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Políticos têm os cortes salariais
mais leves da função pública
Os dirigentes de topo da administração pública e os
representantes do poder político (legislativo e executivo, grupo onde
se inclui os membros do governo) conseguiram, em média, resistir
relativamente bem às medidas de cortes salariais e de austeridade
definidas pelo Executivo, indicam dados oficiais. Em boa verdade, os
políticos têm os cortes salariais mais leves de toda a função pública.
Um grupo de dirigentes superiores até beneficia de um aumento nominal.
O boletim estatístico do emprego público, elaborado pela
Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (Ministério das
Finanças), que faz uma análise detalhada até ao final do segundo
semestre deste ano, confirma que a remuneração média de base no conjunto
das administrações públicas afundou 5,4%, em termos nominais brutos,
entre abril de 2013 e igual mês deste ano (desceu de 1.405,5 para
1.329,4 euros).
Mas o estudo deixa bem claro que quanto mais
altos na escala do poder estão os funcionários públicos ou mais
qualificados são, melhor conseguem resistir à austeridade e às medidas
de restrição salarial definida pelo Governo PSD/CDS.
Apesar da
conjuntura adversa, a classe dos dirigentes superiores de 2º grau
destaca-se por ter conseguido reforçar o salário médio de base em 0,6%,
somando mais 20 euros ao ordenado entre abril de 2013 e igual mês de
2014.
O ordenado de base passou assim de 3.371,1 para 3.391,7
euros. Esses dirigentes foram também os menos lesados no ganho médio
(salário base mais suplementos, prémios, etc.), que caiu apenas 0,1%
para 4.050 euros por mês.
O Governo também foi menos severo com os
políticos e os membros do Governo, mostram os dados das Finanças. O
grupo dos representantes do poder legislativo e de órgãos executivos
teve um corte de 1,5% na remuneração média de base, menos 35 euros
brutos por mês. Em abril de 2014 estavam a ganhar, em média, 2.342,4
euros.
Os magistrados, a classe com maior salário base em toda a função pública, teve um corte médio de 2,3% para 4.014,5 euros.
De
acordo com o censo, os diplomatas, o grupo mais bem pago de toda a
administração pública, teve um corte no ganho médio de apenas 1,4%
(compara com o corte de 4,9% para o total do universo analisado, que
abrange 552.959 funcionários).
Assim, cada diplomata ficou a
ganhar menos 114 euros por mês. Auferiam 8129,12 euros em abril de 2013,
ganham 8015,17 euros brutos agora.
O estudo destaca que os
diplomatas são o grupo profissional menos sensível ao salário de base, o
peso dos suplementos regulares no ganho médio é 72,7% do total.
No
extremo oposto estão os professores -- o pessoal docente -- em que os
suplementos pesam apenas 5%. O salário de base vale 95% do ganho,
estando portanto muito mais exportas a medidas de caráter permanente de
corte salarial.
As classes mais penalizadas
Em
termos de ganho médio, o estudo mostra que os profissionais da Guarda
Nacional Republicana e os dirigentes intermédios de 3º grau ou mais
baixos foram os mais sacrificados no ano em análise. Na GNR o corte foi
de 8,3%, naqueles dirigentes intermédios a diminuição chegou a 9,3%. Os
bombeiros acompanharam de perto com uma redução de 8,2%.
Na
remuneração base, Guarda Nacional Republicana, Polícia Municipal e
Bombeiros foram os grupos com reduções mais expressivas: todas próximas
de 9% entre Abril de 2013 e igual mês deste ano.
* Quem assalta não pode ficar prejudicado!
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