08/02/2015

UMA GRAÇA PARA O FIM DO DIA

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RESPOSTAS AO TESTE

1 - A Guerra dos Cem Anos, durou exactamente 116 anos.

2 - Os chapéus “Panamá” são fabricados no Equador.

3 - As cordas de Tripa de Gato, obtêm-se de Ovelhas e Cavalos.

4 - Os russos celebram em Novembro a Revolução de Outubro.

5 - Na realidade não é pêlo de Camelo, mas sim pêlo de Esquilo.

6 - Chamam-se Canárias pelos Cães  (Canis, em latim)

7 - O primeiro nome do Rei era ALBERTO

8 - As Caixas Negras dos Aviões são cor de laranja.


Se acertou em todas é um sabichão!


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O QUE NÓS 

"NÃO ECONOMIZAMOS"!



ECONOMIZADORES DE ENERGIA

INÚTEIS E PERIGOSOS



* COM A GARANTIA "DECO"

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6-ENREDADAS





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 CONVERSA DE BALCÃO
















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BACK SIDE















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5-ENREDADAS



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AS GRANDES
NAVEGAÇÕES
4-TERRA CHEIA DE GRAÇA




* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.


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4-ENREDADAS


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Michael Green

O que o índice do progresso social, 


pode revelar sobre o nosso país.







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3-ENREDADAS




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GABRIELA CANAVILHAS

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Ensino artístico
 abandonado por
 Nuno Crato

Já sabíamos que Nuno Crato não mantinha grande apreço pelo ensino artístico. Nos últimos 4 anos houve uma clara desvalorização das artes nos curriculos escolares e no seu mandato nada foi feito que evidenciasse qualquer respeito pelas artes enquanto formação cívica, cultural e humanística, condições indispensáveis numa educação consistente e abrangente. Basta ver o estado lamentável em que se encontra o edifício centenário do Conservatório Nacional de Lisboa.

O ensino artístico especializado cresceu exponencialmente nas últimas décadas. Sobretudo graças às escolas Profissionais e às do Ensino Particular e Cooperativo, sendo que estas se contam em mais de uma centena espalhadas pelo país. São financiadas por contratos de patrocínio ou protocolos de cofinanciamento público com o Ministério da Educação, para além das receitas próprias e de acordos com autarquias.

Trata-se de serviço público aquele que é diligentemente realizado por estas escolas, que com grande profissionalismo e empenho permitem que jovens portugueses, de norte a sul, do interior ao litoral, possam aceder a este tipo de ensino vocacional, uma vez que existem apenas seis Conservatórios públicos em Portugal continental (Lisboa, Porto, Coimbra, Aveiro, Coimbra, Braga).

Tal como sucedeu com as escolas de Ensino Especial, também as de Ensino Artístico enfrentam agora provações duríssimas: a maioria delas está há muitos meses sem receber qualquer verba do Ministério da Educação e vivem em condições de absoluta insustentabilidade, sem conseguir cumprir os seus encargos mais básicos – nomeadamente os salários dos seus professores e do pessoal não docente –  já para não referir compromissos com fornecedores e outros decorrentes da atividade normal de uma escola.

Várias escolas tiveram que suspender as aulas e temos tido relatos de situações terríveis vividas por professores que se hipotecaram e endividaram para sobreviver, outros que atravessam tragédias pessoais graves decorrentes desta situação inqualificável.

Tudo isto acontece porque o Ministério de Crato tardou em enviar os contratos com as Escolas ao Tribunal de Contas, e, quando o fez, fê-lo mal, com erros e insuficiências. Foram devolvidos. E os professores a lecionar, sem receber, meses a fio… à espera.

São 110 escolas de música e dança. São centenas de professores, centenas de famílias afetadas, milhares de alunos de música e dança que vêm as suas aulas em risco, o seu percurso académico ameaçado este ano. Porque se trata de percurso académico, sim. E não apenas de um entretenimento ou ocupação de tempos livres. Foi precisamente por se desvalorizar o ensino artístico que se chegou a esta situação.

