HOJE NO
Liikanen sugeriu que, enquanto se
tentam encontrar soluções, os cidadãos também devem envolver-se da forma
que considerarem possível para ajudar os refugiados que chegam à
Finlândia em fuga das guerras e em busca de asilo, e apontou como
exemplo o primeiro-ministro finlandês, Juha Sipila.
* Pode não ser utopia...
Proposta:
Países podem pagar para receber
menos refugiados
* Solidariedade conta????
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"OBSERVADOR"
CRISE DOS REFUGIADOS
Governador do Banco da Finlândia doa
um mês de salário para ajudar refugiados
um mês de salário para ajudar refugiados
O governador do Banco da Finlândia, Erkki Liikanen, anunciou que vai
doar o seu salário de um mês (cerca de 10 mil euros) à Cruz Vermelha
finlandesa para ajudar os refugiados que se dirigem para o país.
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“Sei que este dinheiro
vai chegar a quem mais necessita. Cada um faz o que sente que deve
fazer dentro das suas possibilidades”, escreveu Liikanen, na sua página
do Facebook, citado pelos media locais.
Liikanen, que foi presidente da Cruz Vermelha finlandesa entre
2008 e 2014, afirmou que a crise no Médio Oriente provocou “um êxodo de
refugiados sem precedentes” nas últimas décadas e considerou que as
grandes potências, em particular, deveriam responder com soluções
políticas.
“A tensão nas relações internacionais dificulta
encontrar soluções, mas não devemos render-nos. Necessitamos da
contribuição dos Estados Unidos, Rússia, dos países do Médio Oriente e
da União Europeia”, sublinhou.
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SIPILA |
No sábado,
Sipila anunciou que vai oferecer a sua própria casa a partir de janeiro
para albergar refugiados que cheguem ao país nórdico para solicitar
asilo, um gesto que suscitou em simultâneo elogios e críticas.
* Imaginemos o sr. Carlos Costa num acto tão sublime...
** Foi Passos Coelho que deu a ideia a Sipila.
** Foi Passos Coelho que deu a ideia a Sipila.
ONU pede aos milionários italianos
para doarem 15 mil euros cada
para doarem 15 mil euros cada
O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) pediu aos
milionários italianos para doarem 15 mil euros cada um para ajudar os
migrantes sírios na Jordânia, estimando que com essa ajuda 10 famílias
poderiam viver com dignidade durante um ano.
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Num anúncio publicado no principal jornal italiano e em mais dois especializados em economia, o ACNUR escreveu: “Na Itália, 219 mil pessoas têm rendimentos superiores a 1 milhão. Se você ler isto e fizer parte deste grupo, saiba que com 15 mil euros podemos fornecer a dez famílias de refugiados sírios na Jordânia os meios suficientes para viverem durante um ano sem resvalarem para a pobreza extrema e perder toda a esperança para o futuro dos seus filhos”.
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Num anúncio publicado no principal jornal italiano e em mais dois especializados em economia, o ACNUR escreveu: “Na Itália, 219 mil pessoas têm rendimentos superiores a 1 milhão. Se você ler isto e fizer parte deste grupo, saiba que com 15 mil euros podemos fornecer a dez famílias de refugiados sírios na Jordânia os meios suficientes para viverem durante um ano sem resvalarem para a pobreza extrema e perder toda a esperança para o futuro dos seus filhos”.
O texto continua explicando que “se apenas 1% dos milionários italianos derem 15 mil euros, seria possível angariar dinheiro suficiente para ajudar cerca de 22 mil famílias sírias, reduzindo o risco de acabarem nas mãos dos traficantes”.
A
publicação deste apelo surge na mesma altura em que foi noticiado que
outra agência da ONU, o Programa Alimentar Mundial, suspendeu o programa
de ajuda em Amã por falta de fundos, e no meio de uma onda
internacional de generosidade impulsionada pela fotografia de uma
criança síria morta nas águas da Turquia, na semana passada.
* Pode não ser utopia...
Proposta:
Países podem pagar para receber
menos refugiados
Os países que não queiram receber refugiados na proporção que lhes é
atribuída pelos planos de quotas da Comissão Europeia, ou seja, que
querem receber menos, poderão consegui-lo através de um pagamento para um fundo
de ajuda aos refugiados.
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Este é, pelo menos, um plano que está a ser discutido na Comissão Europeia e que pretende responder às posições intransigentes de alguns países, como a Hungria e a Polónia, que têm criticado as quotas obrigatórias.
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Este é, pelo menos, um plano que está a ser discutido na Comissão Europeia e que pretende responder às posições intransigentes de alguns países, como a Hungria e a Polónia, que têm criticado as quotas obrigatórias.
