HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Investidores estão a pedir 8%
para voltar a emprestar à Argentina
Quinze anos depois, Buenos Aires voltou aos
mercados e já recebeu as primeiras manifestações de interesse. Juro
reclamado pelos investidores rondará os 8%.
Depois de ter estado década e meia
arredada dos mercados obrigacionistas, a Argentina recebeu nesta semana
as primeiras demonstrações de interesse em ordens de compra de títulos
de dívida emitidos pelo seu Tesouro. A "yield", ou taxa de
rendibilidade, reclamada pelos investidores oscilará entre 8% e 8,25%
nas obrigações com maturidade a dez anos, noticia o Financial Times.
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INVESTIDORES E ARGENTINA |
O apetite dos investidores está a ser testado pelo ministro das
Finanças Luis Caputo no âmbito de um "roadshow" por praças
norte-americanas, preparado por três dos maiores bancos do mundo: o Deutsche Bank (cuja sede na Argentina foi dirigida pelo próprio Caputo), o HSBC, o JPMorgan e o Santander.
A
ronda pelos investidores norte-americanos terminará nesta sexta-feira
e, ainda segundo o FT, as demonstrações de interesse tenderão a superar
os 12,5 mil milhões de dólares que Buenos Aires quer levantar nos
mercados para pagar dívidas do passado que levaram as autoridades do
país a optar por declarar "default", ou incumprimento.
Em 2001, a Argentina deixou por pagar mais de 80 mil milhões de
dólares, o maior "calote" soberano registado até então. O governo do
recém-eleito presidente Mauricio Macri (na foto) quer agora tentar
fechar acordos com vários grupos de detentores de obrigações argentinas.
Em Fevereiro, chegou a entendimento com um grupo de "hedge funds"
(fundos especializados em aplicações de maior risco) liderado pela
Elliott Management, o que abriu caminho para o retorno do país aos
mercados internacionais de dívida. No termos desse entendimento, a
Argentina pagará aos credores 4,65 mil milhões de dólares até esta
quinta-feira, 14 de Abril – prazo que dificilmente cumprirá. Um novo
encontro entre as partes está marcado para esta quarta-feira,13 de
Abril, Nova York.
Mauricio Macri foi eleito presidente da Argentina
no final de Novembro de 2015. E a sua eleição colocou um ponto final a
12 anos de presidência do clã Kirchner e uma viragem radical na condução
do país. A 31 de Março, o Senado argentino deu luz verde ao pagamento aos credores estrangeiros. As leis que o impediam vigoravam há 15 anos.
* Argentina prepara-se para ser imolada, a páscoa já passou mas é páscoa sempre que os abutres quiserem.
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