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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Particulares e empresas poupam
mais do que investem pela
primeira vez desde o euro
Os portugueses estão a ajustar as suas finanças, poupando mais do que o
que investem. Os riscos continuam e o incumprimento dos particulares e,
“principalmente”, das empresas deverá manter-se em expansão, alerta o
Banco de Portugal.
As empresas e os particulares em
Portugal estão, em conjunto, a poupar mais do que a investir. Com a
necessidade de ajustarem as suas contas numa altura de contracção, o
primeiro semestre deste ano foi aquele em que tal se verificou desde,
pelo menos, a introdução do euro.
No caso dos particulares, por exemplo, com as expectativas para o
rendimento permanente revistas em baixas (devido ao aumento da carga
fiscal), a opção é a de poupar mais, aponta o relatório de estabilidade financeira, publicado hoje, quinta-feira, pelo Banco de Portugal.
Apesar de terem, assim, capacidade de investimento, as companhias não
financeiras e as famílias continuam a perder rendimento e a representar
riscos para a estabilidade financeira nacional, de acordo com o
documento.
Isto porque os particulares e “principalmente” as empresas deverão continuar a registar maiores níveis de incumprimento nos próximos trimestres, o que poderá obrigar os bancos a aumentarem o reconhecimento de imparidades para perdas na carteira de crédito.
Isto porque os particulares e “principalmente” as empresas deverão continuar a registar maiores níveis de incumprimento nos próximos trimestres, o que poderá obrigar os bancos a aumentarem o reconhecimento de imparidades para perdas na carteira de crédito.
Para os particulares, os avisos do Banco de Portugal assinalam um
risco de crédito maior no consumo e não tanto nos créditos à habitação.
“O rácio de incumprimento nos empréstimos para consumo e outros fins
regista aumentos bastante significativos”, salienta o comunicado da
entidade presidida por Carlos Costa.
Já a nível de crédito à habitação, também há aumentos no rácio de
incumprimento mas “é muito inferior” ao do consumo. Os mínimos
históricos das taxas indexadas aos créditos à habitação em Portugal, as
Euribor, e o facto de a maioria dos empréstimos à habitação ser feito
para primeiras moradias podem justificar esta diferença.
Nas empresas, o comportamento também acontece, até porque há uma
contracção da procura interna que limita o desempenho das sociedades.
"Neste contexto, a situação financeira do sector empresarial e dos
particulares continuará a ser acompanhada no sentido de identificar
possíveis medidas que atenuem os efeitos do elevado endividamento destes
sectores na sua capacidade de financiamento e no seu grau de
incumprimento junto do sistema bancário", indica o Banco de Portugal.
* Quando o "euro" surgiu tinha acabado há pouco o consulado consumista e perdulário de Aníbal o europeísta.
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