15/06/2020

.
HOJE NO
"JORNAL DE  NEGÓCIOS"
UE põe ambições da China na mira
.com tarifa inédita sobre importações

Pela primeira vez, Bruxelas vai avançar com uma tarifa sobre bens importados devido a subsídios concedidos por Pequim a empresas sediadas fora da China.

A União Europeia tomou esta segunda-feira uma medida sem precedentes, que poderá ser o primeiro passo para travar as ambições comerciais da China. Pela primeira vez, o bloco decidiu avançar com tarifas sobre importações devido a subsídios concedidos por um Estado a exportadores sediados noutro país, e que criam distorções de mercado.
.
Até ao momento, a União Europeia só havia direcionado estas penalizações a subsídios concedidos pelo país de onde as exportações tinham origem.

"É um caso histórico que pode levar a muitos outros semelhantes", afirmou Agatha Kratz, diretora associada do Rhodium Group, que faz pesquisa sobre as relações UE-China e diplomacia comercial chinesa. "O apoio estatal chinês está generalizado além das fronteiras da China, com efeitos distorcidos na UE e noutros lados", acrescentou a responsável, citada pela Bloomberg.

Em causa estão importações de fibra de vidro do Egito, de dois fabricantes - Jushi Egypt for Fiberglass Industry SAE e Hengshi Egypt Fiberglass Fabrics SAE - que são subsidiárias das chinesas China Jushi Co. e Zhejiang Hengshi Fiberglass Fabrics Co.

As duas empresas estão sediadas na Zona de Cooperação Económica e Comercial China-Egito, no Canal do Suez, que faz parte da controversa iniciativa chinesa Uma Faixa, uma Rota (Belt and Road) de desenvolvimento de infraestrutura global.

Segundo a União Europeia, os dois fabricantes recebem benefícios financeiros dos governos da China e do Egipto, e esse apoio, juntamente com subsídios aos tecidos de fibra de vidro exportados diretamente da China, prejudicam injustamente os fabricantes da UE, como a finlandesa Ahlstrom-Munksjo Oyj.

Além desta, também empresas como a belga European Owens Corning Fiberglas SPRL e a francesa Chomarat Textiles Industries SAS sofreram "prejuízos materiais" decorrentes da concorrência desleal, diz a UE.

A taxa agora imposta sobre as importações de fibra de vidro do Egito é de 10,9% e terá uma duração de cinco anos.

Como parte da mesma decisão, a UE vai impor tarifas entre 17% e 30,7% sobre a fibra de vidro importada directamente da China.

* A ditadura chinesa não dá tréguas...

.

Sem comentários: