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LUCA ARGEL
MÚSICO
INÊS BARBOSA
DOUTORADA EM SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
CARMEN MATOS
ADVOGADA
RUI AZEVEDO
CENÓGRAFO
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CAROLINA ALMEIDA
TRABALHADORA PRECÁRIA
SUELEN MASIERO
COZINHEIRA
OS ROSTOS DA CRISE
Luca Argel é músico, vive no Porto e todos os concertos e compromissos profissionais que tinha agendados até setembro foram desmarcados.
Inês Barbosa é doutorada em Sociologia da Educação mas, como há muito poucas bolsas de pós doutoramento nessa área, tem sido contratada com bolas de mestrado, umas atrás das outras. Tem 36 anos e uma filha. No final da última bolsa, enquanto esperava a próxima, foi contratada a recibos verdes e assim estava quando surgiu a pandemia. Como os bolseiros não têm direito a subsídio de desemprego e ela ainda aguarda a deliberação da Segurança Social do seu pedido de apoio à família, está sem qualquer rendimento desde março.
Com a pandemia da Covid-19 os tribunais encerraram e os advogados tiveram uma brutal quebra de rendimentos. Foi o que aconteceu com Carmen Matos que apesar disso continuou, tal como todos os advogados e solicitadores, obrigada a contribuir mensalmente com 251€ para a sua caixa de previdência própria deste profissionais, a CPAS, que não lhes fornece qualquer proteção social.
Rui Azevedo é cenógrafo e tem uma pequena empresa na qual é sócio-gerente. Com a pandemia, todos os trabalhos que tinham marcados foram cancelados. Rui está desde março sem qualquer rendimento, apesar de sempre ter contribuído para a Segurança Social
Carolina trabalhava há oito meses num armazém de uma importante empresa, a falsos recibos verdes. A 13 de março foi despedida. Como estava no ano de isenção de pagamentos à Segurança Social, de início não teve direito a nenhum apoio. Com a pressão dos movimentos sociais, o governo emitiu um decreto que passou a permitir às pessoas na sua circunstância pedirem apoio à Segurança Social, relativo ao mês de maio. Para os meses de março e abril, não houve qualquer apoio. Carolina entregou o seu pedido, está a aguardar resposta e desde 13 de março que está sem rendimentos.
Suelen Masiero é cozinheira. Vive em Portugal há um ano e meio e sempre trabalhou com contratos. Como é muito comum na restauração, sempre que mudou de restaurante, contrataram-na à experiência durante um período no qual o empregador não descontou para a Segurança Social.
No início da pandemia, foi despedida. Os seus descontos não eram suficientes para lhe dar acesso a qualquer apoio, está sem rendimentos desde então.
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