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HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Proteção Civil aponta falhas
a várias entidades no socorro
O relatório preliminar da Proteção Civil
sobre a queda do helicóptero do INEM em Valongo, divulgado esta terça-feira, aponta
falhas à NAV Portugal, ao 112 e ao Comando Distrital de Operações de
Socorro do Porto (Proteção Civil).
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“O
contacto com o Rescue Cordination Center (RCC), da Força Aérea
Portuguesa, para a identificação de um possível acidente com uma
aeronave, tanto por parte da NAV Portugal como do CONOR [Centro
Operacional do Norte do 112], não foi efetuado com a necessária
tempestividade, podendo ter comprometido o tempo de resposta dos meios
de busca e salvamento”, indica o relatório preliminar da Autoridade
Nacional de Proteção Civil (ANPC).
Segundo
o documento, colocado esta manhã na página da internet da ANPC, a NAV
Portugal, responsável pela gestão do tráfego aéreo, desenvolveu, durante
20 minutos (das 19h20 às 19h40) “as suas próprias diligências, em
detrimento do cumprimento do estipulado na Diretiva Operacional Nacional
n.º 4 – Dispositivo Integrado de Resposta a Acidentes com Aeronaves”.
A
Proteção Civil apurou ainda que o Comando Distrital de Operações de
Socorro (CDOS) do Porto “foi alvo de seis tentativas de contacto
telefónico, sendo que apenas uma delas foi abandonada antes do
atendimento”.
O
relatório preliminar acrescenta que, após o contacto de cidadãos, o
Centro Operacional do Norte do 112 “não alertou o CDOS do Porto, dando
preferência ao despacho de meios das forças de segurança, e não encetou
diligências junto da ANPC para restringir a área de busca”.
As
condições meteorológicas sentidas na tarde/noite do acidente (sábado) e
a orografia do terreno “foram fatores condicionantes para o
desenvolvimento das buscas desde a chegada dos primeiros meios ao teatro
de operações”, indica o documento.
“Tratando-se
de uma ocorrência absolutamente excecional e que levou a uma resposta,
também ela, de exceção, importa apresentar todos os dados associados aos
diferentes momentos da mesma, incluindo o alerta inicial, passando
pelos diferentes momentos de acionamento e reforço de meios. Pretende-se
com o presente documento coadjuvar na perceção da complexidade do
evento, dos contornos da resposta e dos constrangimentos identificados”,
pode ler-se no relatório preliminar, com 17 páginas.
Num
comunicado enviado minutos antes da divulgação do documento, o
Ministério da Administração Interna explicava que, "perante as
conclusões" do relatório preliminar da ANPC, ordenou o envio do mesmo
aos ministros da Defesa Nacional e do Planeamento e Infraestruturas
“para esclarecimento das circunstâncias da não observância dos
procedimentos previstos na Diretiva Operacional n.º 4 – Dispositivo
Integrado de Resposta a Acidentes com Aeronaves, pela Força Aérea e pela
NAV” – Portugal.
A
Diretiva Operacional n. º4, da ANPC, determina que assim que haja
conhecimento de um acidente com uma aeronave deve, em primeiro lugar, e o
mais rápido possível, informar-se o Centro de Busca e Salvamento da
Força Aérea.
“O
ministro da Administração Interna determinou ainda à ANPC que, em
articulação direta com a Força Aérea, a NAV, a PSP, a GNR, a Comissão
Distrital de Proteção Civil do Porto e a Câmara Municipal de Valongo,
aprofunde as circunstâncias que rodearam a comunicação da ocorrência e a
mobilização de meios de socorro visando a plena caracterização dos
factos e a apresentação de propostas de correção de procedimentos e
normativos aplicáveis”, acrescenta a nota do Ministério da Administração
Interna.
O
relatório preliminar foi também enviado ao primeiro-ministro, António
Costa, e à Procuradoria-Geral da República, que já havia anunciado a
abertura de um inquérito para apurar as circunstâncias do acidente.
A
queda do helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM),
no sábado, em Valongo (distrito do Porto) provocou a morte a quatro
pessoas – dois pilotos, um médico e uma enfermeira.
A
aeronave em causa é uma Agusta A109S, operada pela empresa Babcock, e
regressava à sua base, em Macedo de Cavaleiros, Bragança, após ter
realizado uma missão de emergência médica de transporte de uma doente
grave para o Hospital de Santo António, no Porto.
* Ficamos apreensivos quanto a uma possibilidade de um acidente muito mais grave e a falta de fiabilidade na actuação e gestão dos meios criados para socorrerem quem vive neste país.
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