HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Há falta de remédios para tratar o cancro
Solução poderá passar por uma intervenção das autoridades europeias.
"Há falta de medicamentos para o tratamento de
leucemias, linfomas, cancro da mama e cancro do cólon", afirmou ontem o
secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Leal da Costa, à
margem da sessão comemorativa dos 90 anos do Instituto Português de
Oncologia (IPO) de Lisboa.
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A escassez deve-se, explicou Leal da Costa, à "falta de interesse dos laboratórios em produzir medicamentos baratos". "Empurram os hospitais para terapêuticas mais caras e que, muitas vezes, não são melhores dos que as antigas", acrescentou ao Correio da Manhã Leal da Costa, dando conta de que o problema ocorre com outros medicamentos, como os antibióticos.
Leal da Costa sublinhou porém que a rutura em
Portugal não é total. "Com dificuldade, o Estado tem conseguido adquirir
as suas quotas necessárias", referiu, ressalvando ser um problema
global: "A falta progressiva e generalizada dos medicamentos mais
antigos é sentida a nível mundial."
A emergência
de países como a China e a Índia, que não tinham acesso aos
medicamentos, fez aumentar a procura destas terapia. A propósito da
falta de medicamentos mais antigos, mais baratos e até mais eficazes,
Leal da Costa alertou para a publicação de um artigo na revista ‘New
England Journal of Medicine', no qual o assunto é discutido. Uma
solução, refere Leal da Costa, poderá passar pela intervenção das
autoridades europeias e pelo pagamento de incentivos aos laboratórios
para não interromperem a produção.
Menos cirurgias e consultas por falta de médicos
A
falta de médicos obrigou à diminuição, em 2013, do número de cirurgias e
de consultas no Instituto Português de Oncologia de Lisboa, segundo o
presidente do conselho de administração, Francisco Ramos.
O
responsável adiantou que o "ligeiro decréscimo do volume de produção"
ficou a dever-se à carência de recursos humanos. "Ao fim de três anos de
sucessivas restrições no financiamento e limitações à contratação, é
impossível que não tenham impacto na capacidade de produção", afirmou
Francisco Ramos, sem precisar o número de médicos em falta e a dimensão
da diminuição de cirurgias e consultas.
* O negócio dos laboratórios não passa pela consideração por quem sofre.
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