24/06/2012

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ESTA SEMANA NO
"SOL"

Guterres e Durão 
na calha para liderar a ONU 

Dados como candidatos a Belém em 2016, ambos podem preferir uma candidatura à chefia da ONU. 

O socialista tem vantagem. O próximo secretário-geral da ONU pode vir a ser um ex-primeiro-ministro português. Quer António Guterres quer Durão Barroso são hipóteses para o lugar ocupado actualmente pelo sul-coreano _Ban Ki-Moon, cujo mandato termina no final de 2016. 

No Ministério dos Negócios Estrangeiros e em meios diplomáticos, Durão e Guterres são nomes falados com crescente insistência. Tudo aponta para que o próximo secretário-geral da ONU seja um nome do eixo europeu e o ex-primeiro-ministro socialista tem algumas vantagens. Com o pelouro de Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), cujo segundo mandato termina em Junho de 2015, Guterres é, de facto, a segunda figura na hierarquia das Nações Unidas – embora formalmente exista um vice-secretário-geral. «Adora o que está a fazer e tem muitos apoios, nomeadamente o do Partido Democrata nos EUA», diz um amigo e ex-companheiro da política, referindo contactos que vêm do tempo de Bill Clinton, coincidindo com o Governo de Guterres, em Portugal.

 Mas também Durão Barroso, cujo mandato em Bruxelas termina no final de 2014, tem fortes probabilidades e já terá manifestado interesse em ‘entrar na corrida’ junto de alguns dos seus colaboradores mais próximos. Tanto mais que sondagens de popularidade em Portugal a que Durão Barroso tem recorrido regularmente, continuam a dar-lhe valores muito baixos, que parecem desaconselhar a tão falada candidatura a Belém em 2016. 

O actual presidente da CE estará já consciente de que o seu futuro deverá passar mais por um novo cargo internacional do que pelo regresso à política nacional, nomeadamente pela candidatura presidencial do centro-direita à sucessão de Cavaco Silva. Quanto a Guterres, também apontado como potencial candidato do centro-esquerda a Belém, o_facto de estar a desempenhar «reconhecidamente, um óptimo lugar no ACNUR, o seu perfil de conciliador nato» e os apoios, dentro da ONU, ajudam à candidatura, diz um dirigente do PS. 

Tanto mais que, após a saída de Ki-Moon, se espera que «volte a ser um europeu a ocupar o cargo», acrescenta um ex-colaborador próximo de Guterres. Portas preparado para apoiar campanha à ONU A última vez que um político da Europa ocupou a cadeira de secretário-geral das Nações Unidas foi com o austríaco Kurt Waldheim, que saiu em 1981. Seguiram-se um sul-americano (Perez de Cuellar) e os africanos Boutros Ghali e Koffi Annan. 

Ao Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) já vão chegando vários sinais do interesse de Durão e de Guterres pela secretaria-geral da ONU. E Paulo Portas está preparado para fazer uma intensa acção diplomática para ajudar um deles a chegar a líder da_ONU. Nas Necessidades, porém, sustenta-se que «o assunto ainda não está na agenda» e que a prioridade do ministro dos Negócios Estrangeiros se centra agora na campanha, já em marcha, para conseguir a eleição de Portugal para o Conselho dos Direitos Humanos, daqui a dois anos. 

Mas nos círculos diplomáticos os lóbis movimentam-se. _E o ex-primeiro-ministro socialista, que foi personalidade em foco na celebração do Dia Mundial do Refugiado, tem participado em diversas reuniões da cimeira do ONU Rio+20 e contactado com vários estadistas mundiais. Internamente, visto como um óptimo candidato a Presidente da República, a vontade do próprio não vai nesse sentido. «Continuará durante muitos anos a ocupar cargos em organizações internacionais. É o que o deixa realizado. Não lhe passa pela cabeça a candidatura a Belém», assegura um ex-ministro ao SOL.

*  Guterres não é mordomo de ninguém, nas Nações Unidas tem feito um trabalho extraordinário e exemplar.

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