Luc Mélenchon e do centrista François Bayrou.
Ficam aqui três cartazes.



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ESTA SEMANA NO
"SOL"

Ciência: 
Investigação pública mais eficaz 
do que a privada

O investigador norte-americano e pioneiro no estudo das células estaminais, Irving Weissman, considera que a ciência e a investigação financiada por fundos públicos é "mais eficiente" do que a realizada pelos privados, que evitam ter riscos económicos.

Weissman, diretor do Instituto de Biologia de Células Estaminais e Medicina Regenerativa da Universidade de Stanford, Califórnia, EUA e antigo presidente da Sociedade Internacional de Investigação de Células Estaminais, defende ainda que a ciência desenvolvida dentro dos centros públicos é mais barata, já que não tenta "cobrar" o custo do processo num produto ou num medicamento final.

O investigador, fundador de três das primeiras empresas existentes dedicadas ao desenvolvimento de terapias com células estaminais (SyStemix, Cellerant e Stem Cells) falava a um grupo de jornalistas um pouco antes de participar esta semana numa conferência no Centro Nacional de Investigação Oncológica, citado pela EFE.

"Existe uma crença de que se pretendes obter resultados de uma maneira rápida e precisa há que recorrer a uma empresa ou laboratório privado e isso é absolutamente falso", disse Weissam.

"Ao trabalhar na Universidade (Stanford), onde não existe a ânsia de lucro, é possível investigar o que queremos" e depois patentear os resultados, mas para isso "é necessário que as universidades tenham a ajuda do Governo".

Weissman recordou que nos últimos anos, durante as suas investigações com células estamianis, realizou pequenos ensaios clínicos com mulheres afetadas pelo cancro da mama com metásteses.

"Fizemos uma série de transplantes de células estaminais na SyStemix", mas, durante a investigação, a sociedade foi adquirida parcialmente por uma empresa que por sua vez se fundiu com outra. Entretanto, foram iniciados os ensaios clínicos a algumas mulheres.

Weissman disse que durante a colheita de células estaminais às mulheres detetou-se que em metade dos casos estas tinham cancro, pelo que quando se efetuava um retransplante aos pacientes, depois da quimioterapia, em 50 por cento dos casos também se retransplantava a doença.

Mediante a purificação das células estaminais as células cancerígenas foram eliminadas, mas enquanto "estávamos a meio dos ensaios clínicos destes pacientes, em Stanford, a empresa que adquiriu SyStemix suspendeu" o processo.

"Foi uma decisão empresarial", adiantou o investigador.

No seguimento deste pequeno ensaio, afirmou Weissman, concluiu-se que uma em cada três mulheres com células estaminais livres de cancro, entre 13-15 anos depois de ter sofrido da doença ainda estavam vivas.

"Nenhum outro tratamento é tão bom como o das células estaminais livres de cancro, mas não está disponível para toda a gente porque uma empresa o suspendeu e estimou que não haveria negócio, que não haveria suficiente dinheiro para ele", disse.

Atualmente, Weissman acaba de negociar os direitos para Stanford desta investigação e de outras pesquisas tendo em vista o tratamento do cancro e doenças do sangue, especialmente de crianças com imunodeficiência severa, com terapia celular.

A universidade californiana irá abrir um centro de transplante de células mãe, enquanto Weissman terá todos os direitos de propriedade intelectual que tinha na Systemix e o equipamento necessário para continuar as investigações.

Segundo Weissman, o investimento total realizado por Stanford é de 40 milhões de dólares (cerca de 30,5 milhões de euros, à taxa de câmbio atual) e "não há qualquer medicamento que tenha saído para o mercado com um investimento como este", sublinhou.


* Afirmações oriundas da pátria do capitalismo...

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O que a televisão
 faz das pessoas





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LOLITAS LUSITANAS























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TODOS OS DIAS SÃO

DIA MUNDIAL DA LUTA 
CONTRA O CANCRO

SENSIBILIZANDO



Este vídeo foi elaborado por um grupo de alunas do 12ºano no âmbito da área curricular não disciplinar - Área de Projecto, para uma apresentação na escola com o objectivo de assinalar o Dia Mundial do Cancro.

Escola Secundária de Porto de Mós - 2009


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ESTA SEMANA NO
"EXPRESSO"

SexLab: 
10% dos portugueses 
com dificuldades de ereção

"A disfunção eréctil pode ser tratada", salienta o coordenador do Laboratório de Investigação em Sexualidade Humana (SexLab) que realizou o estudo.

Dez por cento dos portugueses têm dificuldades de ereção, conclui um estudo do Laboratório de Investigação em Sexualidade Humana (SexLab) da Universidade de Aveiro que abrangeu uma amostra de 650 homens de todo o país.

Pedro Nobre, coordenador do SexLab, salienta que "a disfunção eréctil pode ser tratada e, para além dos fármacos, existem hoje tratamentos psicológicos com resultados bastante positivos".

Nesse sentido, os SexLab, vai avaliar, no âmbito de um estudo, a eficácia da chamada psicoterapia cognitivo-comportamental oferecendo um programa de tratamento de três meses a 110 voluntários entre os 18 e os 40 anos.


* SEX BOMB, SEX BOMB, SEX BOMB.

