04/07/2017

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HOJE NO 
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Fogos
Governo reforça campanha de sensibilização de 
populações em zonas florestais

Orçamento do plano Faunus foi aumentado para 500 mil euros depois do incêndio de Pedrógão. Ao longo de sete dias mais de 120 vigilantes da natureza vão andar em zonas vulneráveis a alertar para o risco de incêndio e proteção das habitações. Em Espanha, a resposta não tardou. Valência marcou sessões de esclarecimento em dez localidades.
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A SOMBRA INCENDIÁRIA
A partir de amanhã 120 vigilantes da natureza vão percorrer as principais áreas florestais do país e alertar as populações para a vigilância dos fogos e cuidados a ter num incêndio, incluindo indicações sobre como proteger habitações. A campanha nacional de sensibilização vai durar uma semana, de 5 a 11 de julho, e insere-se no Plano Faunus - um protocolo entre o Instituto de Conservação de Natureza e Florestas e Forças Armadas.


Depois da tragédia de Pedrógão Grande, estas atividades que têm contado anualmente com verbas na casa dos 100 mil euros foram reforçadas para 500 mil euros, revelou ao i o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural.

Os planos do governo foram tornados públicos depois de o i ter questionado a tutela sobre o que está a ser feito em termos de prevenção e sensibilização das populações em zonas rurais, isto depois de comunidade de Valência, Espanha, ter feito saber que o incêndio de Pedrógão Grande fez aumentar os pedidos de informação por parte da população, o que motivou um reforço do plano de sensibilização.

Nesta comunidade espanhola já havia ações de informação e prevenção em curso desde 15 de maio, com uma campanha no terreno e nas redes sociais com a hashtag #stopalfoc. Há também uma linha telefónica, através da qual a população consegue obter esclarecimentos e foi essa linha  de apoio que registou um aumento das solicitações depois do fogo em Portugal. Para tirar dúvidas e esclarecer os habitantes foram marcadas reuniões em dez localidades, com vista ao envolvimento das populações de núcleos rurais com maior potencial de risco de incêndio florestal.

Por cá, o Ministério da Agricultura garante que, além das ações previstas para as áreas protegidas e zonas florestais adjacentes, foram já distribuídos “milhares de brochuras e cartazes com toda a informação necessária sobre a época crítica de incêndios, comportamentos de risco a e recomendações”.

A tutela diz ainda que no âmbito da Prevenção Estrutural e Defesa da Floresta Contra Incêndios, o governo disponibilizou 1,5 milhões de euros do Fundo Florestal Permanente para “a implementação das medidas de sensibilização em boas práticas de gestão florestal, a implementar em todo o território nacional em dois anos”.  O primeiro concurso foi lançado no início de junho, no valor de 830 mil euros, “concurso que se encontra já em fase de avaliação de candidaturas”, diz a tutela.

O Ministério da Agricultura adianta ainda que já em maio e junho decorreram campanhas que alertaram a população para a necessidade de cumprir a legislação em vigor e de assegurar a limpeza de uma faixa de 50 metros em redor das habitações, tendo sido distribuídas brochuras e afixados cartazes com esta informação em locais públicos. Foram igualmente levadas a cabo ações de proximidade pelas forças da GNR e pelos Vigilantes da Natureza que, em zonas rurais, alertaram a população para a necessidade de proceder à limpeza dos terrenos.

Depois de decretado o período crítico de incêndios, que acabou por ser antecipado em oito dias depois do fogo de Pedrógão, o plano foi reforçado com nova emissão de panfletos e de vídeos protagonizados por figuras públicas, chamando a atenção para a proibição de comportamentos de risco face ao fogo. Além disso, informa ainda a tutela, tanto o Ministério da Administração Interna como o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural apoiam e associam-se ao Movimento ECO - Empresas Contra os Fogos.

Informação No site do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas é possível ter acesso a alguns cartazes informativos, embora não sejam o destaque principal da página. Também no site da Autoridade Nacional de Proteção Civil é possível obter informação sobre a fase Charlie e tudo o que é proibido nesta altura do ano, tal como a realização de queimadas e fogueiras, queimar matos cortados ou amontoados, lançar balões com mecha acesa ou outros foguetes ou por exemplo ter cuidado com as faíscas em trabalhos florestais. Mas para chegar às medidas de autoproteção é preciso navegar no site.

Nessa página específica sobre os incêndios leem-se algumas indicações adicionais sobre cuidados a ter antes, durante e depois de um fogo. Antes, para quem viva em zonas vulneráveis, uma das recomendações é manter árvores e arbustos sempre a pelo menos cinco metros das casas e elaborar planos de evacuação, bem como planear a utilização de estradas alternativas caso seja preciso fugir.

Durante um fogo perto de povoado, as recomendações incluem retirar os cortinados inflamáveis e fechar todas as persianas, ou coberturas, de janelas não combustíveis, para tentar evitar a propagação do incêndio para o interior da casa. É também recomendado fechar todas as janelas e portas para evitar fenómenos de sucção. Caso alguém se sinta preso por um incêndio, a Proteção Civil recomenda que se saia na direção contrária ao vento, que se procura uma zona com água e se cubra a cabeça e a parte superior do corpo com roupas molhadas.


* Não se pode sensibilizar sem fazer cumprir a lei, se um automobilista levar explosivos num carro e explodir é preso e não é indemnizado. Um cidadão rural planta árvores explosivas ao redor da casa, esta arde e o responsável não é preso e ainda leva alvíssaras. Rica  justiça.

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