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HOJE NO
"OBSERVADOR"
Há microplásticos em três marcas
de sal vendidas em Portugal
Estudo com 17 amostras de sal, incluindo três portuguesas, confirma existência de micropartículas de plástico no sal de mesa vendido em oito países. Uma delas registou valores máximos de contaminação.
Um estudo de uma equipa de cientista analisou 17 amostras de sal de
mesa vendido em oito países, incluindo Portugal, e confirmou que havia
contaminação com microplásticos, noticia
esta sexta-feira o jornal Público. A maioria, ainda assim, estava
contaminada com pequenas doses, que não terão efeitos imediatos na
saúde, mas uma das três amostras portuguesas testadas atingiu mesmo o
valor máximo observado: dez microplásticos por um quilo de sal.
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O
problema maior, avisa o mesmo jornal, é que estas pequenas partículas de
plástico estão não só no sal como em muitos outros produtos
provenientes do mar, já que anualmente são despejados para os oceanos
entre 5 a 13 milhões de toneladas de plásticos, que são depois desfeitos
pela luz e pela água em micropartículas. São estas partículas
minúsculas que depois são consumidas pelas mais diversas espécies
marinhas.
A isto acrescem outras microesferas plásticas que estão em
produtos de higiene como pasta de dentes, champô, gel de banho ou
detergentes que também vão parar aos oceanos. E, segundo Ali Karami,
investigador na Faculdade de Medicina e Ciências da Saúde da
Universidade Putra, na Malásia, e principal autor do artigo publicado na
revista Scientific Reports, o plástico que regressa pelos oceanos é
ainda pior do que o que deitamos ao lixo. “Os plásticos funcionam como
esponjas e, por isso, conseguem absorver um elevado volume de
contaminantes da água onde estão. Como normalmente ficam na água durante
bastante tempo, existe a oportunidade para absorverem uma quantidade
significativa de poluentes”, explica.
O alarme não soa apenas pela
confirmação da contaminação daquelas 17 amostras estudadas, mas sim
pelo efeito de longo prazo que isso pode representar. Ao jornal Público,
o cientista responsável pelo estudo associa estes microplásticos a
“microbombas”, no sentido em que “podem libertar poluentes no nosso
organismo que, a longo prazo, podem provocar problemas de saúde”. O
perigo não é imediatamente muito elevado tendo em conta o reduzido
tamanho das partículas, mas o “consumo contínuo e a longo prazo de
produtos com microplásticos será motivo para preocupação”, alerta.
O
problema está aí. É que, segundo o investigador, o consumo destas
partículas de plástico acontece não só por via do sal, como o último
estudo demonstra, mas também através dos mais diversos produtos como
marisco, mel e até cerveja.
* De homo erectus passaremos a homo plasticus, de homo sapiens ainda estamos muito longe.
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