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HEIDEGGER

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3.HUMANO, DEMASIADO HUMANO






Carregado por  em 03/04/2010
Sequência da famosa série da BBC - Human, All Too Human - sobre filosofia. Este programa enfoca os aspectos biográficos do filósofo alemão Martin Heidegger: seu caso amoroso com Hannah Arendt, seu envolvimento com o Nazismo, e sua reabilitação como eminente filósofo depois da Segunda Grande Guerra.


b
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ESTA SEMANA NO
"SEMANA INFORMÁTICA "

Gestão de informação 
incipiente nos hospitais

Com sistemas tecnológicos implantados a vários níveis, os hospitais portugueses ainda falham no processo de gestão da informação que produzem e veiculam

Nos últimos anos, os sistemas de informação hospitalares têm sido amplamente questionados e alvo de investimentos que demonstram uma vontade de modernizar um dos sectores mais importantes para o país. A gestão de informação e a digitalização têm sido áreas de investimento recorrente, ou não fosse a saúde um dos sectores nacionais que mais informação produz e gere.

Andreia de Almeida apresentou recentemente à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa uma dissertação de mestrado em Ciências da Documentação e Informação, variante de Arquivística, na qual expõe resultados que acredita poderem ser bastante úteis para a redução de despesas hospitalares, no que diz respeito à utilização racional das TIC e à implementação de sistemas de informação de saúde.

No seu trabalho, «A gestão sistémica da informação nos hospitais públicos portugueses: uma perspectiva actual», a investigadora concluiu que não existe uma política de gestão dos sistemas de informação hospitalares, observando-se que o investimento que tem sido feito nos últimos anos em TIC não se alargou a um investimento em sistemas de informação, o que, segundo ela, explica os resultados negativos obtidos nos questionários que dirigiu aos conselhos de administração dos hospitais públicos portugueses durante um período de aplicabilidade de três meses, entre Janeiro e Março de 2011.

Andreia de Almeida concluiu que a grande maioria dos hospitais nacionais desconhece, por exemplo, o volume de documentação que circula internamente nas suas instalações, o que é «um sério handicap nos seus sistemas de informação». Entre 2008 e 2010, o volume médio de documentação recebida pelas unidades hospitalares situou-se entre os 20 mil e os 30 mil documentos por ano, tendo sido observada uma ténue tendência de crescimento. Por seu turno, os valores médios da documentação expedida situam-se num intervalo compreendido entre os 56 mil e os 68 mil documentos por ano.

O volume médio de documentação clínica produzida revela um comportamento ascendente durante os anos em análise, mais notório entre 2008 e 2009, registando-se um intervalo compreendido entre os 280 mil e os 320 mil documentos por ano. Quais serão as valências que produzem maiores níveis de documentação clínica? Dos números obtidos conclui-se que são os meios complementares de diagnóstico e terapêutica.

Documentação fragmentada

No que diz respeito ao modelo de suporte em voga no ambiente hospitalar, na sua investigação, Andreia de Almeida concluiu que o tradicional paradigma de utilização da documentação em papel é ainda o mais utilizado. No que diz respeito aos suportes dos documentos expedidos ou recebidos considerados para efeito de registo e classificação é o papel a opção mais votada pelos inquiridos (32%), logo seguida pelos documentos de RX/imagiologia (24%) e pelos documentos Office (18%).

A documentação hospitalar é «fragmentada, descentralizada e negligenciada, o que poderá levar a múltiplas consequências, como falhas no processo de gestão hospitalar, perda da memória das instituições ou retrocesso ao nível da investigação médico-científica», alerta a investigadora.

Cerca de 35% das instituições inquiridas admitem possuir uma política laissez-faire no que diz respeito à gestão dos seus documentos digitais, o que parece corroborar uma parca preocupação das autoridades competentes nesta matéria. Esta situação é também visível no tocante à definição de quem manda na gestão da documentação gerada. Em cerca de 62% dos casos é o conselho de administração o responsável pela política de gestão da documentação.

De acordo com a investigadora, é «preocupante que em 19% dos casos as decisões sobre a documentação sejam deixadas com os seus produtores, o que sublinha uma ausência normativa ou uma fraca política de gestão de documentos administrativos em fase genésica no seio do sector hospitalar público».

De modo a averiguar a existência de uma aplicação informática que gerisse a documentação administrativa ou clínica em fase genésica, a investigadora questionou os responsáveis e apurou que em cerca de 62% dos casos os inquiridos admitiram a existência de aplicações. No entanto, não deixa de ser ainda um número bastante reduzido, uma vez que 38% da amostra testemunha não possuir qualquer meio informatizado para a gestão da documentação clínica e administrativa.

Questionados quanto à existência de uma aplicação informática de gestão documental, sobre as ferramentas utilizadas, os fornecedores, o sistema operativo e as bases de dados utilizadas, os responsáveis apontam uma vasta panóplia de aplicações, bem como de fornecedores. O SAM e o SONHO, fornecidos pela ACSS, são as aplicações informáticas mais utilizadas pelos elementos da amostra. Cerca de 8% dos inquiridos referem a utilização de programas desenvolvidos pela equipa interna, tendência que mostra pontos positivos, nomeadamente do ponto de vista económico e da resolução das necessidades específicas de cada instituição.

