22/04/2015

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HOJE NO
 "JORNAL DE NEGÓCIOS"

Angola quer angariar mais de
 9 mil milhões de euros para
 financiar infra-estruturas

Apesar da quebra das receitas petrolíferas, Luanda procura dinheiro junto de investidores internacionais para construir infra-estruturas que considera serem fundamentais, incluindo uma nova refinaria petrolífera.
Angola quer angariar 10 mil milhões de dólares (9,3 mil milhões de euros) para investir em infra-estruturas. A aposta nestes projectos é, assim, para continuar, apesar de as contas públicas angolanas terem sido severamente afectadas pela quebra do preço do petróleo.

Luanda está actualmente a procurar financiamento junto de credores estrangeiros para avançar com projectos de infra-estruturas que considera serem essenciais, incluindo seis mil milhões de dólares para uma refinaria, conforme revelou o ministro angolano da Economia ao Financial Times.

"Existem projectos que foram adiados e existem projectos que ainda não começaram e há projectos em andamento que vão ser atrasados. Mas grande parte dos projectos são financiados por linhas de crédito estrangeiras, portanto não vão sentir qualquer impacto", disse Abrãao Gurgel na entrevista ao jornal britânico publicada esta quarta-feira, 22 de Abril.

Com uma queda superior a 40% do preço do petróleo nos mercados internacionais no espaço de um ano, o Governo liderado por José Eduardo dos Santos procedeu a um corte de um terço do total da despesa pública para o orçamento deste ano, de 62 mil milhões de euros para 46 mil milhões.

Devido à quebra das receitas petrolíferas em cerca de 60% este ano, Luanda também reviu em baixa o crescimento do PIB para o conjunto de 2015, de 9,7% para 6,6%, valor que contrasta com a previsão mais conservadora de 4,5% pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

O petróleo assume um papel fundamental na economia angolana. Angola é o segundo maior produtor africano e em 2013 o "ouro negro" garantiu 76% das receitas orçamentais e 98% das exportações totais.

Para angariar dinheiro, Angola pretende emitir entre 1.000 milhões a 1.500 milhões de dólares em Eurobonds. Depois, o Banco Mundial está a preparar um empréstimo de 500 milhões de dólares, o primeiro deste género ao país lusófono.

Ao mesmo tempo, o ministro revelou que as linhas de crédito bilaterais do Brasil, China e Espanha podem vir a ser prolongadas. Por último, o Governo angolano também abordou a Goldman Sachs, assim como outra empresa de investimentos, para obter empréstimos.

Na entrevista, o ministro angolano apontou que a queda do preço do petróleo vai servir de incentivo para Angola diversificar a sua economia, como na área da agricultura, minas, pescas e produção industrial. "Agora temos de acelerar a velocidade da implementação da diversificação, não há forma de recuar", disse Abrãao Gurgel ao Financial Times.

* O corte de despesa pública em cerca de um terço significa que a miséria  do povo angolano aumentou mais 33%. 
As infra-estruturas que Ze Du quer melhorar são aquelas que lhe encaminham para o bolso o dinheiro resultante da extração da riqueza do sub-solo de Angola.


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