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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
General venezuelano denuncia formação de snipers para atacar manifestantes
Um
general venezuelano denunciou esta segunda-feira no Ministério Público
(MP) da Venezuela que as forças armadas estão a formar um grupo de
franco-atiradores para dispararem sobre manifestantes da oposição.
A denúncia foi feita pelo major-general reformado do Exército, Clíver Alcalá.
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"Pela
magnitude da violência que se tem evidenciado, nos últimos dias no
país, da parte de efetivos da Guarda Nacional Bolivariana (polícia
militar), além do recente anúncio da ativação da segunda fase do Plano
Zamora (militarização de zonas do país), sinto-me no dever moral e
cívico de denunciar estes factos", explica o militar no texto que
entregou no MP.
No documento da
denúncia, divulgado hoje em Caracas, o major-general precisa que tem
informação, numa 'pen-drive', sobre "a gravação de uma reunião" entre
alegados militares "que partilham ideias radicais sobre as formas mais
efetivas para por termos às manifestações" promovidas pela oposição.
"Num
arquivo de vídeo pode ouvir-se um grupo de pessoas (...) a debater a
atual situação social e política do país, fazendo referência às
manifestações, concluindo, entre eles, que a melhor maneira de terminar
com os protestos seria através do uso de violência", explica.
Segundo
o militar, o conteúdo da 'pen-drive' é "alarmante e preocupante" pela
possibilidade de "violação dos Direitos Humanos dos venezuelanos que
participam nos protestos, que cada dia que passa são reprimidos com
maior violência".
"O uso da violência
desproporcionada nas manifestações constitui uma evidente violação dos
Direitos Humanos, sob a forma de possíveis delitos que lesam a
humanidade e que, segundo as gravações que recebi, parecem ser a próxima
opção do Governo para reprimir os protestos e manifestações que ocorram
no território nacional (venezuelano)", frisa.
Na
Venezuela, as manifestações a favor e contra o Presidente Nicolás
Maduro intensificaram-se desde o passado dia 01 de abril, depois do
Supremo Tribunal de Justiça (STJ) ter divulgado duas sentenças a limitar
a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do
parlamento.
Entre queixas sobre o
aumento da repressão, os opositores manifestam-se ainda contra a
convocatória de uma Assembleia Constituinte, feita a 01 de maio pelo
Presidente Nicolás Maduro.
Dados oficiais dão conta de que pelo menos 48 pessoas já morreram desde o início da crise.
* Não temos dúvidas quanto à verdade das declarações, mas suspeitamos da oportunidade da denúncia.
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