HOJE NO
"PÚBLICO"
Procurador que investiga swaps
põe lugar à disposição após
comentário no Facebook
Carlos Casimiro, no DCIAP desde 2011, sugeriu a demissão da actual ministra das Finanças na véspera da tomada de posse de Maria Luís Albuquerque.
OUVINDO A PATROA |
O director do Departamento Central de Investigação e Acção Penal
(DCIAP), Amadeu Guerra, irá decidir nos próximos dias se retira ou não
da investigação aos contratos de swaps o procurador Carlos Casimiro, um dos dois titulares do inquérito.
O magistrado, que está no
DCIAP desde 2011, colocou a sua continuidade naquele processo à
disposição de Amadeu Guerra, após a revista Sábado ter
noticiado na passada quinta-feira um comentário que Carlos Casimiro
fizera no mural do Facebook de uma colega sobre a então candidata a
ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.
Contactada pelo
PÚBLICO, a Procuradoria-Geral da República confirma que o magistrado deu
conhecimento da situação ao seu superior hierárquico e que “o
requerimento se encontra a aguardar apreciação e decisão do director do
DCIAP”.
“Penso que seria de bom tom adiantarmos as coisas e
passarmos directamente para a demissão da candidata ao lugar de Gaspar",
escreveu Carlos Casimiro no mural, de acesso restrito, de Teresa
Almeida, responsável por uma secção especializada em crimes económicos
no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa.
O
comentário de Carlos Casimiro seguiu-se a uma mensagem deixada por
Teresa Almeida na segunda-feira, 1 de Julho, dia em que foi conhecida a
demissão do ex-ministro das Finanças, Vítor Gaspar, e foi anunciado que
Maria Luís Albuquerque o iria substituir, tomando posse no dia seguinte.
“É
impressão minha ou isto está tudo a implodir?”, questionava a
procuradora numa afirmação que levou vários colegas a comentar a
situação política que o país atravessava.
O inquérito do DCIAP aos swaps
conta com inúmeros documentos remetidos em Abril pela própria Maria
Luís Albuquerque, então secretária de Estado do Tesouro com aquela
pasta. Polémico tem sido o facto de a governante assumir neste caso um
duplo papel, já que foi responsável, enquanto directora financeira da
Refer, pela celebração de dois contratos considerado “complexos” por uma
consultora que aconselhou a sua liquidação. Maria Luís Albuquerque tem
insistido, contudo, que os contractos que subscreveu não foram
considerados tóxicos.
* O sr. procurador Carlos Casimiro não estava em funções quando manifestou opinião. Será que por se exercer determinado cargo e na esfera da vida privada há delito de opinião, só faltam os tribunais plenários?
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