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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
"CORREIO DA MANHÃ"
Crise pode aumentar patologias
da área da saúde mental
O presidente da comissão organizadora do 8.º Congresso Nacional de
Psiquiatria, António Palha, alertou esta quinta-feira que "a crise pode
aumentar as patologias" da saúde mental e lamentou o reduzido orçamento
destinado a esta área da saúde.
"O [último] inquérito epidemiológico nacional mostra
que Portugal tem uma prevalência alta das patologias ansiosas. As crises
podem aumentar a insegurança das pessoas e, quando inseguras, a
auto-estima vai diminuindo, podendo levar à depressão", afirmou António
Palha aos jornalistas.
Também o
presidente da Sociedade Portuguesa de Suicidologia, José Carlos Santos,
criticou o facto de a saúde mental ser "hoje, como anteriormente, o
parente pobre da saúde".
"A dotação que lhe é distribuída fica muito aquém das reais necessidades da população", sublinhou José Carlos Santos.
Para
este responsável, "tendo em conta a crise" que o país atravessa,
"existem condições para que a incidência de doenças do foro psiquiátrico
aumente".
"A acessibilidade é
crucial", frisou José Carlos Santos, para quem é praticamente impossível
"prevenir comportamentos desta esfera" quando se colocam barreiras nos
acessos aos cuidados de saúde.
António
Palha reafirmou que a saúde mental "sempre foi o parente pobre" e
mostrou-se também preocupado como é que "se vai conseguir fazer omeletes
sem ovos", tendo em conta que se são reduzidas as verbas para os
serviços de saúde, naturalmente vai haver uma redução das facilidades de
acesso" aos mesmos.
"Há um limite para tudo e não sei se não estamos a chegar a esse limite", disse.
Este
8.º Congresso Nacional de Psiquiatria decorre até sábado, no Porto,
contando com a presença de especialistas de várias áreas científicas
ligadas à especialidade.
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