HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Com curso superior ganha-se mais 1,7
. milhões de euros do que com o 9.º ano
Um aluno com um curso superior ganha mais
1,7 milhões de euros, durante a sua vida profissional, do que alguém
com apenas o 9.º ano, segundo um estudo promovido pelo Conselho Nacional
de Educação (CNE).
O CNE queria saber quanto é que se perde por ter menos
estudos e, em colaboração com economista Mário Centeno, do Banco de
Portugal, calculou as diferenças salariais, tendo em conta os diferentes
ciclos de ensino, e concluiu que o investimento na educação compensa.
Assim, um estudante com apenas o primeiro ciclo (4.º ano) irá ganhar
menos 86.053 euros do que um outro que conclui o 3.º ciclo (9.º ano),
revelou hoje o presidente do CNE, David Justino, durante a conferência
"Educação 2020 - Agenda para uma legislatura", promovida pela Associação
EPIS - Empresários pela Inclusão Social.
Em declarações aos jornalistas, David Justino sublinhou a importância
da formação dos jovens e lembrou que desistir de estudar antes do tempo
significa "piores condições de trabalho e piores remunerações".
As maiores diferenças salariais registam-se entre os alunos que optam
por continuar a estudar depois do concluído o ensino obrigatório: um
profissional com o ensino superior ganha mais 1,282 mil euros do que um
outro que termina apenas o secundário.
A diferença é ainda maior quando se compara o salário médio ao longo
da vida de alguém com o 3.º ciclo e alguém com formação superior, que
consegue ganhar mais 1.738.218 euros, entre os 20 e os 65 anos.
Já entre os que terminam o 9.º ano e os que concluem apenas o 6.º, as
diferenças são menos notórias mas, mesmo assim, aqueles três anos de
estudo vão representar menos 55.778 euros ao longo da vida.
O ex-ministro da Educação (2002-2004) lembrou que, em Portugal, todos
os anos cerca de 150 mil alunos ficam retidos, o que poderá significar
um gasto de cerca de 600 mil euros anuais para os cofres.
Em Portugal, um em cada três alunos (34%) com 15 anos já repetiram
pelo menos uma vez o ensino básico e 40% dos alunos que estavam a
frequentar o secundário estavam, em média, 2,25 anos atrasados em
relação à idade que deveriam ter.
Contra a "cultura da retenção", mas defensor dos exames nacionais, o
ex-ministro lembrou que é preciso atuar cedo e dotar as escolas com
recursos que permitam apoiar quem precisa.
Também a ex-ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues
(2005-2009) lamentou as elevadas taxas de insucesso escolar e defendeu
como "absolutamente essencial" a autonomia das escolas e dos
professores, para que possam pôr em prática métodos de ensino e de
diagnóstico adaptados às características dos seus alunos.
Para a ex-ministra da Educação do Governo de José Sócrates, o insucesso combate-se com "mais trabalho" e "mais tempo de estudo".
Igualmente defensor da necessidade de ampliar os recursos para apoiar
os alunos, o investigador Joaquim Azevedo sublinhou que devem ser
afetados recursos apenas para as soluções mais eficazes.
Perante a reprovação dos alunos, Joaquim Azevedo entende que "não são
eles que não conseguem, somos nós que não conseguimos dar respostas".
O outro ex-ministro da Educação presente na conferência, Marçal Grilo
(1995-1999), também falou no futuro da Educação: "Para o futuro
precisamos de menos ministério e mais escola e de menos sindicatos e
mais professores".
* De todos os diletantes ex-ministros da educação que ousaram comentar, fica-nos a memória das suas supinas incompetências em combater o insucesso escolar, façam o favor de ir à merda.
A aprendizagem académica não pode ser convertida levianamente em euros, a aprendizagem tem outros valores, seriedade, solidariedade, conhecimento, etc., valores que não se obtêm por equivalência ou ao fim-de-semana.
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