Pianista, deputada e ex-ministra da Cultura

IN "OJE"
06/02/15 


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417.UNIÃO


EUROPEIA



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2-ENREDADAS




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AS MULHERES NO ISLÃ






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3-HISTÓRIA
ESSENCIAL
DE PORTUGAL
VOLUME IV



O professor José Hermano Saraiva, foi toda a vida uma personalidade polémica. Ministro de Salazar, hostilizado a seguir ao 25 de Abril, viu as portas da televisão pública abrirem-se para "contar" à sua maneira a "HISTÓRIA DE PORTUGAL", a 3ª República acolhia o filho pródigo. Os críticos censuraram-no por falta de rigor, o povo, que maioritariamente não percebia patavina da história do seu país, encantou-se na sua narrativa, um sucesso. Recuperamos uma excelente produção da RTP.

FONTE: SÉRGIO MOTA

* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores. 



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1-ENREDADAS


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Hungarian Symphony Orchestra Budfapest

Hungarian Dance No.5


Johannes Brahms

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ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"

Uvas e amendoim previnem
 declínio cerebral

O resveratrol, um composto natural encontrado em alimentos comuns, como as uvas vermelhas e o amendoim pode ajudar a prevenir o declínio mental relacionado com a idade na memória, revela uma nova pesquisa publicada na revista Scientific Reports.
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O trabalho foi coordenado por Ashok K. Shetty, investigador do Institute for Regenerative Medicine, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos. Este especialista confirmou o potencial benefício de resveratrol, um antioxidante que é encontrado na pele das uvas vermelhas, bem como no vinho tinto, amendoins e algumas bagas, na prevenção de várias doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.
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Resveratrol tem sido amplamente elogiado pelos seus efeitos na prevenção de doenças cardíacas, mas este novo estudo confirma que a mesma substância tem efeitos positivos sobre o hipocampo, área do cérebro que é fundamental para funções como a memória e a aprendizagem evitando o declínio de várias faculdades mentais associadas às idades mais avançadas.

* Tome nota, consulte o seu médico antes de se encharcar de amendoím ou uvas.

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ESTA SEMANA NA
"VISÃO"

O fim do sonho angolano 
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A queda drástica do preço do petróleo está a deixar Angola em graves dificuldades financeiras, pondo em risco os cerca de 200 mil portugueses que lá vivem e milhares de empresas nacionais que exportam para aquele país africano. As dificuldades não começaram agora, mas desta vez poucos duvidam de que estamos a assistir ao fim do El Dorado angolano

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Angola já não é o que era - e pelo caminho Tiago Sousa passou de imprescindível a indesejado. Ao fim de seis anos a trabalhar nos casinos de Angola, o profissional de marketing, de 39 anos, não aguentou mais as dificuldades crescentes na renovação dos vistos, os aumentos salariais a transitarem de generosos para irrisórios, a imposição de regras cada vez mais restritas e avulsas na empresa, as notícias sobre portugueses assassinados e a rarefação do dólar, trocado por um kwanza praticamente inútil entre imigrantes. 

"O aumento de mão de obra qualificada barata acabou por se refletir nas condições de trabalho dos portugueses que já estavam em Angola", diz. "Era normal termos aumentos anuais consideráveis, que se foram tornando marginais, nos últimos anos. Também os tempos de espera dos vistos aumentaram, e nos últimos dois anos deixou de ser possível renová-los sem sair do território. Outra alteração que motivou a minha saída foi a 'desdolarização' levada a cabo pelo executivo angolano, sendo que os expatriados passaram a receber em kwanzas." A tudo isto, continua, "junta-se o problema de falta de divisas no mercado angolano, inviabilizando a transferência de valores provenientes de salários ou negócios."

Uma situação já de si hostil poderá tornar-se catastrófica para os imigrantes portugueses. O petróleo, que caiu drasticamente nos últimos meses para os 45 dólares o barril, é a base da economia angolana: representa 43% do PIB, 98% das exportações e 72% das receitas do Estado. O Presidente angolano ordenou, entretanto, que se fizesse um orçamento retificativo a partir de um preço por barril de 40 dólares, em vez dos 81 dólares orçamentados para 2015, o que implica cortes nas despesas de 14 mil milhões de dólares (12,3 milhões de euros). Outra medida em cima da mesa é a introdução de quotas às importações, limitando a entrada de produtos básicos cuja produção nacional cubra 60% das necessidades, como cerveja e produtos hortícolas, o que deixará em maus lençóis muitas das nove mil empresas portuguesas que exportam para Angola.