Numa antecipação do que poderá ser o plano de Juncker para os refugiados, a apresentar quarta-feira, o Financial Times diz
que este plano poderá ser parte da solução para criar um consenso na
Europa sobre esta questão controversa. Países como a Hungria e a Polónia
têm defendido que as quotas obrigatórias
não fazem sentido e que os países devem definir quotas voluntárias,
para assegurar que o processo é gerido de forma eficaz e que as pessoas
que entram nos países podem ser acolhidas da melhor forma.
O plano em cima da mesa “cria uma oportunidade
para a tomada de decisões de forma voluntária”, disse um responsável
europeu, oriundo do leste europeu, ao Financial Times. “Se houver
penalizações [para quem não cumprir] isso será uma má ideia, mas se
houver um sistema em que se pode contribuir financeira, para ajudar de
outra forma a resolver o problema, isso terá muito maior probabilidade
de ser aceite”, conclui.
Terá, contudo, de haver “razões
objetivas” para justificar a intenção de receber menos refugiados. Por
exemplo, no caso da Polónia, o país poderá alegar que tem de ter planos
de contingência para receber refugiados provenientes da Ucrânia caso a
situação se agrave nesse país. Nesse cenário, seria injusto receber
refugiados do Médio Oriente na mesma proporção dos outros países,
defendem os polacos.
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A ser aceite, este plano poderá ser uma forma
de acabar com a controvérsia criada nas últimas semanas. “Estamos
prontos para partilhar o fardo e assumir as responsabilidades, mas
apenas se mantivermos algum controlo sobre esta questão”, afirmou um
membro do governo polaco, Rafal Trzaskowski, citado pelo Financial
Times. O mesmo responsável garantiu que existe “solidariedade com a
Europa, mas de forma responsável”.
* O dinheiro compra desumanidades
Refugiados na Hungria:
De um lado a comida, do outro a
liberdade de ir para onde se quer
De um lado a comida, do outro a
liberdade de ir para onde se quer
Neste ponto da fronteira chegaram, na madrugada de domingo e até às 8
da manhã, mais de 890 refugiados. Um grupo sentou-se à porta do centro
de registo e resiste a dar as impressões digitais. Serão duas dúzias e
os polícias dizem-me que há ordens para não se falar com eles. Perto do
novo campo vê-se muito lixo, papéis rasgados escritos em grego e, para
meu espanto, um pedaço cortado à tesoura de um documento de
identificação de Portugal. O nome do país é claro, mas trata-se de um
cartão falso, bastante rústico, na cor, na imprecisão das letras. Atrás,
pode ler-se parte da filiação do nosso cidadão: Santo Raoul VLEF… Que
estará este pedaço de plástico a fazer aqui, no meio de uma crise de
refugiados sem precedentes na União Europeia?
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O novo campo de
registo de Roszke, na fronteira húngara com a Sérvia, tem arame farpado
no topo da vedação (o anterior não tinha). A entrada é mais estreita e
falta o grande pavilhão azul onde dormiam as crianças. Foi acabado à
pressa esta noite, após um motim de refugiados que preferiram dormir ao
relento e à chuva. As tendas militares do novo campo estão organizadas
em filas ordeiras, mas o local parece mal terminado. Tem uma entrada
estreita e foi construído para maximizar a segurança, com logística mais
difícil. Um grupo de refugiados sentou-se à porta, os diferentes grupos
nacionais já separados de forma espontânea; todos recusam dar a
impressão digital e estão desconfiados dos polícias húngaros, que não
falam inglês; um dos recém-chegados diz-me que este é o momento mais
difícil da sua longa jornada.
Um dos jovens sírios com quem consegui falar disse chamar-se Ahmed
Assaf. Era farmacêutico em Damasco, tem 23 anos e fala num inglês
articulado. A conversa foi interrompida por uma simpática agente da
autoridade, que consegui convencer, no meu húngaro infantil, da
importância da entrevista. Ahmed disse ter partido há quatro semanas de
um campo de refugiados na Turquia e contou que fez amizade com outros
dois refugiados, que estão a seu lado, Abdullah e Noor, também de
Damasco. Viajaram para a Grécia em barcos perigosos, enfrentaram as
multidões compactas na Macedónia. Na Sérvia, preferiram não entrar em
confortáveis autocarros controlados por homens armados e que lhes pediam
1500 euros por cabeça.
Muitos perigos, portanto, numa história
semelhante à de outros refugiados, que se referem aos horrores da guerra
e aos perigos da viagem. À porta do centro de registos, Ahmed e os seus
amigos hesitam, mas o coração balança: lá dentro está a comida e o
abrigo, mas com o risco de os fazer tomar um rumo inesperado. Foi pelo
menos o que lhes disseram. O farmacêutico deseja ir para a Holanda, mas
leu algures que se der a impressão digital aos polícias húngaros não
poderá ir para onde quer, mas irá para a Alemanha. Estes rumores são
espalhados pelos traficantes, que beneficiam da confusão, pois podem
assim cobrar mais dinheiro. É caro salvar a vida nestes dias: 4 mil
euros, para passar dos campos de refugiados na Turquia até à fronteira
da UE. E se o barco afunda no mar Egeu, os traficantes já receberam e
não se importam.