Os dados revelam ainda uma hegemonia dos sistemas operativos Microsoft, que acumulam 67% das respostas dos inquiridos. No que diz respeito às bases de dados utilizadas, foi detectada uma grande hegemonia das bases de dados Oracle (71%), em detrimento das bases de dados Access (29%).

Na investigação sobre a previsão da aquisição de novas aplicações deste tipo, cerca de metade dos elementos da amostra (46%) referiu planear a aquisição de uma nova aplicação dentro de um a três anos.

Actualizar aplicações já existentes

Todavia, para estas instituições, que opções considerarão mais desejáveis na aquisição de novo software? De facto, não são as alternativas comerciais as mais preferidas pelos inquiridos, que apontam na sua maioria (46%) como melhor opção para a implementação de um novo sistema informático uma actualização da aplicação já existente com novas funcionalidades, aos quais se podem somar os 8% de inquiridos que apontam uma aplicação desenvolvida pela equipa interna como a melhor solução. Todavia, 34% da amostra revelou que as aplicações comerciais proprietárias são a melhor opção, o que contrasta com uma minoria de 4% que acredita nos benefícios do software livre na área da saúde.

Quanto à existência de um sistema de gestão integrada da informação clínica e administrativa, os resultados do estudo permitem concluir que só em 15% dos casos tal se verifica, o que constitui uma percentagem extremamente baixa e que vem sublinhar, uma vez mais, a existência clara de uma fragmentação da informação hospitalar e de uma utilização incorrecta e incipiente das tecnologias da informação por parte das unidades hospitalares públicas portuguesas.

Mesmo sob este cenário, Andreia de Almeida afirma que não vale a pena estabelecer um diagnóstico da situação actual em termos de sistemas de informação hospitalares e delinear problemas sem apontar possíveis resoluções. «Talvez a principal solução se prenda com uma necessidade de centralização do tratamento desta informação, tanto na fase genésica quanto na fase pós-genésica, diminuindo a sua fragmentação, extinguindo os arquivos departamentais espalhados pelos diversos serviços dos hospitais e retirando deles todo o poder decisório face a esta informação, criando-se um arquivo único e centralizado», recomenda a investigadora.

O investimento que tem sido feito nos últimos anos, por si só, não foi suficiente para uma boa gestão dos sistemas de informação, importantíssimos para uma gestão hospitalar eficaz, e consequentemente para a melhoria da prestação dos cuidados de saúde aos utentes. «Cabe, pois, às autoridades competentes o poder decisório de alterar este quadro, claramente negativo, a que foi votada esta informação tão importante e sensível para o Serviço Nacional de Saúde a vários níveis, e acreditar que mesmo com menos recursos é possível uma melhor gestão dos sistemas de informação hospitalares», conclui Andreia de Almeida.


* À atenção do sr. ministro da saúde, o melhor ministro deste governo, mas atenção que os outros são péssimos...


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5.CHERNOBYL 


O DESASTRE






Na madrugada do dia 26 de abril de 1986, um dos reatores da usina nuclear de Chernobyl explodiu. Um inferno de chamas coloridas alcançou quase 1000 metros de altura nos céus da Ucrânia. Este documentário acompanha a luta contra o tempo que milhares de soviéticos jamais poderão esquecer. Durante os oito meses que se seguiram à explosão da central nuclear, 800 mil jovens soldados, mineiros, bombeiros e civis de todas as regiões da antiga União Soviética, trabalharam sem descanso na tentativa de diminuir os efeitos da radioatividade, e com isso tentar salvar o mundo de outra provável tragédia.Os efeitos dessa explosão haviam sido cem vezes superiores aos provocados pela bomba de Hiroshima e mais de 200 mil pessoas tiveram que ser evacuadas de seus locais de origem.O pior acidente nuclear da História, produziu uma chuva radioativa que pôde ser detectada desde a antiga União Soviética, passando pela Europa Oriental, Escandinávia, Inglaterra e atingindo até a costa leste dos Estados Unidos.


NR: O Homem não trata bem o planeta, pensou-se que depois de Chernobyl houvesse mais cuidado com a Mãe Terra, mas exactamente há um ano Fukushima revelou que o Homem continuará a ser selváticamente predador até à sua extinção, porque a Terra sobreviverá!
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ESTA SEMANA NO
"A BOLA"

Nove convocados para preparar Europeu

São nove os nadadores convocados para a Seleção Nacional absoluta que, na próxima segunda-feira, começa a preparar a participação no Campeonato da Europa, que arranca a 21 de maio em Debrecen, na Hungria.

Duarte Mourão e Simão Morgado (Amadora), Ana Rodrigues (Estamos Juntos), Luís Vaz (Famalicão), Sara Oliveira (FC Porto), Diogo Carvalho (Galitos), Mário Pereira (Náutico de Coimbra), Alexis Santos (Sporting) e Alexandre Agostinho (Portinado) são os nadadores que vão participar no estágio em Rio Maior.

No Europeu vão ainda participar Carlos Almeida e Pedro Oliveira, que estão a estudar nos Estados Unidos, e Tiago Venâncio, que está a viver no Dubai.


* BOM TRABALHO

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MIGUEL PACHECO


Roger, o turista feliz

É um retrato fabuloso."Todas as pessoas me perguntam porque deixei a América por Portugal?" Nos anos 80, Roger Adams era apenas um turista plantado em Lisboa. Hoje, emigrado e reformado, já tem a resposta afinada."Em Portugal temos TV por cabo com 106 canais (muitos deles da América em inglês, smartphones, banca online, centros comerciais, o maior casino na Europa, ópera, ballet e museus".