Por tudo isto, Tiago Sousa assegura que não podia estar mais satisfeito por ter saído, em novembro. "Amigos meus que continuam em Angola estão preocupados com as recentes notícias sobre uma política de austeridade no país, com o aumento do preço da gasolina (quando saí, o preço de um litro estava a 60 kwanzas, e ainda esta semana subirá para 120 kwanzas) e com as repercussões que tudo isso possa ter na população em geral. Prevê-se desemprego e convulsões sociais." Que os portugueses - imigrantes e não só - serão dolorosamente afetados, ninguém duvida. Mas quão profunda será a ferida?

O peso da construção portuguesa
O setor mais dependente de Angola, e portanto o mais vulnerável à recessão, é a construção civil. Depois da hecatombe provocada pela crise em Portugal, com milhares de falências e de trabalhadores no desemprego, os construtores encontraram no país de José Eduardo dos Santos o paraíso das obras. Angola é o principal mercado externo, com um peso de 38% do total da internacionalização e um volume de negócios de dois mil milhões de euros. 

São das grandes empresas portuguesas as obras emblemáticas da capital: a requalificação da baía de Luanda (Mota-Engil e Soares da Costa) e a nova sede da Assembleia Nacional (Teixeira Duarte) são dois exemplos. A Mota-Engil África, subsidiária da Mota-Engil, que representa 47% do volume de negócios do grupo, estreou-se recentemente em bolsa e já está a perder. Metade da empresa chegou a desaparecer, com uma queda acumulada de 50%, em dezembro, devido ao preço de petróleo, que põe em causa novas empreitadas em Angola. 

Mas as grandes já estão em muitos outros mercados, embora Angola seja o principal. O problema são as PME. "Atualmente, as empresas portuguesas estão em atividade com projetos que já estavam iniciados. Daqui para a frente é que poderá não haver reposição de trabalhos e alguns projetos poderão ser adiados ou suspensos. Tudo vai depender da longevidade deste ciclo do petróleo", refere Ricardo Pedrosa Gomes, presidente da AECOPS, associação do setor. 

Este responsável descreve um tecido empresarial com muitas empresas portuguesas de média dimensão que, além de serem subcontratadas pelas grandes, têm também as suas obras mais nas províncias. As que são fabricantes (de caixilharia, tintas, argamassa ou tijolos, por exemplo) têm mais facilidade em adaptar-se às condições do mercado. "As outras podem ser mais prejudicadas e afetadas pelo desemprego. Ou então poderão ser levadas pelas grandes para outras paragens", refere.
Quanto aos trabalhadores... "Os entraves à contratação de portugueses para trabalhar em Angola não são de agora. A vaga de emigração estancou, até porque sai mais barato contratar angolanos. E estes estão agora mais qualificados. Aliás, é prática das empresas portuguesas terem centros de formação profissional para os locais", conclui.

Outros tempos, outros salários 
Com estas mudanças, os ordenados, que podiam atingir os cinco dígitos, caíram para valores mundanos, tendo em conta o altíssimo custo de vida em Luanda. No início da vaga da imigração, um engenheiro auferia seis a dez mil euros por mês; nos últimos anos, vai para lá por pouco mais de 2500. Muitos dos que hoje se mudam para Angola já não vão à procura de enriquecer, mas apenas de alternativas para pagarem as contas em Portugal.

O recém-regressado Manuel Barros (nome fictício, a seu pedido, como outros neste texto, por a empresa em que trabalha continuar ligada a Angola) confirma o tombo dos salários. "Os portugueses que chegaram até 2010, 2011, ainda conseguiram valores altos. Quem entrou depois disso, ficou a ganhar menos de metade do que quem lá estava." O engenheiro civil, que viveu cinco anos em Angola, começou a pensar seriamente em abandonar o país no final do primeiro semestre de 2014. "Antes da queda do petróleo, já havia pagamentos em fortíssimo atraso na construção."

O problema, explica, é o setor assentar na edificação em Luanda, "onde a oferta já está a superar a capacidade de aquisição" - o fantasma da bolha imobiliária começa a amedrontar quem vive do cimento. "Não há classe média, ou pelo menos classe média que consiga comprar aqueles apartamentos. Muita coisa está por comprar, ou foi comprada para arrendar, mas ninguém arrenda."
A bolha imobiliária é justamente um dos receios para o pior cenário possível. Se rebentar, se não houver dinheiro para comprar os empreendimentos, os promotores não têm retorno do investimento, podem entrar em incumprimento de crédito e os bancos serão arrastados na avalancha. Quais bancos? Os angolanos, mas provavelmente também os portugueses que lá se encontram: Caixa Geral de Depósitos, BPI, Millennium...