Um membro da protecção civil húngara, Karoly
Simon, explica que, no centro de registos onde os refugiados ficam,
procede-se apenas à identificação das pessoas, que recebem papéis de
trânsito e uma pulseira que facilita o controlo policial. Em princípio,
estes migrantes devem ser levados rapidamente para centros de refugiados
na Hungria, mas a pressão dos números mudou a estratégia e os
procedimentos vão ser acelerados. Uma coisa é certa: a partir de Roszke,
não devia haver mais traficantes a explorar os refugiados, mas não é
bem assim. Este tráfico humano é complexo e envolve muito dinheiro.
As tendas não vão servir para o inverno
Na sexta-feira, numa estrutura a duzentos metros do actual campo,
agora uma ruína repleta de lixo e abandono, estava uma multidão. O
proprietário do pavilhão foi ganancioso e as autoridades mudaram o campo
para outro terreno, mas houve razões de segurança. Na sexta, assisti
aqui a um momento de motim, que a polícia resolveu com dificuldade. Os
refugiados estavam impacientes e queriam seguir caminho; alguns fizeram
isso mesmo, invadindo a auto-estrada, ao mesmo tempo que em Budapeste,
160 quilómetros a norte, milhares de indocumentados criavam a maior
confusão, perturbando fortemente os transportes ferroviários, as
estradas e a fronteira com a Áustria.
A situação acalmou com a
saída para a Alemanha de milhares de refugiados que deambulavam em
Budapeste. Aqui, no sul da Hungria, ponto de entrada na fronteira de um
espaço com livre circulação, é feita a identificação dos migrantes. A
alternativa seria a imigração a salto, mas este novo centro tem os seus
defeitos e será provisório: Simon não esconde a sua preocupação, pois as
tendas não aguentam temperaturas abaixo dos dez graus, ou seja, durarão
talvez duas ou três semanas.
O problema principal da crise, pelo
menos do ponto de vista húngaro, está nos números: só este ano, entraram
na Hungria 167 mil pessoas (dados oficiais de sábado). Muitos passaram
sem controlo, antes de existir a controversa barreira definida como
muro, mas que é na realidade uma vedação em arame farpado.
Nenhum
refugiado está a ser rejeitado na fronteira; todos passam, mas esta é
também a fronteira internacional de um espaço de livre circulação com 26
países, que tem as suas regras e onde se inclui Portugal. Os
refugiados, que no fim-de-semana se puseram a caminho em Budapeste,
foram entretanto colocados em autocarros e levados à fronteira
austríaca, onde foram devidamente registados. Em coordenação com a
Áustria e Alemanha, a Hungria tenta retirar a pressão da panela e as
várias rebeliões estão a ser dominadas sem violência, como vi na estrada
entre Roszke e Szeged, onde na sexta-feira a polícia apanhava pequenos
grupos de viajantes, depois recolhidos por um autocarro.
A recente
conclusão da vedação de arame farpado na fronteira com a Sérvia permite
à polícia húngara controlar o fluxo de refugiados, uma torrente que
engrossa, desaguando aqui através de vias mais fáceis de vigiar. Em
Roszke, por exemplo, em vez de fazerem corta-mato por todo o lado,
caminham por uma linha férrea onde na sexta-feira, em hora e meia, vi
chegar mais de 100 pessoas. Ahmed e os dois amigos estavam então algures
na Sérvia, um pouco atrás dos que vi nesse dia. Mas atrás destes todos
vêm outras multidões. Não se sabe o seu número, ninguém imagina.
* Solidariedade conta????
Grupo de Visegrado rejeita
quotas obrigatórias da UE
República Checa, Eslováquia, Hungria e Polónia recusaram,
sexta-feira passada e por unanimidade, as quotas obrigatórias de divisão dos
refugiados chegados à União Europeia (UE). Os países que integram o
designado Grupo de Visegrado defenderam o “controlo efetivo” das
fronteiras da UE, diz a Lusa.
“Concordámos que as medidas
solidárias sejam voluntárias”, resumiu, durante uma conferência de
imprensa, o chefe do governo checo. Bohuslav Sobotka referia-se à
proposta da Comissão Europeia, impulsionada pela França e pela Alemanha,
de estabelecer quotas obrigatórias face ao número de refugiados com
direito a asilo na UE.
* Sedimentos nazis
* Sedimentos nazis
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