Em 20 anos, este turista assistiu no sofá ao endividamento nacional e ao elogio de um país que consegue ser líder em muita coisa – menos na sua própria sustentabilidade financeira. Ontem, se ligasse a TV e ficasse nos quatro primeiros canais, Roger teria um retrato mais correto do país para onde emigrou. A abrir, o congelamento das reformas. A seguir, o segredo para evitar uma corrida desenfreada. Depois, a violência, a pobreza, a maternidade Alfredo da Costa e todos os assuntos deprimentes que enchem os telejornais das 8. Portugal real? Nem por isso. “Para os reformados ativos (sugere o americano no Wall Street Journal), existe muito por fazer: golfe, vela, mergulho, andar de bicicleta”. Roger ainda se pode dar ao luxo de gozar férias num país barato. Na América, não são assim tantos. Os últimos números – pasme-se – dizem que a maioria dos americanos chegam ao pós 65 apenas com 25% que precisam para viverem na reforma. Ou seja, só um quarto do rendimento para 20 ou mais anos de vida.

Preocupante? Talvez. Sobretudo se não percebermos bem o debate que vamos começar agora. Ao congelar reformas antecipadas, Passos Coelho deu o último passo para lançar um debate que é querido à maioria PSD-CDS. O plafonamento – ou a imposição de tetos máximos que depois são complementados por uma quota privada – é o caminho que se segue num país que não tem outro remédio senão desonerar os cofres da segurança social.

As correções à esperança de vida e o novo cálculo contributivo não conseguiram diluir nas contas o fardo de demasiadas pensões exageradas para tão poucos descontos. O verdadeiro debate da segurança social começa agora. 



IN "DINHEIRO VIVO"
10/04/12

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ESTA SEMANA NO
"AUTO MOTOR"


QUERCUS LANÇA SELO AMBIENTAL

Topten é o selo que a associação atribui aos produtos mais sustentáveis do ponto de vista ecológico

A Quercus apresentou, hoje, pelas 11 horas, no Media Marrkt, em Alfragide, o seu selo Topten. Desenvolvido por esta associação ambiental, este selo pretende distinguir os produtos mais eficientes no mercado, em termos de consumo energético, nas suas mais diversas categorias, entre as quais, a dos automóveis.

O selo Topten será atribuído, todos os anos, de forma gratuita, a qualquer marca que tenha modelos em qualquer categoria, podendo utilizá-lo no respectivo produto ou em materiais publicitários. Neste momento, o Topten conta já com 71 marcas, em representação de categorias que vão desde os automóveis, às máquinas de lavar até às impressoras multifunções – sendo que a avaliação depende da natureza do produto.

Na cerimónia de lançamento, a Francisco Ferreira, vice-presidente da Quercus distinguiu as marcas automóveis já envolvidas no projecto com um simbólico selo Topten. Foram elas a Ford, a Mazda, a Mitsubishi, a Nissan, a Lexus e a Toyota.


* Excelente ideia

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Cinco mulheres mais importantes
.do que se pensava na vida de Jesus

Foi uma mulher a primeira a receber o anúncio da ressurreição de Jesus, que os cristãos hoje assinalam. Mas há outras mulheres importantes na vida de Cristo, mais decisivas do que tradicionalmente se acreditava.

Maria de Nazaré, Maria Madalena, a samaritana ou a cananeia. Elas estavam lá desde o início. Apesar de desprezadas pela história, várias mulheres tiveram um papel fundamental na vida de Jesus. Muito mais decisivo do que se pensava tradicionalmente. A investigação bíblica recente começa a desvendar factos que contradizem a ideia feita. E a vincar que as mulheres fazem parte do grupo de discípulos de Jesus de forma igual à dos homens.

Assim é: elas estavam lá desde o início e foram apóstolas, discípulas, evangelizadoras, financiadoras, interpeladoras de Jesus. “Jesus aceitou-as e não as discriminou pelo facto de serem mulheres”, diz à 2 Maria Julieta Dias, religiosa do Sagrado Coração de Maria e coautora de A Verdadeira História de Maria Madalena (ed. Casa das Letras). “Jesus não foi misógino, foi sempre ao encontro das mulheres”, acrescenta Cunha de Oliveira, que acaba de publicar Jesus de Nazaré e as Mulheres (ed. Instituto Açoriano de Cultura).

Os evangelhos citam várias vezes as mulheres que seguiam Jesus “desde a Galileia”, onde ele começara o seu ministério de pregador itinerante. No momento da crucifixão, são elas que estão junto a Ele. Lê-se no evangelho de S. Mateus: “Estavam ali, a observar de longe, muitas mulheres que tinham seguido Jesus desde a Galileia e o serviram. Entre elas, estavam Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.” E é a uma mulher que primeiro é anunciada a ressurreição de Jesus, que os cristãos assinalam hoje, Domingo de Páscoa.

Maria Julieta Dias recorda que, em outra passagem do evangelho de Lucas, já se diz que acompanhavam Jesus “os Doze e algumas mulheres, que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demónios; Joana, mulher de Cuza, administrador de Herodes; Susana e muitas outras, que os serviam com os seus bens”.

