HOJE NO
" DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Quase 3,5 milhões em Portugal
têm no máximo o 1.º ciclo
Quase 3,5 milhões de pessoas que vivem em Portugal não têm qualquer
diploma ou completaram apenas o 1º ciclo do ensino básico [ensino primário], segundo o
relatório "Estado da Educação 2012" agora divulgado.
O terceiro relatório realizado pelo
Conselho Nacional de Educação (CNE) apresenta um país de "contrastes":
Em 2011, havia "perto de 3,5 milhões de pessoas com mais de 15 anos sem
nenhum diploma ou apenas com o 1º ciclo do ensino básico e mais de dois
milhões e meio com qualificação de nível secundário, pós-secundário ou
superior".
Quase um milhão de pessoas não concluiu sequer o
primeiro ciclo e outros 2,5 milhões têm apenas os primeiros quatro anos
de escolaridade, segundo dados dos Censos de 2011 compilados agora no
relatório sobre o Estado da Educação.
"Somos um país de grandes
desigualdades e contrastes entre os mais novos e os mais velhos",
resumiu a presidente do CNE, Ana Maria Bettencourt, durante a
apresentação do relatório, que faz uma análise da evolução da educação
na última década.
É entre os mais velhos que mais se sente o
problema da falta de qualificações. De acordo com o documento, metade
das pessoas com mais de 55 anos tem apenas a antiga quarta classe.
Mas
a desigualdade de gerações não se sente apenas a partir dos 55 anos, já
que mais de 1,5 milhões de pessoas entre os 25 e os 44 anos também não
chegaram a concluir o 12º ano (escolaridade obrigatória).
A
presidente do CNE sublinhou a importância de apostar na formação de
adultos, como forma de valorização profissional. "Se fomos capazes de
apostar nos mais novos, isso dá-nos esperança para continuar", defendeu.
Mas
os problemas não estão identificados apenas entre os mais velhos: ainda
existem cerca de 600 mil jovens entre os 25 e os 34 anos que concluíram
apenas o 3º ciclo do ensino básico.
"Mas, ao mesmo tempo, temos
quase 40% dos jovens de 20 anos a frequentar o ensino superior",
sublinhou Ana Maria Bettencourt, recordando o "país de contrastes".
O
número de diplomados em Portugal tem vindo a aumentar na última década
entre o grupo etário dos 30-34 anos: Em 2000, representavam apenas 11,3%
daquela população ao passo que em 2011 já eram 26,1%.
No
entanto, a União Europeia definiu como meta para 2020 ter pelo menos 40%
dos jovens entre os 30 e os 34 anos com formação superior. A Portugal
ainda faltam 14 pontos percentuais para atingir os mínimos definidos.
* Desde 1974 que o país evoluiu muito positivamente em variados sectores, o ensino foi um deles, mas atendendo a estes números avaliemos em que estado estava a educação durante a ditadura salazarenta.
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