HOJE NO
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Comité europeu denuncia "condições desumanas" na prisão de Lisboa
Relatório do comité para prevenção da tortura alerta para condições "muito deficientes", suspeita de maus-tratos ou sobrelotação no EPL
No Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL), a sobrelotação é
"crónica", as condições de detenção são "muito deficientes", há ainda
suspeitas de maus-tratos que devem ser investigadas ou penas
disciplinares pesadas.
As denúncias surgem no relatório do Comité
Europeu para a Prevenção da Tortura e das Penas ou Tratamentos Desumanos
ou Degradantes (CPT), ontem divulgado.
Os observadores visitaram a
principal cadeia da capital em Maio deste ano e concluíram que as
condições de detenção são "de-sumanas e degradantes". Desde a última
visita, em Fevereiro de 2012, que a sobrelotação do EPL aliás se
agravou, atingindo os 150%.
Celas húmidas, gesso a cair das paredes,
janelas partidas, falta de iluminação artificial, colchões velhos foi o
que os peritos do comité encontraram na maioria das áreas da cave da
cadeia de Lisboa. No relatório há ainda advertências para a necessidade
de "investigar de forma eficaz" as denúncias "credíveis de maus--tratos
infligidos pelos guardas prisionais aos detidos".
Aperfeiçoar o
"registo de ferimentos observados no momento da admissão dos presos ou
na sequência de incidentes violentos dentro da prisão", aumentar o
pessoal vigilante, melhorar os procedimentos disciplinares e reduzir o
recurso ao isolamento prolongado são algumas das recomendações feitas no
relatório.
As advertências estendem-se à cadeia de alta segurança
de Monsanto, onde os reclusos "passam cerca de 21 horas confinados às
celas". Daí a recomendação para elaborar um plano de actividades
"motivador" para os detidos, que tenha em conta o contacto entre
reclusos e funcionários. As autoridades portuguesas foram ainda
"convidadas a eliminar progressivamente o uso de matracas por parte dos
vigilantes nas zonas de detenção" das duas cadeias.
As conclusões
do relatório foram enviadas às autoridades portuguesas, que na resposta
ao comité reafirmaram o compromisso de resolução do problema da
sobrelotação nas cadeias, enumerando as acções que estão a ser
desenvolvidas para alargar a aplicação de medidas alternativas à prisão e
o investimento que está a ser feito para melhorar as condições de
detenção no EPL.
Foram ainda fornecidas informações sobre as medidas
tomadas ou previstas para aplicar as recomendações relativamente aos
programas de actividades nas prisões, às questões do pessoal, aos
sistemas disciplinares e aos serviços médicos.
Na visita de Maio, a
delegação do comité examinou ainda o processo sobre um caso de supostos
maus-tratos por parte de um agente da GNR a um recluso. O relatório
centra-se numa "série de lacunas na investigação deste caso" e levanta
"preocupações" face ao fluxo de informações entre a GNR, a
Inspecção-Geral do Ministério da Administração Interna e o Ministério
Público.
Na resposta, as autoridades portuguesas deram informações sobre
as medidas que estão a ser tomadas para que no futuro o Ministério
Público e os serviços de inspecção sejam directamente informados de
indício de maus-tratos.
* O nosso sistema prisional é néscio, apesar de algumas tentativas a formação dos guardas é deficiente e estes têm cargas horárias desumanas e são mal pagos.
Que tal os inteligentes da administração pública visitarem uma cadeia norueguesa?
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