As mulheres estavam lá, como discípulas. Em Um Judeu Marginal (ed. Imago/Dinalivro), John P. Meier, um dos mais conceituados exegetas bíblicos contemporâneos, não tem dúvidas: “O Jesus histórico de facto teve discípulas? Por esse nome, não; na realidade (...), sim. Por certo, a realidade, mais do que o rótulo, teria sido o que chamou a atenção das pessoas. (...) Quaisquer que sejam os problemas de vocabulário, a conclusão mais provável é que ele considerava e tratava essas mulheres como discípulas.”

Julieta Dias explica que só se fala em discípulo, no masculino, porque, em aramaico, a palavra não existia. Discípulo era aquele ou aquela que servia o mestre. Mesmo assim, “deve ter sido tão forte o testemunho dessas mulheres que foi quase impossível ignorar o seu testemunho, 40 anos depois, quando os evangelhos foram escritos”.

Em Jesus e as Mulheres dos Evangelhos (ed. Multinova), Maria Joaquina Nobre Júlio recorda que, na ressurreição, o desconhecido que se dirige às mulheres que iam perfumar o corpo de Jesus, lhes diz: “Porque buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui; ressuscitou! Lembrai-vos de como vos falou, quando ainda estava na Galileia.” Este facto revela que as mulheres estavam incluídas entre o auditório de Jesus, comenta. Sobre o seu ministério, “Jesus não falou afinal só aos discípulos homens”.

A teóloga espanhola Isabel Gómez Acebo (que é também empresária, casada e dirigente das associações de Teólogas Espanholas e Europeia de Mulheres para a Teologia) diz à 2 que “a todos os discriminados, incluindo às mulheres, Jesus veio devolver a dignidade e a liberdade”.

“As mulheres mostram uma forma nova de Jesus se aproximar”, diz Maria Vaz Pinto, freira das Religiosas Escravas do Sagrado Coração de Jesus há 26 anos e provincial (responsável) portuguesa da congregação desde Setembro de 2009. “Com elas, Jesus mostra a sua ternura e o seu humor, chama à verdade da vida e à radicalidade da entrega.”

Como se apagou então o protagonismo das mulheres? Com o tempo, as primeiras comunidades assumiram a cultura envolvente e voltaram a dar predominância aos homens. No momento da redacção dos evangelhos, entre os anos 70 e 100, já essa realidade é inexorável. Explica Joaquina Nobre Júlio: “A recordação do acolhimento de Jesus às mulheres foi-se esvaindo, a visibilidade e a autonomia que ganharam com Ele foram-se perdendo.” O protagonismo dado aos doze apóstolos como líderes da comunidade cristã tem outra razão, na opinião de Julieta Dias: “É um valor simbólico, para dizer que no grupo de Jesus havia capacidade de levar a boa nova às doze tribos de Israel, ou seja, a todo o povo.”

Mas várias mulheres foram decisivas na vida de Jesus: a mãe, Maria de Nazaré; Maria Madalena, a primeira a quem é anunciada a ressurreição; ou as amigas de Betânia, as irmãs Maria e Marta. A samaritana ou a cananeia discutem com ele e acabam por ser fundamentais para que Cristo repense a sua própria missão. Há ainda a mulher pecadora que entra em casa de Simão e unge Jesus com perfume, e outras a quem ele liberta de pesos pesados: a mulher com fluxo de sangue, a que é curada ao sábado, a viúva que intercede pelo filho, a adúltera que querem apedrejar. Ou ainda as que são nomeadas junto da cruz.
Elas estavam lá, também, na Última Ceia. “Seria anacrónico se não estivessem. A Última Ceia era uma ceia pascal e a ceia pascal dos judeus era familiar, onde estavam as mulheres e os filhos”, diz Julieta Dias, que no próximo sábado, com a teóloga Teresa Toldy, intervém num debate sobre Jesus, Mulheres e Igreja, promovida pelo movimento Nós Somos Igreja (Convento de São Domingos, Lisboa, 16h). Isabel Gómez Acebo ironiza: “Quem cozinhou na noite da Última Ceia? As mulheres.”

Maria de Nazaré: de mãe a discípula
Descontadas as narrativas da infância de Jesus, de carácter simbólico, não são muitas as referências dos evangelhos à figura da sua mãe. 

E quando as há nem sempre são simpáticas. Nos três textos sinópticos (os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, assim designados por terem narrativas paralelas), há mesmo discussões porque a família de Jesus queria que ele deixasse o ministério itinerante de pregação. “Aquele que fizer a vontade de Deus, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe”, responde um convicto Jesus quando a família o procura.

Geza Vermes, nascido na Hungria, actualmente professor emérito da universidade inglesa de Oxford, e um dos estudiosos da Bíblia mais conceituados na actualidade, comenta (Quem é Quem no Tempo de Jesus, ed. Texto): “Depreende-se ser óbvio que a família não era bem-vinda. Eles representavam a atitude dos familiares que estavam determinados a [impedir Jesus] de prosseguir a sua carismática missão.” Outras frases semelhantes apontam “claramente para um desacordo sério entre ele e os seus mais próximos e mais amados.”

