HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Ministra defende que animais
deixem de ser "coisas"
A
ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, defendeu esta terça-feira a
mudança da qualificação jurídica dos animais, considerados "coisas" no
Código Civil para uma definição intermédia "entre a coisa e o ser
humano".
Francisca Van Dunem
falava aos jornalistas à margem da conferência sobre a lei da
criminalização de maus tratos a animais, organizada pelo partido PAN -
Pessoas, Animais, Natureza e que decorre na Assembleia da República.
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Para
a ministra, que reconheceu alguma oportunidade na mudança de algumas
questões na lei que entrou em vigor há 18 meses, o mais premente seria
uma mudança ao nível do Código Civil, nomeadamente no que diz respeito à
qualificação jurídica dos animais.
Segundo Francisca Van Dunem, o caminho
passa por os animais deixarem de ser uma coisa, obtendo-se uma
classificação "entre uma coisa e um ser humano, que é onde se situam os
animais".
Já em relação a mudanças no
Código Penal, a ministra disse ser preferível um amadurecimento do
mesmo, já que "é relativamente recente".
Durante
a sua intervenção, a qual abriu os trabalhos da conferência, a ministra
afirmou que "o regime jurídico atualmente em vigor consente
aperfeiçoamentos e amplitudes que, uma vez consensualizadas, podem
implicar alterações legislativas, não só ao nível da tutela penal, mas
também do próprio regime civil substantivo".
Sublinhando
que, apesar do ainda muito curto período de vigência desta
criminalização, foram já registados 1.498 inquéritos em 2015, no que diz
respeito a crimes contra animais de companhia, Francisca Van Dunem
reconheceu que a taxa de acusação é ainda relativamente insuficiente:
6,9 por cento, quando a média de taxa de acusação costuma situar-se
entre os 12 e os 13 por cento.
Na
conferência, o deputado André Silva (PAN) anunciou que ainda durante
esta semana darão entrada no parlamento três projetos de lei.
A
alteração do estatuto jurídico do animal, no sentido de deixar de ser
considerado uma "coisa" no Código Civil e mudanças no Código Penal em
relação à criminalização dos maus tratos são duas das propostas a
apresentar.
O PAN pretende ainda que os animais de companhia possam entrar em estabelecimentos comerciais.
Sobre
estas propostas, a ministra da Justiça começou por dizer aos
jornalistas que "a lei precisaria de um maior amadurecimento, ao nível
da sua aplicação", mas afirmou que se o parlamento entender avançar com
alterações, o Ministério da Justiça pronunciar-se-á, se a isso for
chamado.
"É comum reconhecermos que
muitos animais são dotados de uma vida mental consciente. Sentem prazer e
sentem dor. Têm diversos tipos de experiências sensoriais, são capazes
de sentir medo, ter fúria ou alegria, agem segundo memória, desejos e
intenções", disse ainda Francisca Van Dunem na conferência.
A
ministra terminou com uma citação do filósofo moral e do direito Jeremy
Bentham: "Não importa se [os animais] são incapazes ou não de pensar, o
que importa é que são efetivamente capazes de sofrer".
* Temos um respeito enorme pela senhora ministra da Justiça, concordamos com o que disse apesar de sabermos que neste país ainda há pessoas que são tratadas como "coisas", apesar de o anterior governo ter exportado portugueses como se fossem tremoços, apesar de um ex-ministro do seu governo ter tratado a Democracia como uma coisa que se pode esbofetear.
"Animal" é quando a nós o correcto termo jurídico, embora existam animais muito melhores que pessoas.
Repetimos, admiramos a ministra da Justiça de Portugal.
* Temos um respeito enorme pela senhora ministra da Justiça, concordamos com o que disse apesar de sabermos que neste país ainda há pessoas que são tratadas como "coisas", apesar de o anterior governo ter exportado portugueses como se fossem tremoços, apesar de um ex-ministro do seu governo ter tratado a Democracia como uma coisa que se pode esbofetear.
"Animal" é quando a nós o correcto termo jurídico, embora existam animais muito melhores que pessoas.
Repetimos, admiramos a ministra da Justiça de Portugal.
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