HOJE NO
" DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Dez mil operários esperam
indemnizações há dez anos
O presidente do Sindicato da Construção de Portugal alertou hoje que
cerca de 10 mil trabalhadores de empresas falidas aguardam, há uma
década ou mais, o pagamento de 50 milhões de euros referentes a salários
em atraso e indemnizações.
Segundo o
sindicalista, Paula Teixeira da Cruz terá lembrado que, "a partir de
setembro, os juízes vão ter um prazo para resolver os processos", de
modo a tentar evitar cenários como este, em que processos de falência se
arrastam durante anos em tribunal, prejudicando os trabalhadores, e
ter-se-á comprometido a "levar a questão ao Conselho Superior da
Magistratura, para que lhe seja dada prioridade".
O sindicato
estima que haja, em Portugal, 10 mil trabalhadores da construção que
aguardam para receber indemnizações e salários em atraso, como
consequência da falência das empresas em que trabalhavam. Alguns dos
processos que o sindicato acompanha, disse o sindicalista, duram há 13
anos. A incidência destes casos é maior em Lisboa e no Porto.
Albano Ribeiro considerou que os atrasos decorrem "da falta de condições nos tribunais".
"O
Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia, por exemplo, é um tribunal
onde não há condições, e é onde existe o maior número de processos em
termos territoriais. Ali, os juízes e os funcionários não têm capacidade
de tornar os processos mais céleres", exemplificou aos jornalistas.
Paula
Teixeira da Cruz, a esta questão, terá assegurado, segundo o
sindicalista, que "vai haver uma intervenção de requalificação em muitos
tribunais".
Em relação ao Túnel do Marão -- com construção parada
há dois anos e cujo contrato de concessão foi rescindido pelo Estado,
alegando incumprimento por parte da concessionária, Autoestrada do Marão
--, a ministra da Justiça ter-se-á comprometido a contribuir para que
haja "mais celeridade" no processo que decorre em tribunal, disse Albano
Ribeiro.
A Estradas de Portugal (EP) vai receber todos os bens
relacionados com a concessão do Túnel do Marão e passará a gerir a obra.
Para a EP passam todos os bens da concessão, desde os troços já
construídos e abertos ao tráfego, até aos sublanços que estão por
concluir, os projetos, planos, plantas, documentos e direitos de
propriedade intelectual.
Na sexta-feira, o presidente da EP, António Ramalho, estimou que será necessário "pelo menos um ano" para que a obra recomece.
A
Autoestrada do Marão já está executada em cerca de 70 por cento do
projeto. Os sublanços, cuja construção está interrompida, deveriam ter
entrado em serviço em novembro de 2012.
Esta autoestrada tinha um
custo inicial estimado de 350 milhões de euros, em pico de obra chegou a
dar emprego a 1.400 trabalhadores e a envolver cerca de 90 pequenas
empresas.
* Uma caldeirada de betão!
.
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