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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
06/01/2025
CATARINA TELES DE MENEZES
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É preciso estar atento
Depois de ler Adília Lopes, deixei de querer saber. Os poemas nem sempre rimam, mas a vida também não.
Hoje recebi, de uma amiga, a notícia de que a Adília Lopes tinha morrido, depois de já estar, há algum tempo, internada no Hospital de São José.
A sua morte chegou-me como um assalto ao qual não tive sequer oportunidade de oferecer resistência e, desarmada, entreguei o que tinha e o que inclusive, com esse momento, percebi que estaria disposta a dar. O tempo para a ler mais em vida.
Foi tarde, mas não tarde demais, que descobri o vício da leitura. Desde cedo, porém, suspeitei que o caminho haveria de começar pela poesia e foi, com os seus livros, que comecei a reincidir.
As obras da Adília Lopes são uma ode à poesia porque a expõem, exatamente, como aquilo que é. O reflexo mais puro de cada um de nós. Existe uma serenidade ímpar nas coisas simples, mas não é fácil apreender a dimensão que elas contêm. É preciso que se esteja atento.
Há os que olham e os que vêem, os que ouvem e os que escutam, os que tocam e os que sentem. Há aqueles que a chuva molha e aqueles que a chuva limpa. Há aqueles aos quais a brisa leva o perfume e aqueles que param para a cheirar. Há aqueles aos quais o calor de uma chávena de chá aquece as mãos e aqueles a que o calor de uma chávena de chá aquece a alma. Há aqueles que dizem por dizer e aqueles que dizem quando calam.
Para os apreciadores dos detalhes, a simplicidade não é só um conforto, é também um alívio. Na quietude das coisas belas, Adília Lopes preparou-nos um refúgio onde tudo se restabelece, porque não há nada que a sua poesia não aligeire, mesmo aquilo que à partida é tão denso.
Neste instante, o que resta é uma franca, tranquilizante e genuína gratidão, pelo contributo que ofereceu à cultura e pelo traço singular com que continuará a marcar os que a lerem.
De facto, pela escola, era eu pequena, aprendi sobre poemas que rimavam. Gostava da ideia de procurar palavras com a mesma fonia, superando o desafio, quase sempre desrespeitado, de escolher palavras que não retirassem o sentido ao poema. Quando não cumpria as regras os professores davam-me má nota. E eu escrevia desolada poemas que rimavam lamentando a negativa.
* Advogada associada de "Cuatrecasas"
IN "NASCER DO SOL" - 31/12/24
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3931.UNIÃO
putin HUYLO
putin é um canalha..
* Filmado, editado, narrado e escrito por Carlos de Figueiredo.