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Direito ao trabalho foi o mais
afectado pela crise em Portugal
afectado pela crise em Portugal
O estudo defende, nas recomendações gerais, que “a prioridade dada à redução do défice seja equilibrada com a necessidade de manter níveis mínimos de serviços sociais, com os sectores da saúde e educação a merecerem atenção especial.
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A
crise teve um impacto acentuado nos direitos fundamentais em Portugal,
tendo o direito ao trabalho sido provavelmente o mais afectado, conclui
um estudo encomendado pela comissão de Liberdades Cívicas, Justiça e
Assuntos Internos do Parlamento Europeu, hoje divulgado.
A pedido da comissão parlamentar foram levados a cabo estudos sobre o
impacto da crise nos direitos fundamentais em sete países da União
Europeia - Portugal, Espanha, Grécia, Chipre, Irlanda, Itália e Bélgica
-, que resultarão num relatório final, tendo o estudo conduzido em
Portugal concluído que as políticas de austeridades associadas ao
memorando de entendimento com a ‘troika’ afectaram um grande número de
direitos fundamentais no país.
Segundo o relatório, “a crise económica teve um impacto muito
significativo entre as crianças”, tendo os seus direitos, especialmente o
direito à educação, sido “seriamente afectado pelas medidas de
austeridade”, tendo o direito aos cuidados de saúde sido igualmente
muito afectado, mas, aponta o estudo, “o direito ao trabalho foi
provavelmente o direito fundamental mais afectado no contexto da crise
económica”.
De acordo com o documento, o direito ao trabalho foi afectado tanto
pela crise em si – que levou a uma subida significativa do desemprego,
que “mais que duplicou desde 2008” –, como pelas medidas de austeridade,
que incluíram cortes nos salários, nos subsídios de desemprego, e um
aumento das horas de trabalho sem pagamento adicional.
O estudo defende, nas recomendações gerais, que “a prioridade dada à
redução do défice seja equilibrada com a necessidade de manter níveis
mínimos de serviços sociais, com os sectores da saúde e educação a
merecerem atenção especial”, apontando que a implementação de medidas de
austeridade deve ter muito mais em conta os direitos fundamentais.
Nessa perspectiva, o documento defende que as recomendações
específicas sobre direito a pensões, ao trabalho, à segurança social, e
ao acordo colectivo de trabalho, feitas por instituições e organizações
nacionais e internacionais, sejam tidas em conta pelas autoridades, e
avaliadas por instituições independentes, tais como o gabinete do
Provedor de Justiça Europeu, até porque “este não é meramente um
problema nacional, mas também europeu”.
* O que a crise mais afectou foi a dignidade dos portugueses, humilhados pelos políticos que temos.
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