Maria aparece junto da cruz apenas no evangelho de S. João. Depois, está com os discípulos no Pentecostes, 50 dias após a Páscoa. Jacques Ducquesne (Maria — A Verdadeira História da Mãe de Jesus, ed. Asa) refere outro mistério que é preciso esclarecer: Maria ocupa um lugar “considerável” nos evangelhos apócrifos, que não foram reconhecidos como autênticos pelas primitivas comunidades cristãs, “muitíssimo maior” do que nos quatro evangelhos canónicos. Aliás, as narrativas da infância de Jesus dos textos de Mateus e Lucas são, em alguns aspectos, próximas das narrativas dos evangelhos apócrifos.

Em Dizer Deus — Imagens e Linguagens (ed. Gótica), escreve Julieta Dias: “Maria, a mãe de Jesus (…) é a discípula por excelência”, é o “paradigma do discipulado de Jesus”. Foi a personagem de Maria de Nazaré que levou Julieta Dias a estudar teologia, conta agora: “A forma como falavam dela irritava-me e levava-me a pensar que não podia ser o meu modelo: ela era virgem e mãe; eu, sendo virgem, não podia ser mãe; se fosse mãe, não seria virgem.” E quando rezava, na comunidade de religiosas, a oração do Magnificat ao final da tarde, achou que “qualquer coisa não batia certo”. Aquele hino, que Maria de Nazaré recita quando visita a prima Isabel, depois de ambas ficarem grávidas, diz: “A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na humildade da sua serva. (…) Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias (…).”

Este é o “texto mais revolucionário” que se poderia cantar, diz Isabel Gómez Acebo. “Há uma linha de pensamento no catolicismo que fala do silêncio de Maria, mas ela questiona muito: quando faz perguntas ao anjo na anunciação, no Magnificat ou quando diz ao filho, nas bodas de Caná, que não há vinho... É uma personalidade muito marcada.”

Tema debatido é também se ela teve ou não mais filhos. A posição católica e ortodoxa diz que não, várias igrejas protestantes admitem que sim. Frédéric Manns (Maria, Uma Mulher Judia, ed. UCEditora) recorda argumentos linguísticos de ambos os lados para resumir: “A exegese não pode apoiar com certeza a posição tradicional católica e ortodoxa. Mas a posição contrária também não se impõe.”

Maria Madalena: a apóstola dos apóstolos
“Quem foi, de facto, Maria Madalena: uma pecadora arrependida, uma discípula predilecta, a enviada (apóstola) a anunciar a ressurreição, a esposa de Jesus?”, perguntam Julieta Dias e Paulo Mendes Pinto no livro já citado. Foi o Papa Gregório Magno (590-604) que, num sermão de Páscoa, identificou Maria Madalena, Maria de Betânia e a pecadora que unge Jesus com o perfume como a mesma mulher. 
 Nada mais errado, pois os evangelhos são claros em distinguir três pessoas diferentes.

Natural de Magdala (Madalena será corruptela do nome), pequena cidade da Galileia (no Norte do actual Israel), Maria é referida nos evangelhos como alguém que, a par de outras mulheres, cuidava de Jesus e colocara os seus bens ao serviço do grupo. O facto “sugere que Maria Madalena era uma pessoa com recursos, que ofereceu a sua devoção a Jesus, que a curara” de “sete demónios”, nota Geza Vermes, que dirige o Centro de Estudos Hebraicos de Oxford. A expressão “sete demónios”, escreve Régis Burnet (Maria Madalena — De Pecadora Arrependida a Esposa de Jesus, ed. Gradiva) remete para “um poder nefasto que a ultrapassa”, um problema do foro psicológico.

“Era uma mulher com posses, que se apaixonou por Jesus enquanto profeta itinerante”, comenta Cunha de Oliveira à 2. “É alguém que gostou de Jesus de modo incrível”, diz Maria Vaz Pinto. “Não me importa de que cor era o amor que ela tinha, o que interessa é que era tão grande que mudou a sua vida.”

“Gosto de pensar que ela estava enamorada de Jesus”, acrescenta Isabel Gómez Acebo. “Os evangelhos apócrifos apresentam Maria Madalena como rival de Pedro. Ela tinha tido um protagonismo tão forte que algumas comunidades cristãs do início a seguiram a ela.”

Madalena é, disso não há dúvida, a primeira pessoa a quem Jesus aparece após a ressurreição. “É a ela que ele diz: vai e anuncia; é patente que Jesus não aparece a Pedro nem à mãe”, nota a teóloga espanhola. E Maria Vaz Pinto recorda que, após a ressurreição, quando Maria pensa que é o jardineiro e reconhece Jesus ao ouvir chamar pelo seu nome, ela quer agarrá-lo. Mas Jesus diz-lhe “não me detenhas” — o célebre “Noli me tangere” fixado em dezenas de obras ao longo da história da arte. “Ele empurra-a para os outros e ela vai”, o que faz dela uma das principais seguidoras. Isabel Gómez Acebo observa que, durante séculos, as relações de Jesus com mulheres foram reduzidas “à sua mãe ou a mulheres pecadoras”. Não convinha, diz, que fossem “amigas nem discípulas”. Mas Maria “foi a primeira discípula”. Por isso a tradição irá apresentá-la “como prostituta a quem Jesus tinha tirado da miséria”. O que “nada tem a ver com a personagem real”.

