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HOJE NO
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OCDE
Entrada da troika deu estocada fatal
na actividade económica
Entrada do FMI na Grécia e Irlanda teve
menor impacto nos indicadores da OCDE
desses países que o registo português
Entre Abril de 2011 e Fevereiro deste ano, as perspectivas para a actividade económica em Portugal caíram a pique, com uma redução superior a quatro pontos nos indicadores da Organização para a Cooperação e De- senvolvimento Económico (OCDE) que prevêem tendências económicas. A queda foi maior que a registada por irlandeses e gregos nos primeiros meses após a chegada do FMI.
Estes indicadores compósitos utilizados pela OCDE procuram identificar a tendência económica de cada país para os próximos quatro a oito meses, partindo do valor 100 como referência. Uma variação crescente mensal acima de 100 aponta para uma tendência de melhoria económica nos próximos meses, ao passo que valores mensais em queda abaixo de 100 apontam para contracção económica.
A OCDE avançou ontem com os resultados do cálculo deste indicador para Fevereiro e, no caso português, houve nova revisão em baixa das perspectivas. Em Janeiro o indicador estava em 97,6 pontos, valor que caiu agora para 97,5.
Já olhando para os dados mensais da OCDE desde Abril de 2011, quando Portugal pediu ajuda internacional, nota-se que esse pedido fez acentuar a queda mensal que as perspectivas portuguesas já arrastavam desde o início de 2011. Assim, e de Abril do ano passado a Fevereiro, as perspectivas portuguesas passaram de 101,6 pontos para 97,5, queda maior que a registada pelos parceiros europeus sob os holofotes da crise da dívida (Itália e Espanha) e também dos países já sob alçada da troika (Grécia e Irlanda) não só no mesmo período, mas também nos meses após os pedidos de ajuda de Atenas e Dublin.
Olhando a evolução mensal dos indicadores da OCDE para a Grécia e a Irlanda, nota-se que no primeiro ano após a chamada do FMI os indicadores para a economia grega baixaram de 99,4 pontos para 98 pontos [Maio de 2010 a Maio de 2011], enquanto na Irlanda baixaram de 100,5 pontos para 100,3 pontos [Novembro de 2010 a Novembro de 2011].
Ainda olhando para a evolução deste indicador para Portugal e a função de prever os próximos quatro a oito meses de actividade económica, nota-se que em Agosto de 2011 a OCDE apontava para o início de um clima mais agressivo em Portugal: os números mostravam então que, e pela primeira vez desde o início da crise da dívida, as perspectivas para a economia portuguesa estavam abaixo de 100 pontos. Nos meses seguintes a economia portuguesa deu razão ao indicador e viu a recessão intensificar-se no último trimestre de 2011: o PIB contraiu 2,7% face ao trimestre anterior.
Perspectivas europeias De Janeiro para Fevereiro, o indicador da OCDE aponta para uma subida de 0,1 pontos na Grécia e em Espanha (para 98,2 e 101,2) e uma recuperação pronunciada na Irlanda (de 100,9 para 101,3). Já em Itália a deterioração prossegue – menos 0,1, para 99,4. Quanto à zona euro, apesar de as perspectivas estarem quase iguais às de Janeiro, a OCDE fala em “possível ponto de viragem”. No Japão e nos EUA os indicadores “continuam a mostrar fortes sinais de dinamismo”.
* Eis o resultado da obediênciazinha cega dos polítiquinhos nacionais à troika.
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