O setor bancário é, aliás, onde os sinais de uma economia sob pressão são mais fortes. "Não conseguimos tirar dinheiro de Angola", diz Cristóvão Martins, administrador de uma empresa de consultoria informática. "Envio pessoas para lá, mas depois não consigo que eles transfiram dinheiro para eu lhes pagar. O BNA [Banco Nacional de Angola] terá dado indicações para não deixarem sair dólares. Temos de justificar as transferências através de faturas. E mesmo com autorização do BNA, se o banco não tem dólares nem euros, não pode pagar." Esse é o busílis: com a queda do preço do petróleo para menos de metade, entram agora muito menos divisas fortes no país. Por causa disso, as autoridades locais impõem tantas restrições ao uso de moeda estrangeira.
Mas da necessidade nasce a oportunidade. Apesar do vendaval económico que a queda do preço do petróleo está a provocar, os analistas veem aqui uma oportunidade para que Angola diversifique a sua economia. Além do petróleo, os diamantes têm um peso considerável, mas também a agricultura tem vindo a crescer, representando já 12% do PIB. Por outro lado, esta aposta de Angola na produção nacional é mais uma má notícia para Portugal.

Mercadorias bloqueadas
O setor alimentar será precisamente dos mais afetados com as limitações às importações (ver infografia). É já a pensar no pior que o dono de uma pequena e média empresa da área de Lisboa, que se dedica à exportação de bebidas e alimentos em exclusivo para Angola, começa a olhar para outros mercados. "Ou então viro-me para outro segmento, como os medicamentos, uma vez que Angola não produz e, em princípio, não irá limitar a importação desse produto. Mas as regras ainda não estão definidas", diz, preferindo manter o anonimato. O facto é que o empresário já sentiu uma diminuição das compras. "Desde o início de janeiro que os compradores estão parados porque não há garantia de compra de divisas. A partir de agora, sem garantia de pagamento, não vale a pena colocar lá mais mercadoria."


Angola é o quarto destino das exportações portuguesas, não só de bens mas de serviços, como as viagens e turismo ou os transportes. Esta semana, a TAP decidiu suspender a venda de bilhetes em Angola para quem quer adquirir uma viagem Lisboa-Luanda. Nesse caso, o bilhete tem de ser comprado em Portugal. Isto porque, diz a empresa, há escassez de dólares em Angola e limitações à transferência de capital para fora do país. No final do ano passado, noticiou o jornal Público, a transportadora chegou a ter 30 milhões de euros retidos em Angola.

O refreamento da entrada de produtos estrangeiros está também a desesperar os imigrantes portugueses que dependem da existência de stock em Angola. É essa a razão que leva Joaquim, responsável pelo marketing de uma multinacional de retalho, a mostrar-se preocupado com a evolução da economia angolana. "As empresas que importam estão com mercadorias bloqueadas pelos fornecedores porque os bancos estão a demorar muito a fazer as transferências, apesar de termos dado ordem de pagamento", conta. Com o vencimento habitualmente pago em dólares, vê-se numa situação semelhante à de muitos outros compatriotas que acumulam salários em atraso, tendo em conta a demora dos bancos. Chegado a Luanda há quatro anos, depois de ter ficado desempregado em Portugal, Joaquim pensa agora em mudar-se para outro país. "Existe um desconforto geral, quer ao nível das empresas quer ao nível das pessoas, pois nem uns nem outros estão a conseguir ter divisas. É a loucura."
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Caso se concretize a desvalorização do kwanza, que está a ser comentada em surdina, o gestor acredita que vão fechar muitas empresas. "Principalmente as que importam e que veem as suas dívidas a aumentarem na proporção de desvalorização do kwanza." Desde que os problemas se agudizaram que começaram os despedimentos. "Já há muitas pessoas a serem despedidas, e tudo pode mudar, a começar pela segurança, caso as empresas comecem a cortar postos de trabalho entre as classes mais baixas", antecipa.

