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Empresários de tuk-tuk dizem não ter sido informados das novas regras em Lisboa
Fernando Medina decidiu avançar já este mês com quatro medidas para disciplinar a circulação destes veículos turísticos, mas os empresários do ramo queixam-se de não ter sido ouvidos.
O presidente da Astuk – Associação Nacional de Empresários de Tuk
Tuk, Paulo Oliveira, disse esta terça-feira desconhecer limitações à
circulação destes veículos turísticos em Lisboa, e lamentou que os
empresários não tenham sido ouvidos sobre o regulamento em elaboração.
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“A
câmara não nos comunicou nada. A câmara quando tentou fazer o
regulamento foi falar com os senhores da ANTRAL [Associação Nacional de
Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros], não veio falar
connosco”, afirmou à Lusa o dirigente da Astuk, estranhando a consulta à
associação que representa os taxistas para regulamentar a atividade
dos tuk-tuk.
O presidente da câmara de Lisboa, Fernando Medina, anunciou na terça-feira que a circulação dos tuk-tuk apenas poderá ser feita entre as 9h e as 21h e estará vedada a ruas estreitas, medidas que entram “ainda este mês em vigor”.
Não temos sido ouvidos e, aliás, temos sido muito marginalizados. A questão dos tuk-tuk é uma coisa que me surpreende, porque de uma coisa inovadora em Lisboa, e de uma aceitação ao início passámos a uma situação de proscritos”, desabafou Paulo Oliveira.
A Astuk representa “cerca
de 80% do setor”, com 12 empresas associadas em Lisboa e cerca de 100
veículos licenciados para o transporte turístico, mas o dirigente não
compreende por que motivo “a câmara continua a não dar lugares de
estacionamento” e locais para parar, apesar dos pedidos feitos desde há
dois anos. “A câmara, ao querer impor horários [de circulação], está a
condicionar uma atividade e, além disso, não está a cumprir o
pressuposto da universalidade que a Constituição prevê, ao vedar aos tuk-tuk o acesso a determinadas ruas”, avisou Paulo Oliveira.
Em
relação ao regulamento que a autarquia está a elaborar, o representante
salientou que vai “estar atento durante a discussão pública” e tomará
as devidas ações. “O regulamento não vai solucionar nada, porque a
anarquia continuará a mesma. Se não há lugares para estacionar, as
pessoas acotovelam-se, não há disciplina”, frisou.
Além das dificuldades em estacionar, Paulo Oliveira apontou também o “excesso de zelo da polícia municipal e da PSP, porque os tuk-tuk, de repente, tornaram-se uma fonte de rendimento”, graças às multas aplicadas muitas vezes “sem qualquer critério”.
Outra medida, mas que só entra em vigor a partir de 1 de janeiro de 2017, é a obrigação de todos os tuk-tuk
terem de passar a ser elétricos. “A câmara vir condicionar uma
atividade parece-me estranho. O que é que faremos aos investimentos
feitos?”, questionou o presidente da Astuk, acrescentando que os carros
dos associados são de 2014 e de 2015 e possuem certificação europeia de
conformidade com as normas ambientais.
Paulo Oliveira notou que os
veículos estão habilitados a circular em países como Alemanha e
Holanda, cumprindo as normas de “emissões de gazes e sonoros” e “um
autocarro da Carris polui mais do que 100 tuk-tuk“. “O senhor presidente [da câmara] compra-nos os carros todos, de 2014 e 2015, e nós refazemos as frotas”, rematou.
* Cheira a esturro:
- Os táxis podem circular em ruas estreitas e os tuk tuk não?
- Os táxis mais poluentes que não obedecem a normas nenhumas ainda continuam a circular, qual a razão?
- Os táxis a partir de 2017 também vão ter motores eléctricos apenas?
- Porque se permite o início de uma actividade recente com folclore e grandes manifestações de regozijo, para depois de investimentos feitos se começar à bordoada nos empresários?
- Estão a transformar os tuk tuk numa fonte de receita da polícia municipal?
- Porque é que o município não fiscaliza a higiene do interior dos táxis nomeadamente o mau cheiro, amortecedores em baixo, caixa de velocidades e motores fanados e, sobretudo, o comportamento de alguns profissionais?
Não temos simpatia especial por os tuk tuk, mas que cheira a esturro, cheira!
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