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HOJE NO
"PÚBLICO"
Elevado número de alunos em
debilidade económica grave, alerta Conselho Educação
O Conselho Nacional de Educação (CNE) alertou para uma "elevada
percentagem de estudantes numa situação de debilidade económica grave",
recomendando a atribuição de recursos à acção social para que não falhe o
apoio aos mais carenciados.
Numa recomendação hoje
publicada em Diário da República, o CNE defende a necessidade de
garantir o bom funcionamento dos serviços de acção social e de acabar
com as diferenças nas respostas sociais registadas nas diferentes
instituições do ensino superior.
"Irregularidades técnicas, problemas de comunicação entre serviços e estudantes, indefinição nos processos de candidatura, atrasos na análise dos requerimentos e nos pagamentos das bolsas de estudo e abrangência insuficiente são entropias introduzidas sucessivamente no sistema que têm inibido a acção social de cumprir integralmente o seu papel", alerta o CNE numa recomendações sobre "A condição estudantil no Ensino Superior".
"Irregularidades técnicas, problemas de comunicação entre serviços e estudantes, indefinição nos processos de candidatura, atrasos na análise dos requerimentos e nos pagamentos das bolsas de estudo e abrangência insuficiente são entropias introduzidas sucessivamente no sistema que têm inibido a acção social de cumprir integralmente o seu papel", alerta o CNE numa recomendações sobre "A condição estudantil no Ensino Superior".
As alterações no
acesso às bolsas, que agora é condicionado à situação contributiva das
famílias, vieram "colocar uma elevada percentagem de estudantes numa
situação de debilidade económica grave", sublinha aquele órgão
consultivo.
O CNE alerta ainda para a existência de respostas de
acção social "bastante díspares" consoante as instituições, sendo
necessário acabar com essas diferenças.
No total, o CNE apresenta
às instituições e Governo dez pontos que considera essenciais para
evitar o abandono escolar, captar novos estudantes, promover o
reingresso e o sucesso dos percursos formativos dos alunos.
A
formação dos estudantes deve ter em conta “a necessidade de desenvolver
competências de empregabilidade, facilitadoras da integração dos jovens
no mundo do trabalho", defende na sua quarta recomendação divulgada este
ano.
Além disso, os candidatos ao ensino superior devem conhecer o
grau de empregabilidade dos cursos, devendo, por isso, ser criada uma
"base de dados fidedigna" que divulgue publicamente essas informações.
Incentivar
a mobilidade transnacional de estudantes e garantir apoios financeiros à
realização dos seus estudos e estágios no espaço europeu é outra das
recomendações do CNE, que lembra que Portugal ainda está "muito distante
das metas" para 2020, ano para o 20% dos estudantes já deveriam ter
frequentado um ou mais semestres numa instituição fora do país.
Para
garantir que essas metas ainda possam ser atingidas, o CNE sugere que o
acesso aos programas existentes seja alargado, através de uma melhor
divulgação dos programas e na melhoria do reconhecimento de créditos: “É
imprescindível que cada estudante saiba, à partida, quais as
equivalências que lhe serão dadas nas unidades curriculares que irá
frequentar no seu período de mobilidade”, refere o documento.
Além
disso, o CNE defende uma melhoria das bolsas de mobilidade para que os
alunos carenciados não sejam impedidos de participar nestes programas.
A
situação dos trabalhadores estudantes também deve ser melhorada através
da adaptação do regime de frequência e avaliação dos cursos aos alunos e
alargamento da oferta de cursos em regime pós-laboral ou de ensino à
distância.
O CNE recomenda ainda que "se clarifiquem rapidamente
as competências da A3ES e das ordens e câmaras profissionais na
regulação da relação entre formação e acesso à profissão".
No
documento, o CNE defende o reforço financeiro no ensino superior e
lamenta que em 2010, "apesar de acordado e contratualizado o reforço de
100 milhões de euros no âmbito dos Contratos de Confiança, tal não se
concretizou, tendo-se verificado uma redução de 28% nos orçamentos de
funcionamento das instituições".
* "Educar passando fome" o lema do ministério de Crato.
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