27/12/2013

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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

Tories chamam
 "burocrata internacional"
 a Guterres

Deputados britânicos do Partido Conservador (conhecidos também por Tories) reagiram com violência ao alerta de António Guterres sobre a nova lei de imigração britânica, afirmando que não aceitam lições de "um socialista português que se transformou num não eleito burocrata internacional". 

O gabinete do Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), António Guterres, criticou ontem em comunicado a nova lei de imigração britânica proposta pelo primeiro-ministro David Cameron. Para o ACNUR, esta lei poderá dificultar a vida dos refugiados e candidatos a asilo político que buscam segurança no Reino Unido - e, pior ainda, corre o risco de alimentar o preconceito e a discriminação étnica, lançando um estigma sobre as comunidades estrangeiras. No Reino Unido as declarações do ACNUR não caíram bem e as reações não se fizeram esperar.

OS TORIES DO DESPORTO
Segundo o jornal britânico "The Guardian" ontem, deputados dos Tories exigiram ao Governo de Cameron que continue com os seus esforços para garantir a segurança das fronteiras e afirmaram que só o Reino Unido é que deve tratar dos seus próprios assuntos. Douglas Carswell, deputado eleito por Clacton, chegou mesmo a afirmar que o aviso do alto comissariado da ONU para os refugiados era "estúpido" e devia ser "colocado imediatamente no lixo".

Numa dura crítica a António Guterres, Carswell afirmou ainda que "eu oiço apenas os meus eleitores e não um qualquer não eleito burocrata internacional", disse, adiantando que "não há absolutamente nada de errado em um Estado soberano decidir quem permite ou não entrar no seu país e a quem poderá ou não conceder benefícios sociais".

Nigel Mills, deputado conservador eleito por Amber Valley, também condenou a "histérica e desmesurada crítica a uma política perfeitamente proporcional e sensível", adiantando que "como país, temos todo o direito de proteger as nossas fronteiras e combater a imigração ilegal", disse. Numa dura crítica às Nações Unidas, Mills afirmou ainda que "as Nações Unidas devem ter trabalho suficiente com as numerosas crises de refugiados em todo o mundo para se estarem a preocupar com os países europeus que estão a tentar introduzir medidas razoáveis para proteger as suas fronteiras", adiantando que "nós não aceitamos lições de ninguém acerca da forma como gerimos a questão das nossas fronteiras, e muito menos de um socialista português que se transformou num não eleito burocrata das Nações Unidas".

Para Mills, "enquanto este senhor está a tentar marcar pontos com políticas baratas, este governo está a tomar difíceis decisões de longo prazo, necessárias para apoiar as famílias trabalhadoras e assegurar que se torna mais fácil acabar com os imigrantes ilegais e com os abusos dos nossos serviços públicos".

ACNUR nega responsabilidade direta de António Guterres
Segundo a TSF, que contactou o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, o gabinete de comunicação do ACNUR sublinha que as críticas feitas pelos conservadores ingleses não podem ser dirigidas a António Guterres uma vez que o alerta não foi feito pelo alto comissário, mas sim pelo escritório do ACNUR em Londres.

* Os "tories" são uma espécie de hooligans da política.

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