HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Mais de 90% dos inquiridos em estudo
. querem mais incentivos à natalidade
Mais de 90% dos homens e mulheres participantes no Inquérito à
Fecundidade defendem mais incentivos à natalidade na área dos benefícios
fiscais e subsídios de apoio à educação e saúde e a redução de impostos
a famílias com filhos.
O Inquérito à Fecundidade (IFEC)
2013, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em parceria
com a Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), decorreu entre 16 de
janeiro e 15 de abril e foi dirigido a uma amostra de mulheres com
idades entre os 18 e 49 anos e de homens com idades entre os 18 e 54
anos.
O inquérito, realizado em cerca de 10 mil alojamentos de todo o país e
do qual resultaram 7624 entrevistas, permitiu analisar a fecundidade,
quer para quem tem filhos, quer para quem (ainda) não tem, em função do
número de filhos tidos, do número de filhos que as pessoas (ainda)
pensam vir a ter e do número de filhos que desejariam ter.
Cerca de 94% das mulheres e 92% dos homens, tantos os que não querem vir
a ter filhos, como os que tencionam vir a ter, consideram que devem
existir incentivos à natalidade.
"Aumentar os rendimentos das famílias com filhos" foi a medida de
incentivo mais frequentemente referida como "a mais importante".
Esta medida inclui, por exemplo, reduzir impostos sobre famílias com
filhos, aumentar as deduções fiscais para quem tem filhos e aumentar
subsídios relacionados com educação, saúde, habitação e alimentação.
À PEDINCHA |
A segunda medida considerada mais importante prende-se com o facilitar
das condições de trabalho "para quem tem filhos, sem perder regalias", o
que inclui a oportunidade de trabalho a tempo parcial, períodos de
licenças de maternidade e paternidade mais alargados e flexibilidade de
horários para quem tem crianças pequenas.
"Alargar o acesso a serviços para ocupação dos filhos durante o tempo de
trabalho dos pais" foi considerada a opção "menos importante".
Cerca de 25% dos inquiridos disseram ter tantos filhos quantos os que
desejaram ter, mas cerca de 70% dos homens e mulheres têm menos filhos
do que gostariam.
Presente na apresentação do inquérito, o presidente da FFMS afirmou que o
"mais importante" deste trabalho é dar elementos de compreensão aos
responsáveis pelas políticas públicas.
Para António Barreto, a política social e de família devia incluir a "dimensão demográfica".
"Se Portugal tem um problema real", que é o decréscimo da fecundidade,
deve encarar a situação com "sabedoria e ciência e ter políticas
públicas permanentes, constantes e não erráticas"
Para o sociólogo, "o importante é que as políticas públicas deem
instrumentos de escolha livre às pessoas, para que quem quer ter
[filhos] possa ter e quem não quer ter não tenha e que não haja pressões
legais, políticas ou financeiras contra a vontade e o projeto de vida
de cada um".
A diretora da Pordata, Maria João Valente Rosa, observou que este
inquérito foi lançado "no pleno de uma crise económica grave no país".
Defendeu que "as medidas de política que vão ser adotadas devem
diferenciar segmentos populacionais, pois a população não é, nem pensa
de forma uniforme."
Deu como exemplo, citando dados do inquérito, que a medida de
facilitação de trabalho para quem tem filhos é mais defendida pelas
mulheres do que pelos homens. "O inquérito revela diferenças
assinaláveis entre as mulheres e homens no que respeita à relação de pai
ou de mãe com o trabalho", disse a demógrafa.
A maioria dos homens e das mulheres considera que a opção ideal para o
pai é trabalhar o dia inteiro fora de casa e a opção ideal para a mãe é
trabalhar a tempo parcial fora de casa ou simplesmente não trabalhar.
Como conclusão, referiu que "a população em Portugal já não quer tantos filhos quantos tinha no passado".
Seja quais forem as medidas de política a serem tomadas, estas devem ter
presente que o regresso ao patamar de dois filhos ou mais filhos
"parece estar fora de questão, embora os níveis de fecundidade no futuro
possam aumentar ligeiramente", frisou.
* Enquanto Portugal for um país de profissionais do subsídio não sai da crise nem por decreto.
Temos uma taxação absurda de impostos directos e indirectos por culpa dos diversos governos cuja maioria dos ministros arranjou "vidinha", mas há subsídios a menos para os que verdadeiramente necessitam e a mais para quem é "profissionalmente" subsidiado.
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