HOJE NO
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Os 120 mil novos empregos
de Passos são apenas 22 mil
Primeiro-ministro apontou criação de 120 mil novos postos de trabalho em 2013 como sinal de sucesso. Mas desde Janeiro só surgiram 22 mil
O
ano de 2013 registou a criação de 21,8 mil empregos líquidos entre
Janeiro e Setembro, segundo os dados disponíveis mais recentes. O valor
fica bem longe dos "120 mil novos empregos líquidos" que Passos Coelho
garantiu terem sido criados até Setembro deste ano na mensagem de Natal
desta semana. Para o valor do primeiro-ministro ser correcto, o ano de
2013 teria de ter começado em Março, ignorando-se assim a sua parte mais
negativa: entre Janeiro e Março perderam-se 100 mil empregos.
A mensagem de Natal de Passos Coelho foi dedicada à sua visão do
actual momento da economia portuguesa, com esta em 2013 a dar "os
primeiros frutos" da "estratégia abrangente" seguida pelo governo. Entre
estes primeiros frutos, salientou o governante, encontra-se a "criação
de 120 mil novos postos de trabalho" até Setembro de 2013. Contudo, os
dados do Instituto Nacional de Estatística mostram outra versão da
evolução do mercado laboral ao longo do ano.
A 31 de Dezembro de 2012, Portugal contava com 4,53 milhões de
pessoas com emprego. Este valor no final do terceiro trimestre de 2013,
ou seja, 30 de Setembro, evoluiu até aos 4,55 milhões de pessoas
empregadas, um ganho líquido de 21,8 mil postos de trabalho desde 1 de
Janeiro. Foi precisamente no primeiro trimestre do ano, o período que
ficou de fora dos cálculos apresentados por Passos Coelho na mensagem de
Natal, que a destruição de emprego se fez sentir com mais força no
país. Entre o primeiro dia do ano e o último dia de Março, a economia
portuguesa destruiu 98,6 mil postos de trabalho.
Foi só a partir de Abril que o mercado laboral português começou a
mostrar alguns sinais de revitalização, tendência típica nos trimestres
de Verão e que reflecte entre outros factores o bom ano que o turismo
português está a registar.
Desde o início de Abril até ao final de
Setembro, os residentes em Portugal com emprego saltaram de 4,43 milhões
para 4,55 milhões, os tais 120 mil de que falou Passos Coelho. Mas, se a
estes subtrairmos os 98 mil perdidos entre Janeiro e Março de 2013,
ficamos com a criação líquida de 21,8 mil empregos durante o corrente
ano.
* O sr. primeiro-ministro é um grande "inginhero"
.
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