HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Conselho Geral Independente
chumba plano estratégico do
Conselho de Administração da RTP
O Conselho Geral Independente considera que o
Plano Estratégico "revela insuficiência que o fere de maior eficácia".
Sobre a proposta de aquisição dos direitos televisivos da Liga dos
Campeões, o conselho considera que o Conselho de Administração da RTP
violou o "dever de colaboração" e o "princípio de lealdade
institucional". CA remete para mais tarde uma "tomada de posição".
A segunda versão do Plano Estratégico
da RTP, submetida a 17 de Novembro, não foi aprovada pelo Conselho Geral
Independente da estação pública. "O CGI considera que o Plano
Estratégico re-submetido pelo Conselho de Administração, não obstante a
sua aparente não desconformidade com o Plano de Desenvolvimento e
Redimensionamento, revela insuficiência que o fere de qualquer eficácia.
Esta insuficiência manifesta-se na débil natureza qualitativa e na
ausência de especificação das suas propostas", refere o Conselho Geral
Independente em comunicado emitido esta segunda-feira, 1 de Dezembro.
O Conselho de Administração já reagiu ao comunicado do Conselho Geral
Independente, afirmando que "irá analisar o mesmo e o seu teor à luz do
enquadramento legal existente, remetendo, para um momento posterior,
uma tomada de posição".
O Conselho de Administração da RTP, liderado por Alberto da Ponte,
tinha já apresentado, a 3 de Outubro, uma primeira versão do Plano
Estratégico, que o CGI considerou "inaceitável" por, entre outras
razões, "conter contradições internas insanáveis e com frequência
consistir na remissão para documentos ancilares externos, sem todavia os
reconciliar".
No terceiro e último ponto deste comunicado, o CGI, órgão criado pelo
actual Governo com a função de escolher o conselho de administração e
supervisionar a actividade da RTP, sublinha "ser necessário analisar
actuações conjunturais recentes do Conselho de Administração",
referindo-se, em concreto, à proposta apresentada pelo Conselho de
Administração da estação pública para adquirir os direitos televisivos
da Liga dos Campeões para as próximas três temporadas.
"Independentemente do que possa pensar-se da adequação, ou não,
dessas transmissões à noção de serviço público, a sua aquisição, quer
pelo montante financeiro envolvido, quer pelas implicações que terá na
grelha de programação, quer pelo alcance concorrencial da decisão, é de
natureza estratégica. A operação deveria, por isso, ter sido comunicada
ao CGI, tanto mais quanto o Conselho de Administração se encontrava em
posição de submeter, e logo de re-submeter, ao CGI o seu Plano
Estratégico para o período final do mandato em Setembro de 2015", refere
o CGI, acrescentando que "apenas tomou conhecimento desta proposta em
20 de Novembro de 2014 pela imprensa, tendo a proposta final sido
assinada pelo Conselho de Administração em 10 de Novembro de 2014".
"Sem querer pronunciar-se sobre os méritos ou
deméritos da proposta, o CGI considera que o dever de colaboração, e o
princípio de lealdade institucional que lhe subjaz, foram violados pelo Conselho de Administração" da RTP, conclui o comunicado do CGI.
O Negócios noticiou a 19 de Novembro
que a RTP ofereceu 18 milhões de euros para ficar com os direitos da
Liga dos Campeões nos próximos três anos, o que lhe deu a vitória na
corrida a estes direitos. Este valor supera o que foi oferecido pela TVI
em cerca de 40% e os 17,5 milhões de euros pagos pela estação pública
pelas três temporadas entre 2010 e 2012.
A oferta da RTP gerou duras críticas por parte do Executivo de Pedro Passos Coelho. "Os
dinheiros públicos, do ponto de vista do Governo, não deveriam ser
aplicados" na compra de direitos de transmissão de jogos de futebol. "Foi
este Governo, quando as orientações ainda eram dadas por si, e não
desgovernamentalizadas, que deu orientações muito claras no sentido de
que a RTP se afastasse desse tipo de concorrência com outros
operadores", afirmou, na altura, Luís Marques Guedes.
A 20 de Novembro, o Conselho Geral Independente emitiu um comunicado
onde confirmava a existência de uma proposta da RTP para comprar os
direitos dos jogos da Liga dos Campeões para o período 2015-2018. O GCI
"acaba de verificar que a proposta da RTP foi aceite pela UEFA, é
vinculativa, e constitui, por isso, um compromisso jurídico assumido
pela RTP".
No mesmo dia, o Conselho de Administração da RTP emitiu um comunicado
onde desmentia o valor avançado pelo Negócios. Sem revelar valores, o
Conselho de Administração garantia apenas que o montante "está previsto
no orçamento de grelha e não constitui qualquer esforço financeiro
suplementar para a empresa".
* O primeiro responsável é o governo que nomeou este C.A. da R.T.P.
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