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HOJE NO
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Contratados a prazo pagam fatia de leão do desemprego recorde
Valem só 20% dos trabalhadores por conta
de outrem, mas são os que mais contribuem
para a subida do desemprego
A taxa de desemprego em Portugal subiu para um novo recorde de 14,9% no primeiro trimestre do ano, reflectindo a tendência de forte destruição de postos de trabalho com vínculos a prazo, sugerem os dados publicados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os trabalhadores contratados a prazo são apenas um quinto do total de trabalhadores por conta de outrem, mas é desta esfera menos protegida pela lei laboral que estão a sair mais pessoas para o desemprego, segundo dados a que o i teve acesso.
Nos primeiros três meses do ano saíram cerca de 60 mil contratados a prazo para o desemprego, mais 12 mil que o registado pela esfera de trabalhadores com contratos sem termo. O regresso ao emprego é também feito sobretudo com recurso a contratos a prazo (mais do dobro dos permanentes).
A repartição desigual da sangria recorde no mercado de trabalho – que entre desencorajados (disponíveis para trabalhar mas que deixaram de procurar emprego) e desempregados abrange mais de um milhão de pessoas – é típica em contextos de recessão e mercados laborais segmentados entre mais e menos protegidos. A incidência dos contratos a prazo é bastante maior entre os jovens, facto que ajuda a explicar o aumento do desemprego neste escalão (ver caixas).
O agravamento do desemprego para quase 15% está em linha com as previsões dos economistas para o conjunto de 2012. “É um número preocupante e que terá tendência ainda a aumentar, acompanhando o ciclo económico”, afirma Paula Carvalho, economista do Banco BPI, que admite que a previsão anual de 15% parece agora “conservadora”.
A subida de 14% para 14,9% segue-se ao salto sem paralelo no último trimestre (de 12,4% para 14%) e está a surpreender o governo e a troika. A semana passada, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, anunciou que o governo está a estudar com o Banco de Portugal e o FMI as razões para a subida mais rápido que o esperado.
O facto de o choque no mercado interno ser considerado permanente pelos empregadores, aliado ao cerco total às empresas (menos crédito, prazos de pagamento dilatados, menos procura) são duas das razões apontadas pelos especialistas.
* Infinitamente precários...há ainda uma outra razão para este absurdo desemprego, é a cultura feudal/ /empresarial dos patrões portugueses.
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