HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Escolas de todo o país
abrem portas ao combate à pobreza
O presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN) em Portugal,
Jardim Moreira, revelou que, no prazo de "três semanas", vai assinar com
o Ministério da Educação um protocolo de "combate à pobreza em
Portugal, a partir das escolas".
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"É uma luta de 25 anos. Sempre soubemos que não se podia erradicar a
pobreza sem começar pela educação nas escolas, mas, a verdade, é que
houve sempre uma barreira intransponível, no Ministério da Educação, à
abertura de portas para este trabalho com os jovens para a igualdade,
cidadania e sensibilização", disse à Lusa o responsável.
E prosseguiu: "Finalmente tornou-se possível".
"Hoje recebemos a promessa do ministério de que dentro de quinze dias
a três semanas vai ser assinado o protocolo nacional que nos permitirá,
a partir do próximo ano letivo, entrar em todas as escolas do país",
congratulou-se.
Para Jardim Moreira "será um passo de gigante, permitindo mudar
mentalidades e criar gente jovem a participar na construção de uma
sociedade renovada".
Jardim Moreira falava no âmbito do debate "O futuro começa agora",
promovido por aquela instituição e que envolveu 200 alunos, entre os 13 e
17 anos, de 15 escolas e instituições entre Bragança e Niza, que hoje
decorreu no auditório do Museu Soares dos Reis, no Porto.
Implantada em todos o país, o passo seguinte da EAPN- Rede Europeia
Anti-Pobreza/Portugal, segundo o seu presidente, será "cativar os
professores aderentes para que tenham formação e, assim, poder colaborar
com os jovens nas escolas".
"Não vai haver dinheiro, mas sim parcerias entre as escolas e a
Rede", salientou o responsável de um projeto que surgirá "depois do
desaparecimento, nos últimos anos, das áreas de projeto e de Educação
para a Cidadania", lembrou Sandra Araújo da Rede do Porto.
E acrescentou: "Com este novo projeto vai manter-se a aposta de
distribuição dos conteúdos pelas escolas, agora mais direcionados para o
público mais jovem depois de um esforço de sensibilização junto dos
adultos".
Para Rui Teixeira, presidente da Federação Nacional de Associação de
Estudantes, os 200 jovens aderentes "são um número muito bom para
começar" um projeto com "muita margem para crescer até chegar à rede
nacional de escolas".
Catarina Monteiro, aluna do 10.º ano do ensino profissional do
Agrupamento de Escolas de Almeida, saiu da cama às 5:30 para mostrar o
projeto da sua turma de 10 alunos.
Frequentadora de sessões de psicologia na escola "que ajuda ao nível
da concentração e do comportamento, quer em contexto escolar, quer no
relacionamento com os outros no quotidiano", a aluna confessou à Lusa o
seu entusiasmo pelo projeto.
"Foi-nos pedido que fizéssemos algo que deixasse as pessoas de boca
aberta e foi isso que tentámos fazer", revelou Catarina que "de coração
aberto", preparou com os colegas "uma canção, feita a partir de um tema
do cantor Kalema, acompanhada de um vídeoclip".
No evento houve 15 apresentação entre poemas, peças de teatro, canções e vídeos.
* BOA INICIATIVA
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