HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Infarmed arrecadou 700 mil euros
em multas a farmácias e grossistas
Nos últimos dois anos, 76 operadores (entre
farmácias e grossistas) foram multados pela autoridade do medicamento
por falta de medicamentos.
Quantas vezes se dirigiu a uma farmácia
e esta não tinha o medicamento que pretendia? Certamente que já lhe
aconteceu, pelo menos, uma vez. Nas acções desencadeadas pelo Infarmed
nos últimos dois anos, 76 farmácias e grossistas foram multados por não
terem para venda três dos cinco medicamentos mais baratos de cada
substância activa, tal como definido por lei. Ao todo, foram arrecadados
700 mil euros em coimas.
Os dados foram avançados esta manhã pelo presidente do Infarmed,
Eurico Alves, num encontro com jornalistas à margem da conferência anual
do Infarmed dedicada ao tema “Medicamentos e Produtos de Saúde – Os
desafios de um envelhecimento saudável e global”.
Sem adiantar números, o responsável disse apenas que têm vindo a ser
registados menos incumprimentos por parte dos distribuidores de
medicamentos.
Ao longo do último ano o Infarmed inspeccionou mais de 500
estabelecimentos e só em Setembro 355 farmácias, de um universo de
2.780. “Detectámos uma percentagem significativa de farmácias que não
tinham três dos cinco medicamentos mais baratos mas que conseguiam
disponibilizá-los nas 12 horas seguintes”, relatou Eurico Alves.
A lei diz que as farmácias têm de disponibilizar aos utentes três dos
cincos medicamentos mais baratos de cada substância activa e prevê
coimas de até 44 mil euros para quem não cumpre com a lei.
A falta de medicamentos nas farmácias – agora menos noticiado – foi
um tema recorrente até há bem pouco tempo. Farmacêuticas acusam
distribuidores de exportarem ilegalmente, distribuidores dizem que
farmacêuticas rateiam os medicamentos e farmácias acusam farmacêuticas
de não produzirem em quantidades diferentes e também se defendem com a
situação financeira débil que as impede de ter os stocks do passado.
* As multas não corrigem a fraude, há que dar meios à PJ para deslindar todo o processo mafioso adjacente aos medicamentos, que envolve centenas de pessoas em Portugal.
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