Efeito dominó? 
Para José de Noronha Brandão, a segurança é, de facto, o grande espinho encravado na pele de Angola. "Sempre que venho a Portugal, dou valor ao facto de deixar o carro estacionado a 100 metros de distância e poder regressar sozinho. Lá não o faço." De resto, afiança o diretor de relações públicas da agência Zwela (cargo que, nos últimos dois anos, o obriga a um contínuo vaivém entre Lisboa e Luanda), a vida continua, ainda que com algumas diferenças. "Acabaram-se os grandes salários. As condições oferecidas estão a baixar mas continua a existir muito trabalho." E, mesmo com os contratos a obrigarem os estrangeiros a trabalhar em Angola a darem formação aos colegas locais, este défice vai sentir-se seguramente por mais uma ou duas gerações, acredita. Em vésperas de regressar a Luanda, José tem acompanhado a situação na capital angolana. "Conheço duas pessoas que estão a pensar vir embora. Mas é sobretudo porque estão saturadas."

Mas, por cada otimista, há dois realistas. Maria (nome fictício), gestora de uma empresa europeia de têxteis de luxo, traça um retrato bem mais feio. "Existem contentores de comida no porto que não são desembargados porque o cliente não paga e o fornecedor não entrega os papéis para descarregar a mercadoria", diz. Os que recebem em kwanzas estão em pior situação, porque têm de ir para a fila das casas de câmbio para tentar mandar dinheiro para Portugal. Se o fizerem por transferência bancária, o banco não assegura o tempo que demora (e pode levar dois ou três meses). Quem recebe em euros não tem tido dificuldades até ao momento, mas a situação corre o risco de mudar a qualquer momento.

A empresa de Maria tem contratos com o Estado. Por isso, caso exista um corte nestas compras, o efeito dominó pode ser devastador. A luso-angolana explica que só está disposta a esperar seis meses até que a situação normalize. Caso contrário, volta a fazer as malas. Para onde? "Dubai, Noruega ou Austrália. Existem sítios mais agradáveis para se viver..."

É o fim de um ciclo. Mário (nome fictício), consultor fiscal numa auditora multinacional, conta que, nos oito anos de vida que já leva em Angola, esta não é a primeira vez que assiste às restrições de circulação dos dólares. Mas há indícios de que alguma coisa mais estrutural, mais violenta, mais definitiva, está em andamento. "As dificuldades começaram em dezembro, mas agora pioraram. Antes, conseguíamos levantar 200 dólares por dia com o cartão de crédito, agora só 60." A escassez dos dólares também lhe trouxe dois meses de salários em atraso. "Todos os dias, a minha mulher leva 60 euros e depois vai-me depositando na conta de Angola. Mas do meu salário ainda tenho de pagar as contas da família em Portugal." E tudo será ainda mais complicado quando as empresas deixarem de conseguir pagar as importações de bens de primeira necessidade como alimentação e medicamentos. "Sei de uma petrolífera em que 200 trabalhadores foram de férias de Natal e já não vão regressar."

Quem pode, diz, começa a tentar ir para Moçambique. Nota-se também menos portugueses a chegar nos últimos tempos. "Tenho um plano B, estou a tentar mudar-me para outra empresa com negócios no Gabão, Guiné Equatorial e Moçambique. Mas acredito que 90% dos portugueses que aqui estão não têm um plano alternativo nem forma de se sustentar em Portugal." 

A resposta que todos tentam agora encontrar é saber qual é a próxima Angola. O próximo El Dorado. Mas a verdadeira pergunta é outra: haverá mais algum El Dorado?

Um tesouro chamado dólar
"As casas de câmbio atendem durante uma hora e depois acabam-se os dólares. As filas em Luanda começam à meia-noite, quando as casas de câmbio só abrem às dez da manhã. ?É uma loucura", descreve Maria, gestora em Angola. Nas últimas semanas, a corrida aos dólares, trancados pelo Banco Nacional, assumiu proporções gigantescas. Nos bancos, um dólar vale 105 kwanzas. Mas como os bancos deixaram de aceitar o câmbio, as quinguilas, as mulheres que vendem os dólares nas ruas, desesperam para arranjar as notas norte-americanas. Nem o mercado negro consegue dar conta do recado. Quem as consegue arranjar, encontra os dólares por 170 kwanzas. Uma disparidade, quando há umas semanas se conseguia o câmbio paralelo por uns 100 kwanzas. Em Portugal, as casas de câmbio como a Novacâmbios deixaram de aceitar kwanzas, porque "não conseguimos vender kwanzas ao BIC, o único banco em Portugal autorizado a exportar esta moeda", conta João Rocha, administrador da Novacâmbios.

