02/01/2010

112 EM PORTUGAL

6 - N A S A space shuttle

VASCO GRAÇA MOURA

A palinódia

por Vasco Graça Moura

Em tempo de balanços, eu, pecador, me confesso. Pelas reacções exacerbadas de algumas criaturas que regularmente escrevem em blogues ou enviam uns comentários enxofrados para a redacção do Diário de Notícias, apercebo-me de que sou um sujeito de um reaccionarismo sem remédio, indigno de se exprimir em letra de forma, devendo até ser silenciado de vez neste jornal diário cujas quartas-feiras me obstino em conspurcar.

Para evitar o alvoroço destas contundências assim eriçadas em prol do saneamento sumário de quem tão mal opina, não me valeu de nada ter procurado agir com alguma moderação hebdomadária, usando de prudente e edulcorado estilo e pagando o preço de alguma insinceridade própria.

Porque eu, reconheço, nem sempre tenho sido cem por cento sincero na minha funesta execrabilidade. Por vezes, se acaso estava a pensar na "choldra" do venerando Afonso da Maia, mais me valia ter tido a coragem de falar logo em "canalha". E podia muito bem louvar-me em Guerra Junqueiro para falar de "um povo imbecilizado e resignado (…) que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem de onde vem, nem onde está, nem para onde vai".

Depois, não foi lá muito brilhante só me terem ocorrido termos como "fraude", "traquibérnia" e outros sarcasmos de congruente quilate, sempre que ouvi o Governo, apaniguados e adjacentes a asnear, ou a dizer e a prometer mundos e fundos enterrando-nos cada vez mais, ou sempre que os vi meter os pés pelas mãos e as mãos pelos pés, sem vergonha nem contenção, fosse no Parlamento, fosse perante as magistraturas, fosse na comunicação social.

O que eu devia era ter aplaudido essa vilanagem, ao menos por assumir a única transparência de ser tão igual a si mesma que já não engana nem convence ninguém.

E além disso, de pouco me valeu sustentar, em nome da mais elementar profilaxia e em obediência a um correspondente imperativo de higiene política, que o Governo devia ser derrubado o mais depressa possível.

Tudo isso é tão óbvio que eu não precisava de recorrer a uma formulação tão radicalmente fracturante que só serviu para carregar as visagens ofendidas de umas tantas harpias que para aí crocitam exultantes de socialismo, de par com baratas tontas e demais almas satisfeitas com o status quo.

Entretanto, ponderei. Fiz mal em convencer-me de que era mais do que tempo de o Presidente da República dar um pontapé nos fundilhos do Primeiro-ministro. Afinal, isso é o que o Primeiro-ministro mais deseja e tenta provocar todos os dias. Passei a alimentar a fundada expectativa de que Cavaco Silva não embarque em provocações e pantominas, mas sem deixar de manter o homem ao alcance da biqueira. Just in case.

Devo ainda reconhecer que não me valeu de nada ter afirmado que o Governo não valia a ponta de um chavelho e que Portugal se estava a tornar numa fossa nauseabunda, e muito menos ter tido a tentação de qualificar o estado a que isto chegou com uma comum palavra de cinco letras. Abstive-me desse vezo plebeu por meras questões de sensibilidade pituitária. Poderei sempre usar o eufemismo menos fétido de que o país está na perda.

Mas o certo é que cominei aos interessados que se besuntassem indiscriminadamente e não atentei em que o verbo reflexo "besuntar-se" pode ter conotações desagradáveis de chafurdação excrementícia, embora eu apenas tivesse em mente uma substância mais propriamente vaselínica, apontando ao massajar das ventas estanhadas com qualquer unguento benfazejo para aformoseamento, tanto dos rostos e das cútis, como das políticas hipócritas, dos erros crassos, das batotas escandalosas e das corrupções mal disfarçadas.

Em tempos de palinódia, há que abandonar essa ideia primária de besuntação e pedir desculpa aos mais alérgicos por não o ter feito mais cedo. Afinal, o sucesso de um cronista faz-se de complacências discretas com a mundanal trepidação…

E assim, no começo de um novo ano fremente de promessas radiosas e de monumentais aldrabices e falhanços concomitantes, parece-me preferível transpor daquele plano superficial e epidérmico para outro, mais gustativo e entranhável. E passo a dizer: Com que então votaram nessa gente? Quiseram elegê-los? Gostam do resultado? Pois agora lambuzem-se!

in "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

MARCHA DOS MARINHEIROS

ANTES DA PARADA

PEQUENAS MARAVILHAS I

6 ANOS DE TRABALHO

170 LITROS de cola
6 MILHOES DE PALITOS


ESCALA 1:164








O QUE CHATEIA É A PRESEVERANÇA DO HOMEM, ATÉ AO PRODUTO FINAL DEVEM TER CAÍDO DEZENAS DE PALITOS E COLA A MAIS NOS DEDOS

O SEU COMPUTADOR É DO JURÁSSICO?












enviado por ANTÓNIO CUNHA

4 - AS MAIORES MÁQUINAS DO MUNDO

Como é que foste aí parar?



enviado por ADNARIM

Informação - Cidadãos

Caro cidadão,

Tem ao seu dispor a plataforma autarquias.org.

Com o autarquias.org os cidadãos podem alertar os municpios para as mais
variadas situações, desde de Lixos na via pública, postes de iluminação que
não o funcionam, buracos na via pública, equipamento danificado, problemas
nos abastecimentos, ou outros tipos de problemas, que muitas das vezes as
Câmaras Municipais não tem conhecimento.

Os cidadãos podem acompanhar as respostas das autarquias aos alertas
apresentados por outros cidadãos, como também participarem nesses mesmos
alertas adicionando comentários.

O autarquias.org permite também a criação de debates por cidadãos que
pretendem discutir assuntos que lhes pareçam pertinentes com outros cidadãos
e com o próprio municpio ou questionar a autarquia sobre um assunto do
interesse de todo o município, como também a abertura de petições.

Participe neste projecto.

www.autarquias.org

enviado por ABI

NO CAMPO É ASSIM...................















clique para ampliar enviado por D.A.M.