QUESTÕES
A 2014
12. O que vai acontecer às relações entre Portugal e Angola?
por Celso Filipe
As relações entre Portugal e Angola, no plano
empresarial, estão bem e recomendam-se, mas a entrada em vigor da nova
pauta aduaneira vai exigir uma nova estratégia às empresas portuguesas.
A nível político é expectável uma
lenta reaproximação, depois do balde água fria lançado pelo presidente
de Angola, José Eduardo dos Santos, quando declarou em Outubro de 3013
que não estavam reunidas as condições para realizar uma cimeira
bilateral destinada a criar uma parceria estratégica entre o seu país e
Portugal. O Chefe de Estado angolano atribuiu esta impossibilidade às
"incompreensões a nível da cúpula e ao clima político actual".
Com o fim das investigações judiciais em Portugal a altas
individualidades angolanas, casos do vice-presidente da República,
Manuel Vicente, e do procurador-geral da República, João Maria de Sousa,
a situação desanuviou-se, mas não o suficiente para normalizar o
relacionamento bilateral.
O círculo do poder angolano considera que Portugal se tem
empenhado pouco no estabelecimento de uma verdadeira parceria, gerindo a
relação bilateral de uma forma casuística. Neste quadro, consideram que
o Governo português tem de ser mais pró-activo em matéria de
cooperação, até porque José Eduardo dos Santos tem sido defensor de um
reforço dos laços entre os dois países.
Já as empresas portuguesas, concentradas nas exportações, terão de ir alterando a sua estratégia, optando por se instalar em Angola para produzir localmente. A nova pauta aduaneira, que deverá entrar em vigor em Janeiro, servirá para forçar esta tendência por via de um agravamento das importações. Um caminho que apresentará obstáculos para as empresas nacionais.
Já as empresas portuguesas, concentradas nas exportações, terão de ir alterando a sua estratégia, optando por se instalar em Angola para produzir localmente. A nova pauta aduaneira, que deverá entrar em vigor em Janeiro, servirá para forçar esta tendência por via de um agravamento das importações. Um caminho que apresentará obstáculos para as empresas nacionais.
IN "JORNAL DE NEGÓCIOS"
26/12/13
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