HOJE NO
"PÚBLICO"
Rede de corrupção cobrava até
7500 euros por carta de condução
PJ acredita que alguns examinadores vendiam cartas de forma fraudulenta há mais de uma década. Identificadas centenas de "clientes".
A Polícia Judiciária anunciou esta terça-feira a detenção de 24
pessoas suspeitas de integrarem uma rede de corrupção que se dedicava a
vender cartas de condução por um valor que variava entre os 2500 e os
7500 euros.
A PJ acredita que alguns
elementos da organização, que operava na Região Norte, se dedicavam a
esta actividade há mais de uma década. Isto, porque já foram suspeitos
em sucessivos inquéritos-crime, muitos dos quais resultantes de
denúncias anónimas, que acabavam arquivados por falta de provas.
Nesta
investigação, que começou há mais de um ano, foram identificados
“centenas” de condutores que beneficiaram deste esquema de corrupção,
uma parte dos quais não reunia os requisitos mínimos para obter a carta,
como saber ler e escrever.
“Esta acção foi o culminar de uma
investigação desenvolvida na Unidade Local de Investigação Criminal de
Vila Real desta polícia, onde vem indiciada a prática reiterada por
aqueles suspeitos de crimes de corrupção e de falsificação de documentos
e que visou pôr cobro a uma actividade criminosa relacionada com a
obtenção de cartas de condução de forma fraudulenta”, lê-se num
comunicado da PJ.
Entre os detidos, 21 homens e três mulheres, com
idades entre os 38 e os 66 anos, há sócios-gerentes e directores de
escolas de condução e examinadores, que vão ser presentes nos próximos
dias a interrogatório judicial para aplicação das medidas de coacção.
A operação, com o nome de código Carta Branca,
foi levada a cabo na Região Norte e contou com a participação de
investigadores da Directoria do Norte e das unidades de Vila Real e da
Guarda que realizaram cerca de meia centena de buscas.
* Dêem mais meios à PJ.
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