HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Sindicato critica novos aviões da SATA
O
Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil criticou esta
sexta-feira a opção da SATA pelos novos aviões A 321-neo e denunciou a
"degradação das condições laborais" na companhia aérea açoriana.
Numa
carta enviada ao presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, a
que a Lusa teve acesso, o SNPVAC refere que os aparelhos encomendados
pelo Grupo SATA para as viagens de longo curso, "não correspondem às
necessidades comerciais dos passageiros tipo da Azores Air Lines/Sata
Internacional, ou seja, a diáspora açoriana e os emigrantes".
.
.
"Este
nosso alerta é feito porque o A321-neo LR ainda não foi construído e
apenas existem projeções de que este avião poderá cumprir com os
objetivos técnicos a que se propõe, os quais são apenas garantidos pela
Airbus", adverte a direção do SNPVAC, no mesmo documento.
Os
sindicalistas lembram ao presidente do Governo dos Açores (que detém a
maioria do capital social da companhia área) que esta escolha pelos
novos aviões "ainda pode ser revertida, ou, pelo menos, melhorada".
"Esta
política frágil de sucessivas mudanças estratégicas, na aquisição de
aviões que depois se mostram ser inadequados, da redução da frota de
aviões e de rotas, apenas levam a uma retração financeira que tem
prejudicado o Grupo SATA, a Região Autónoma e o povo açoriano", adianta o
SNPVAC.
O sindicato entende que a
opção pelo A330 teria sido mais acertada, recordando que este modelo é
atualmente considerado na aviação mundial, como "um dos melhores, senão
mesmo o melhor, para viagens de longo curso".
A
carta dirigida ao chefe do executivo açoriano critica também a atual
administração do Grupo SATA, liderada por Paulo Menezes, por ter
rejeitado a vinda de um segundo A330 para a região, mas sobretudo, pela
alegada "degradação das condições laborais" na empresa.
O
documento denuncia a existência de "erros básicos" e de "enormes
falhas" na gestão de pessoal e de um "reiterado incumprimento da lei,
dos acordos da empresa e de protocolos" anteriormente estabelecidos.
"Ao
contrário do que era expectável e prometido, acabámos por regressar a
um passado que tantas e desagradáveis recordações nos traz, nomeadamente
a falta de estratégia empresarial e a degradação da situação laboral
dos tripulantes de cabine", conclui o sindicato.
Confrontado
com as críticas do SNPVAC, o presidente do Conselho de Administração da
SATA, Paulo Menezes, escusou-se a comentar o teor da carta enviada ao
presidente do Governo.
O administrador
da companhia aérea insiste, porém, que as críticas já anteriormente
feitas à escolha dos novos aviões A 321-neo, para a operação de longo
curso da Azores Air Lines, não fazem qualquer sentido.
"Foram
avaliados vários modelos de equipamentos e a operação que pretendemos
fazer, e chegou-se à conclusão que este tipo de equipamentos, o
A321-neo, era o mais adequado, até porque os nossos concorrentes também
adotaram este tipo de avião", recordou Paulo Menezes.
O
presidente do Grupo SATA entende também que a operação da companhia
será "substancialmente melhorada" com estas novas aeronaves, permitindo
"mais voos, mais frequências e mais conforto" e ainda um custo de
combustível "substancialmente reduzido".
Paulo
Menezes disse ainda que aguarda, há quase um ano, que o SNPVAC
apresente os estudos técnicos que diz ter, que alegadamente comprovam
que os aviões A321-neo, não servem a operação da SATA.
Sobre
a existência de instabilidade laboral no seio da companhia aérea, Paulo
Menezes não se pronuncia, garantindo apenas que, com o equilíbrio
financeiro que a empresa procura, será possível, no futuro, garantir
"melhores condições aos trabalhadores".
* A SATA compra um avião que ainda só está no papel quando existem modelos que já comprovaram qualidade?
.
Sem comentários:
Enviar um comentário