Maria de Betânia: a discípula que escuta o hóspede
Irmã de Marta e Lázaro (amigos de Jesus), Maria de Betânia, aldeia próxima de Jerusalém, aparece em duas cenas no evangelho: quando as irmãs choram a morte de Lázaro (texto do evangelho de João, lido nesta semana que antecede a Páscoa) e quando Jesus passa por sua casa e Maria se senta a escutá-lo enquanto Marta se atarefava “com muitos serviços”, como conta Lucas. Marta queixa-se da irmã a Jesus, mas este repreende-a: “Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas; mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.”

“Estar aos pés do mestre é, na literatura rabínica, ser discípulo de alguém”, diz à 2 a religiosa espanhola Isabel Maria Fornari, autora de uma tese com o título La Escucha del Huésped (ed. Verbo Divino, Espanha), onde estuda este episódio. Mas a cena remete também para a hospitalidade bíblica, que inclui um elemento importante: o da comunicação. “É importante servir, comer, mas, quando alguém vem a nossa casa, mais importante é a comunicação que se estabelece.”

Isabel Fornari relaciona este episódio com outro passado já depois de Jesus ter deixado o convívio com os seus: no livro dos Actos dos Apóstolos, conta-se que a comunidade cristã de Jerusalém tem de optar por colocar um grupo a servir à mesa para que os apóstolos possam dedicar-se ao anúncio da mensagem de Jesus. “O mandato de Jesus ‘ide, fazei discípulos e ensinai’ supõe aprender. E isso faz-se num novo horizonte de hospitalidade que dá prioridade à comunicação.”

Este episódio foi lido durante muito séculos como afirmando a primazia da vida contemplativa sobre a vida activa. “Não tem nada que ver”, diz Isabel Gómez Acebo. “Jesus foi um homem de acção, que orava de noite mas de dia estava com as pessoas”, diz. “Jesus era um homem activo que tinha a presença de Deus a seu lado; não ficou a orar no deserto, foi de cidade em cidade falar às pessoas.”

O facto de Maria de Betânia se colocar à escuta, diz ainda Maria Vaz Pinto, é “também uma manifestação de amor: estar quieta, aprender, ouvir, deixar-se tocar”.

Samaritana: saltar todas as normas da moral
É, provavelmente, um dos textos mais notáveis dos evangelhos, este em que Jesus pede água a uma samaritana. Duplo pecado: dirigir a palavra a uma mulher, ainda por cima da Samaria — “os judeus não se dão bem com os samaritanos”, explica a narrativa de São João. A cena decorre por volta do meio-dia, junto ao poço de Jacob, em Sicar. Jesus está cansado e quer descansar e refrescar-se.
“Jesus adopta logo, implicitamente, o lugar inferior. As suas palavras não são uma ordem, mas um pedido. Dirige-se [à samaritana] de mãos vazias, à procura de qualquer coisa que só ela é capaz de lhe dar”, escreve o Irmão John, de Taizé (À Beira da Fonte, ed. AO).

“Jesus salta todas as normas da moral judia”, diz Isabel Acebo. “Os patriarcas de Israel encontravam-se naquele poço. Jesus aparece a esta mulher, que já tinha tido seis maridos, como um esposo novo”, de cariz diferente. A mulher espanta-se: “Como é que Tu, sendo judeu, me pedes de beber a mim que sou samaritana?” Jesus responde: “Se conhecesses o dom que Deus tem para dar e quem é que te diz: ‘Dá-me de beber’, tu é que lhe pedirias, e Ele havia de dar-te água viva!” Jesus acrescenta depois: “Todo aquele que bebe desta água voltará a ter sede; mas, quem beber da água que Eu lhe der, nunca mais terá sede: a água que Eu lhe der há-de tornar-se nele em fonte de água que dá a vida eterna.”

O diálogo prossegue com Jesus a dizer que chegará a hora em que Deus será adorado “em espírito e verdade” e não num qualquer templo. E quando a mulher diz que todos esperam o messias, Jesus diz-lhe: “Sou eu, que estou a falar contigo” — é a única vez em que se assume como tal perante alguém.

Em Dizer Deus, escreve a teóloga italiana Nicoletta Crosti: “Esta mulher representa-nos a todos (...) representa o caminho do ‘acreditar’, (...) a nossa sede de uma vida mais rica (...), as infinitas perguntas sobre as coisas últimas e penúltimas.”

A pecadora de Betânia: Jesus deixa-se acariciar
É uma mulher que “entra e sai em silêncio, mas o leitor sente que a sua passagem se revestiu de uma eloquência ímpar”, escreve o biblista José Tolentino Mendonça em A Construção de Jesus (ed. Assírio & Alvim). Nesta obra, o autor analisa o episódio em que uma pecadora irrompe pela casa de Simão, um fariseu, que convidara Jesus.
“Estando por detrás, aos seus pés, chorando começou a banhar-lhe os pés com lágrimas e com os cabelos da sua cabeça os enxugava e beijava-lhe os pés e ungia-os com perfume”, conta o texto de São Lucas. Simão diz para consigo: “Se este fosse profeta, saberia quem é e de que espécie é a mulher que o toca, pois é uma pecadora!” Jesus pressente o que ele pensa e, depois de lhe contar uma parábola, diz que a mulher lhe banhou os pés com as suas lágrimas e o perfumou. E conclui: “São perdoados os pecados dela, os muitos, porque amou muito.”

