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Troca de medicamentos por questões económicas é inadmissível
Até ao momento foram relatados 17 casos, entre os quais os que são hoje referidos na imprensa, num universo de cinco milhões de receitas que são passadas todos os meses, indicou o ministro.
O
ministro da Saúde revelou hoje que está no terreno uma inspeção sobre a
troca de medicamentos nas farmácias, que envolve mais de 300
estabelecimentos, e disse que esta prática por motivos económicos “não é
admissível”.
Paulo Macedo,
que hoje abriu a conferência sobre “Desenvolvimento do mercado de
medicamentos genéricos: barreiras e oportunidades”, falava aos
jornalistas a propósito de um anúncio publicado na imprensa pela Ordem
dos Médicos a denunciar “mais um caso” de substituição de prescrições de
medicamentos nas farmácias.
“Não é admissível que alguém faça uma
troca de um medicamento numa farmácia por razões económicas que
prejudiquem o utente”, disse Paulo Macedo,
lembrando que a autoridade que regula o sector do medicamento
(Infarmed) estabeleceu um espaço para denúncia de situações como estas.
Até
ao momento foram relatados 17 casos, entre os quais os que são hoje
referidos na imprensa, num universo de cinco milhões de receitas que são
passadas todos os meses, indicou o ministro.
Para Paulo Macedo,
a solução não passa pela alteração legislativa – como sugeriu a Ordem
dos Médicos, que apelou à alteração das regras para a fixação do preço
dos genéricos – mas sim pelo cumprimento da lei.
O presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF) está convicto de que “as farmácias estão a aplicar a lei”.
“Não
digo que não existam situações esporádicas”, disse aos jornalistas à
margem do evento que decorreu no Infarmed, acrescentando que o aumento
da quota dos genéricos é a demonstração de que a lei está a ser
aplicada.
As farmácias só não dispensam os genéricos quando não os têm disponíveis, o que acontece com alguma frequência, indicou.
A
este propósito, Paulo Duarte revelou que, na primeira semana de
setembro, as farmácias tentaram adquirir 1.176 mil embalagens de
medicamentos, de mais de 8.000 referências diferentes, sem que o
conseguissem junto dos grossistas ou da indústria.
Igual
dificuldade foi sentida pelas farmácias na aquisição de 200 mil
embalagens de genéricos, respeitantes a mais de 3.200 medicamentos
diferentes, sendo a maioria de fármacos mais baratos.
A propósito
da situação hoje denunciada pela Ordem dos Médicos, Paulo Duarte disse
ainda que a ANF enviou para o Ministério da Saúde milhares de receitas
com “utilizações abusivas de exceções”
O presidente do Infarmed,
Eurico Castro Alves, sublinhou que este organismo já tomara “medidas
concretas”, antes da denúncia da Ordem, tendo apelado aos clínicos para
denunciarem as situações irregulares.
Sobre a inspeção em curso,
que envolve mais de 300 farmácias, Eurico Castro Alves disse que, até ao
momento, foi encontrada uma situação irregular.
O presidente do
Infarmed garantiu que os casos são investigados, podendo ter
consequências que vão de uma advertência à aplicação de uma coima, cujo
valor máximo é de 44 mil euros.
* Os "negócios" na saúde.
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