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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Ramalho Eanes homenageado com
. Testemunho Público
. Testemunho Público
"Um abraço do coração". Expressão frequente do
falecido Salgado Zenha e cara ao ex-Presidente da República deve
sintetizar as suas palavras de agradecimento após apresentação do Prémio
Eanes de Cidadania.
Ramalho Eanes apenas comparecerá no final de todos os
atos do Testemunho Público que vai homenageá-lo hoje, a partir das
17h00, no Auditório 1 do Centro de Congressos de Lisboa, na antiga FIL, à
Junqueira. Homem de modéstia, não se sentiria cómodo numa sessão em que
o elogiassem. O agradecimento público será feito na circunstância pelo
filho mais velho, Manuel Ramalho Eanes, atualmente administrador da Zon
Optimus.
A ideia deste Testemunho Público ao
Cidadão António Ramalho Eanes despertou no início do verão e, ao ser-lhe
exposta, mereceu uma reação negativa da parte do ex-Presidente da
República. Os promotores persistiram, porém, na iniciativa, e hoje vai
ser apresentado o Prémio Eanes de Cidadania, que visa distinguir pessoas
ou organizações que se destaquem pelas práticas de coragem,
conhecimento, ética, serviço à sociedade. O Prémio terá o valor de 50
mil euros e será atribuído de dois em dois anos.
Para prestar Testemunho Público, estão anunciadas
intervenções de Guilherme d'Oliveira Martins, presidente do Tribunal de
Contas, sobre Eanes político'; do general José Garcia Leandro sobre o
militar, e de João Lobo Antunes, médico e professor universitário, sobre
Eanes cidadão.
O Testemunho Público inclui uma mesa-redonda moderada por Fátima Campos Ferreira sobre ‘O rosto humano de Eanes'.
A
Comissão Cívica constituída para o efeito fará a apresentação do novo
Prémio de Cidadania. Será feita, por outro lado, a leitura de mensagens,
sabendo-se que, entre elas, estão textos enviados pelo patriarca de
Lisboa, D. Manuel Clemente, e pelos chefes de Estado-Maior General das
Forças Armadas, Exército, Armada e Força Aérea.
Esta
data de 25 de novembro foi escolhida porque assinala o surgir de
Ramalho Eanes no meio público como comandante operacional das forças
que, então, agiram para evitar uma guerra civil em Portugal.
Depois
dos movimentos militares que liderou em equipa, como ele próprio frisou
na altura, Ramalho Eanes foi nomeado chefe do Estado-Maior do Exército
e, sete meses mais tarde, eleito por larga maioria primeiro Presidente
da República já em democracia.
25 de Novembro operou com transmissões da GNR
"No
25 de Novembro, não se sabia à partida onde estaria o Posto de Comando e
utilizou-se principalmente uma viatura da GNR equipada com material de
transmissões", recorda o general Garcia dos Santos, que foi o militar
responsável pelas transmissões das forças vitoriosas, tanto no 25 de
Abril de 1974 como no 25 de Novembro de 1975.
"No
25 de Abril, todo o esquema de transmissões foi idealizado e montado por
mim, com meios exclusivamente do Exército, e não houve qualquer
dificuldade", prossegue. "Havia o material necessário em todas as
unidades envolvidas e sabia-se onde estaria instalado o Posto de Comando
no Quartel da Pontinha. Está tudo contado ao pormenor no livro ‘As
Transmissões Militares da Guerra Peninsular ao 25 de Abril', elaborado
pela Comissão Histórica das Transmissões", de que foi fundador.
"O
25 de Novembro foi diferente. Utilizámos a rede de transmissões da GNR,
que era segura e fiável, mas as coisas foram mais aleatórias", recorda
ainda Garcia dos Santos. "Não havia propriamente plano de ordem de
operações. Tudo teve de ser decidido em cima do acontecimento."
* Não temos de concordar com tudo o que Ramalho Eanes fez, mas é um homem muito digno.
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