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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
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/DA MADEIRA"
Costa considera “inadmissível” lei
para travar Centeno como governador
do Banco de Portugal
O
primeiro-ministro considerou hoje “inadmissível” num Estado de Direito
democrático a eventual aprovação pelo parlamento de uma lei
“persecutória” que vise impedir Mário Centeno de exercer em breve as
funções de governador do Banco de Portugal.
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António Costa deixou
este aviso no Palácio de Belém, no final da breve cerimónia de posse de
João Leão como ministro de Estado e das Finanças em substituição de
Mário Centeno, depois de questionado sobre o projeto já aprovado na
generalidade, na Assembleia da República, que visa estabelecer um
período de nojo de cinco anos entre o exercício de funções governativas e
o desempenho do cargo de governador do Banco de Portugal.
“Num
Estado de Direito democrático são inadmissíveis leis ‘ad hominem’ com a
função de perseguir pessoas. Não costumo comentar iniciativas
parlamentares, mas pela gravidade dessa iniciativa não posso deixar de
dizer que é absolutamente incompatível com o Estado de direito
democrático”, sustentou o primeiro-ministro.
Ainda em relação a
este diploma, que apenas mereceu o voto contra do PS e que segue agora
para a especialidade no parlamento, António Costa declarou não perceber -
“e seguramente ninguém no país percebe - essa vontade de perseguir
Mário Centeno”.
“O doutor Mário Centeno cometeu algum crime? Foi
crise ter sido membro do Governo e ter exercido essas funções durante
mais de cinco anos? Foi crime os resultados que obteve enquanto ministro
de Estado e das Finanças?”, interrogou-se o líder do executivo.
Para
António Costa, “fora da bolha parlamentar, ninguém percebe que se faça
uma lei com um único objetivo, que é o de impedir a eventual nomeação de
Mário Centeno para governador do Banco de Portugal”.
“Isso não é
admissível num regime democrático, é inaceitável neste caso concreto e
quero acrescentar o seguinte: O Governo responde politicamente perante a
Assembleia da República, mas tem as suas competências que resultam da
Constituição e da lei - competências que não estão ao sabor das vontades
conjunturais”, advertiu.
Ou seja, segundo António Costa, “o
Governo exercerá as suas competências e não há nenhuma razão para
alterar as competências do Governo sempre essa matéria”.
Nesta
questão, o primeiro-ministro procurou retirar o presidente do PSD da
tentativa de aprovar uma lei no parlamento apenas dirigida contra Mário
Centeno, alegando não ter a ideia de que Rui Rio possui “uma visão
mesquinha de que se vinga em atos legislativos daquilo que é o debate
normal no terreno político”.
“Seria de uma enorme mesquinhez e não tenho o doutor Rui Rio como uma pessoa mesquinha”, reforçou.
No
entanto, em relação ao diploma já aprovado na generalidade e que visa
estabelecer um período de nojo entre o exercício de funções
governamentais e o cargo de governador do Banco de Portugal, António
Costa usou a ironia para admitir que “há pessoas a quem o confinamento
deve ter feito mal”.
“Mas nós temos de nos manter com a
seriedade, com a calma e com a tranquilidade própria de perceber que
vivemos num Estado de Direito democrático. O bom senso deve continuar a
prevalecer.
Por razoes conjunturais, não é aceitável que se alterem as
competências de um órgão de soberania. Por quererem perseguir o doutro
Mário Centeno, não posso aceitar que pretendam atar os pés e as mãos ao
Governo, como se isso fosse normal”, acrescentou.
* Apesar de não concordarmos com a ida imediata de Mário Centeno para o BdP, consideramos que ser elaborada uma lei para criar obstáculo a um cidadão honesto que enquanto ministro fez um trabalho pleno de mérito, é de todo desbocada.
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