* Quem pensou que Angola era um sonho não percebeu a história. O absoluto investimento para o "bolso" da ditadura angolana não previa economia positva no futuro. 
Sempre aqui dissemos que os empresários portugueses imigrantes em Angola iriam ter enormes problemas, ainda mal começaram, até podem morrer assassinados pelo poder político,  se reclamarem muito.

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I-MORAR SÓ AOS
18, 25 OU 30 ANOS

1-VISITAS

Aos 18 
é difícil a casa estar vazia

Aos 25 
a selecção das visitas é muito maior

Aos 30 
sabe bem ver um filme sózinho
 ou na companhia dum amigo


2-PRATO PREFERIDO

Aos 18, 
esparguete instantâneo é delicioso

Aos 25 
evoluiu para esparguete com salsicha


Aos 30 
dá ares de especialista e confecciona conchiglione recheados


3-NO RESTAURANTE

Aos 18 
pizza é o requinte gastronomico

Aos 25 
comida mexicana é colorida

Aos 30 
a diversidade de sabores é prioritária


4-BEBIDAS

Aos 18 
cerveja, cerveja e cola

Aos 25 
começa a aprender o que é vinho


Aos 30
sangrias e cocktails para conviver melhor


(continua no próximo domingo)


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ESTA SEMANA N0
"SOL"

Este pode ser o próximo 
petisco da moda em Portugal

A aquacultura nacional está a explorar o potencial de novos produtos como a camarinha, um pequeno camarão que tem sido até agora exportado essencialmente para Espanha, mas que se pode tornar o próximo petisco da moda.

O crustáceo "tem baixo valor comercial", mas captou o interesse dos aquacultores porque não tem praticamente custos de produção, contou à Lusa o secretário-geral da Associação Portuguesa de Aquacultores (APA).
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A camarinha, que cresce naturalmente nas antigas salinas que existem em Aveiro, na Figueira da Foz, no estuário do Sado, na ria Formosa e na ria de Alvor, ainda é praticamente desconhecida pelo mercado português e a maior parte da produção tem sido exportada para Espanha "onde é muito apreciada", mas Fernando Gonçalves acredita no seu potencial.

"Eu já vejo camarinha à venda, principalmente como entrada em restaurantes e cafés da zona do litoral. Tem potencial de crescimento para servir como entrada, refeição ou como petisco", destacou.
No entanto, este crustáceo, tal como as ostras, sofre o efeito negativo da fiscalidade.

A APA considera que são espécies com potencial e defende a redução da taxa de IVA aplicada às ostras e à camarinha, de 23 para 6%.

Fernando Gonçalves afirmou que em Portugal quase não se vendem ostras devido ao IVA a 23% e ao facto de serem consideradas um produto de luxo, o que não corresponde à realidade, já que os preços para o produtor variam entre 1 e 4 euros por quilo.

Baixar o imposto iria não só promover o consumo, mas permitir também a instalação de maternidades.

"Os produtores importam as sementes e os juvenis de França porque não existem maternidades cá em Portugal porque não conseguem competir com as importações de França, que não pagam IVA", precisou o secretário-geral da APA.

As algas também têm potencial de crescimento, existindo já empresas a produzir várias espécies na zona de Aveiro e Olhão, mas neste caso o código do IVA é omisso quanto à taxa a aplicar, que a APA pretende ver fixada nos 6%.

O consumo das espécies aquícolas em Portugal tem-se mantido estável, mas Fernando Gonçalves salientou que o consumo de espécies importadas tem "aumentado brutalmente".

O salmão é o caso mais paradigmático: são cerca de 15 mil toneladas por ano que a APA diz que poderiam ser substituídas por espécies de aquacultura nacional com características semelhantes como a truta salmonada.

"Hoje em dia já temos um conhecimento e uma produção estável de sete espécies: o pregado, a amêijoa, a dourada, a ostra, o robalo, a truta e o mexilhão. Depois existem outras espécies com elevado potencial, falo do linguado, que pensamos que, em breve, vai ser uma das espécies mais produzidas em Portugal, da corvina, que tem algumas limitação, das algas e a camarinha", adiantou Fernando Gonçalves.

Em 2013, o défice na balança comercial de pescado foi de 641 milhões de euros. Portugal importa normalmente 400 das cerca de 600 mil toneladas de pescado que consome anualmente.

A aquacultura contribuiu em 2014 com cerca de 11 mil toneladas, pouco mais de 1,5% do consumo nacional de pescado, mas a APA estima um potencial de produção que ronda as 145.000 toneladas.

