20/12/2013

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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"

Há falta de remédios para tratar o cancro

Solução poderá passar por uma intervenção das autoridades europeias.

"Há falta de medicamentos para o tratamento de leucemias, linfomas, cancro da mama e cancro do cólon", afirmou ontem o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Leal da Costa, à margem da sessão comemorativa dos 90 anos do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa.
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A escassez deve-se, explicou Leal da Costa, à "falta de interesse dos laboratórios em produzir medicamentos baratos". "Empurram os hospitais para terapêuticas mais caras e que, muitas vezes, não são melhores dos que as antigas", acrescentou ao Correio da Manhã Leal da Costa, dando conta de que o problema ocorre com outros medicamentos, como os antibióticos.

Leal da Costa sublinhou porém que a rutura em Portugal não é total. "Com dificuldade, o Estado tem conseguido adquirir as suas quotas necessárias", referiu, ressalvando ser um problema global: "A falta progressiva e generalizada dos medicamentos mais antigos é sentida a nível mundial."
A emergência de países como a China e a Índia, que não tinham acesso aos medicamentos, fez aumentar a procura destas terapia. A propósito da falta de medicamentos mais antigos, mais baratos e até mais eficazes, Leal da Costa alertou para a publicação de um artigo na revista ‘New England Journal of Medicine', no qual o assunto é discutido. Uma solução, refere Leal da Costa, poderá passar pela intervenção das autoridades europeias e pelo pagamento de incentivos aos laboratórios para não interromperem a produção.

Menos cirurgias e consultas por falta de médicos
A falta de médicos obrigou à diminuição, em 2013, do número de cirurgias e de consultas no Instituto Português de Oncologia de Lisboa, segundo o presidente do conselho de administração, Francisco Ramos. 
O responsável adiantou que o "ligeiro decréscimo do volume de produção" ficou a dever-se à carência de recursos humanos. "Ao fim de três anos de sucessivas restrições no financiamento e limitações à contratação, é impossível que não tenham impacto na capacidade de produção", afirmou Francisco Ramos, sem precisar o número de médicos em falta e a dimensão da diminuição de cirurgias e consultas.

* O negócio dos laboratórios não passa pela consideração por quem sofre.

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