“É impressionante como Jesus se deixa acariciar e não faz nenhum gesto para a afastar”, diz Isabel Gómez Acebo. Para Maria Vaz Pinto, a mulher traduz “outra característica de quem ama, o lado feminino do que não é estritamente necessário, a extravagância que enche a vida de cor e de perfume”. Trata-se, acrescenta, de algo que “não serve para nada, mas que é um gesto muito bonito no seu excesso”.

“A transformação do estatuto da mulher derrama um perfume novo” pelo próprio evangelho, comenta Tolentino Mendonça. E “nesse encontro, mais do que noutros”, essa mulher “assinala, reconhece, toca, molha e unge o mistério de Jesus”.


Por António Marujo

IN "PÚBLICO"
08/04/12

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Lei do Tabaco. 
Maioria dos deputados contra alterações

O governo vai levar a proposta ao parlamento, mas nem na coligação a medida é consensual. Vice do CDS admite votar contra

Se há quase cinco anos a Lei do Tabaco foi aprovada no parlamento com apenas cinco votos contra, a nova legislação que o ministério de Paulo Macedo está a preparar arrisca-se a não ter o apoio da maioria dos deputados.

O governo quer levar a proposta – que está “praticamente concluída”, de acordo com fonte do Ministério da Saúde – , ao parlamento “em breve”, mas na Assembleia da República a medida não se livra de encontrar fortes divergências – não só nas bancadas da oposição como dentro da maioria PSD/CDS. O vice-presidente da bancada Hélder Amaral avisa que, pelo que se conhece das intenções do governo, os deputados do CDS “são maioritariamente contra”. O CDS tem muitas reservas quanto à necessidade de fazer uma alteração profunda na actual legislação e Hélder Amaral admite mesmo votar contra o diploma se existir liberdade de voto. “Não faz nenhum sentido avançar com alterações radicais”, diz ao i o deputado centrista, que está contra a intenção do governo de alargar as restrições a espaços públicos, como cafés e restaurantes, ou proibir as máquinas de tabaco. “Parece-me que há o risco de entrar naquela zona dos exageros.”

O deputado centrista defende que são aceitáveis “alterações de pormenor”, nomeadamente no sentido de proteger as crianças e os jovens do fumo do tabaco, mas avisa que “o país tem problemas mais graves e alguns deles da tutela do secretário de Estado da Saúde”, uma indirecta para Fernando Leal da Costa, que tem dado a cara por uma lei mais restritiva e que esta semana revelou que as novas regras vão no sentido de “proteger os que são expostos involuntariamente ao fumo”, nomeadamente aqueles que trabalham em “locais de diversão e noutros onde ainda é permitido fumar”. Outra intenção de Leal da Costa é restringir a venda a locais próprios.

O ministro Paulo Macedo confirmou, uns dias depois, na Assembleia da República, “a intenção de promover a restrição de fumar em ambientes fechados, como veículos que transportem crianças” (ver texto ao lado). Perante estas alterações, o PSD garante que vai “apoiar o governo”, mas o coordenador da comissão parlamentar de Saúde, Nuno Reis, admite que a proposta não é pacífica: “Não desconhecemos que é uma matéria polémica, mesmo no interior do PSD”, afirma ao i. O deputado realça a necessidade de fazer alterações às regras perante “um problema de saúde pública” e tendo em conta “o facto de as doenças provocadas pelo tabaco consumirem muitos recursos públicos”. Os sociais-democratas querem, porém, ter “uma palavra a dizer no conteúdo final do documento”.

erro brutal Uma coisa é certa: o consenso alargado conseguido na aprovação da Lei do Tabaco em 2007 não se vai repetir. O socialista António Serrano defende que “é um erro avançar neste momento com a revisão da lei”. E os bloquistas contestam, pela voz de João Semedo, “uma espiral proibicionista que nos pode levar a soluções de terror”.

Apesar de o governo se preparar para avançar com alterações nas regras em espaços como restaurantes, cafés ou discotecas, é consensual entre os partidos que é preciso cautela, já que alguns empresários fizeram avultados investimentos em equipamento para reduzir o impacto do fumo. Hélder Amaral, do CDS, que avisa que “não se pode restringir totalmente o fumo quando já se fizeram obras de adaptação”. O social-democrata Nuno Reis admite que “há aspectos de natureza económica que têm de ser ponderados”.

Os socialistas vão mais longe e acusam o governo de estar a preparar-se para dar mais “uma machadada na restauração depois do aumento do IVA”. “É um erro brutal, que vai levar a que muitos fechem”, diz ao i o ex-ministro António Serrano. O deputado bloquista João Semedo acrescenta que “não faz sentido que aqueles que investiram para criar condições para que se fume agora fiquem pendurados”.

Já em 2007, quando foram aprovadas as restrições em vigor, o CDS dividiu-se: Paulo Portas absteve-se e Pedro Mota Soares – agora ministro da Segurança Social – foi dos poucos deputados a votar contra. Já nessa altura o deputado Hélder Amaral lamentou que “não tenham sido ponderados” os direitos dos fumadores e da iniciativa privada. Resta saber se estar do lado do governo fará o partido mudar de posição.


* Vai continuar a ser democrático comprar e chupar pauzinhos de cancro junto das crianças.

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