* Pelo menos existirão 500 mil portugueses que podem comer a "camarinha", são eles que consomem tudo o que é luxo, viagens, hotéis, restaurantes, etc. Os outros 9 milhões e 500 mil continuarão a viver com precaridades.


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O Inverno na Aústria



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 SÓ PAPEL


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ESTA SEMANA N0
"EXPRESSO"

Offshore algarvio terá furo em 2015 

As reservas de gás da costa algarvia são superiores ao que se esperava. Repsol e Partex iniciam perfuração.

A prospeção de gás natural na costa algarvia poderá "constituir uma boa surpresa para Portugal", admite o presidente da Partex, António Costa Silva, que participa neste projeto de prospeção de gás natural.

O resultado da primeira prospeção será conhecido este ano, provavelmente no quarto trimestre, altura em que o consórcio liderado pela petrolífera espanhola Repsol - que integra a Partex, com 10% - deverá avançar para a realização do primeiro furo no offshore marítimo, a mais de 30 quilómetros da praia.
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A área específica de perfuração está identificada na malha de dados recolhidos pelo levantamento da sondagem marítima - a designada "sísmica 3D" - que facultou a leitura geológica dos solos costeiros a nível tridimensional, depois de ter sido feita a primeira leitura de dados a 2D.

"A zona com potencial de reservas de gás natural parece ter quantidades superiores ao volume inicialmente previsto, correspondendo a uma reserva de gás natural que poderá ser três a quatro vezes maior que as reservas do campo Poseidon,  no golfo de Cádis, a cerca de 30 quilómetros de Huelva, onde foi explorado gás natural durante muitos anos até essas reservas terem sido esgotadas", explica Costa Silva.

"O campo de Poseidon tinha reservas de 98 biliões de pés cúbicos (bcf) de gás natural, enquanto o potencial das reservas da costa algarvia pode ser três a quatro vezes superior, ou seja, pode ter entre 290 e 390 bcf de gás natural", admite o responsável da Partex. 
A confirmação destas reservas de gás "seria muito importante para Portugal, sobretudo se uma parte significativa deste gás entrasse na rede nacional de gasodutos e conseguisse ser armazenado nas cavernas de Pombal", diz Costa Silva.

"Portugal importa anualmente €1,5 mil milhões de gás natural e uma descoberta desta dimensão na costa do Algarve iria reduzir consideravelmente as importações deste tipo de energia, permitindo igualmente que Portugal pudesse revender gás natural  para outros países, beneficiando da arbitragem de oportunidades de mercado quando surgissem interessados a pagar preços competitivos", adiantou.
O primeiro furo no offshore algarvio será feito a profundidades que, no máximo, vão até cerca de mil metros, onde estará previsivelmente localizada a reserva de gás natural que o consórcio pretende captar.

O custo de um furo deste tipo rondará os 80 milhões de dólares, cabendo cerca de 8 milhões de dólares à Partex, pelos 10% que detém no consórcio. O investimento principal ficará a cargo da Repsol, embora até ao quarto trimestre de 2015 ainda possam entrar mais parceiros para este consórcio.

"Ter uma exposição de 90% num consórcio deste tipo é manifestamente excessivo, sendo normal que haja outros parceiros para redistribuir o risco dos projetos", comenta Costa Silva.

Este consórcio chegou a integrar os alemães da RWE, que detinham uma participação de 25%, mas posteriormente saíram, deixando a Repsol, com 90% do consórcio. Fonte da Repsol admite que serão captadas para este projeto novas empresas, sendo ainda imprevisível a participação que venham a ter. "Não terá de coincidir obrigatoriamente com os 25% que a RWE detinha", comenta a fonte da Repsol.

De resto, este projeto não terá impactos visuais para quem está na orla costeira. "É quase impossível, estando na praia, conseguir ver o que se passa a 40 ou 50 quilómetros no mar", comenta o responsável da Partex. "Nem se entende por que razão houve receios por parte de grupos ambientalistas quando o projeto foi debatido publicamente, tal como não se percebe por que motivo é que o projeto levou tanto tempo a ser viabilizado pelo Governo", adianta Costa Silva, aludindo ao longo período em que o ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, manteve "congelada" a concessão destas áreas offshore.

* Será uma riqueza para Portugal o sucesso da operação, desde que não vendam a parte pública aos chineses.


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