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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
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Portuguesas ganham prémio
com abrigo para refugiados
Três jovens arquitetas portuguesas venceram um concurso internacional ao
realizar um projeto de abrigos para os refugiados na Síria, que irá
estar em exposição na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, em
dezembro.
As arquitetas Ângela Pinto, Joana Lacerda e Carla Pereira frequentaram
um curso promovido pela Open Online Academy, dedicado a abrigos em
locais de emergência e cujo trabalho final iria a concurso.
O objetivo final do curso era projetar abrigos para vítimas de guerras
ou desastres naturais, e as três amigas, que tiraram o curso de
Arquitetura na Universidade Lusíada do Porto, decidiram-se pela criação
de um abrigo para refugiados na Síria.
"Estamos as três desempregadas e decidimos fazer este curso pois a
temática de uma arquitetura social e mais humana interessa-nos
bastante", disse à Lusa Ângela Pinto, avançando que o maior desafio foi
criar um abrigo que pudesse ser colocado em prática com um orçamento
limitado, que não poderia ultrapassar os mil dólares (cerca de 780
euros).
O prémio consiste na exposição e apresentação do trabalho
na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, entre 1 e 12 de dezembro, e
na Asia Society, em São Francisco, além de uma menção numa publicação da
especialidade nos Estados Unidos e a eventual construção do projeto
caso se consiga reunir financiamento de Organizações Não Governamentais.
"O
momento mais alto, depois da exposição, era vermos o nosso projeto
construído e essa é a ideia inicial", explicou Ângela Pinto, adiantando
que, primeiro que tudo, vão ter de arranjar financiamento para a viagem
aos Estados Unidos.
Joana Lacerda contou, por seu turno, que o
projeto foi decorrendo de forma faseada, ao longo dos módulos que iam
tendo, mas sempre com uma "grande entrega" da parte das três
recém-arquitetas.
"Temos as três as mesmas convicções, foi tudo
feito com muita entrega, muita alma. As coisas surgiram naturalmente.
Claro que houve bastante pesquisa por trás para entender as necessidades
específicas destes locais, mas acima de tudo foi a coerência e
equilíbrio que tínhamos as três, pelo que as coisas surgiram
naturalmente", frisou Joana Lacerda.
Desta forma, a ideia das três
amigas passou por criar um abrigo que fosse o mais "adaptável
possível", tanto em relação ao número de pessoas que o pode utilizar,
como na forma de enfrentar o clima, através do conceito de
flexibilidade.
"Na Síria, há os dois climas [frio e quente] e
queríamos que [o abrigo] tivesse a possibilidade de ficar mais pequeno
no inverno para concentrar o calor, e de se alargar para o exterior nas
temperaturas mais quentes", explicou Ângela Pinto.
A utilização de
materiais pré-fabricados possibilita a fácil construção do abrigo que
terá no seu exterior uma grelha, de forma a possibilitar a
personalização de acordo com quem nela se encontra.
"Sentimos que
estas pessoas também precisam de novos estímulos e daí que tenhamos
pensado que poderiam revestir a fachada da forma que mais se
identificasse com elas", recorrendo a materiais reutilizáveis
encontrados no local, sublinhou.
* Grandes Lusitanas, inteligentes e no desemprego, a pátria é madrasta.
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