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HOJE NO
"DINHEIRO VIVO"
"DINHEIRO VIVO"
Banco de Portugal.
Exportações complicam vida
da economia até 2021
Para o banco central, a economia só deve crescer 1,8% em 2019. O governo fez o Orçamento a contar com uma expansão de 2,2%.
O crescimento da economia portuguesa foi
revisto em baixa relativamente a este ano e o próximo e o País deve
perder fulgor até 2021, sobretudo por causa da procura externa mais
incerta e fraca, antevê o Banco de Portugal (BdP) no boletim económico
do inverno, divulgado esta terça-feira.
Em vez de crescer 2,3% (como estimava o BdP no verão), a economia deve
avançar 2,1% em 2018. O governo, no Orçamento do Estado de 2019 (OE2019)
revelado em outubro, também estava a contar com 2,3% para o ano
corrente.
No ano que vem, a revisão em baixa é
marginal (menos uma décima do que há seis meses): a economia deve
crescer assim 1,8% em vez de 1,9%. O OE2019 assenta no pressuposto de
que a atividade interna vai crescer mais (2,2%).
O Banco de Portugal também vê incertezas maiores sobre o andamento das
exportações e refere este fenómeno como o principal atrito para a retoma
da economia nos próximos três anos.
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“A economia portuguesa deverá prosseguir uma trajetória de crescimento
da atividade, embora em desaceleração, no horizonte 2018-21, em linha
com as projeções para o mesmo período publicadas para o conjunto da área
do euro pelo Banco Central Europeu (BCE).”
O produto interno bruto (PIB) deve crescer “2,1% em 2018, 1,8% em 2019,
1,7% em 2020 e 1,6% em 2021”.
“Os valores para o horizonte 2018-19 implicam um crescimento
ligeiramente inferior do PIB em 2018 e 2019 face às estimativas
divulgadas nos boletins económicos de junho e outubro, essencialmente
devido a uma revisão em baixa do crescimento das exportações, que
reflete a revisão das hipóteses relativas à evolução da procura externa e
a incorporação da informação mais recente”, diz o Banco.
“O enquadramento externo está na origem dos principais fatores de risco e
incerteza que rodeiam a atual projeção, contribuindo para riscos
descendentes para a atividade e ligeiramente ascendentes para a
inflação”, acrescenta o novo estudo.
Só para se ter uma noção, em junho, o Banco de Portugal calculava que as
exportações totais de Portugal pudessem aumentar 5,5% e 4,6% no
próximo. Já não deve ser assim: as novas contas dizem 3,6% e 3,7%,
respetivamente. Em 2019, o governo está à espera de uma expansão
superior, à volta de 4,6%.
Menos investimento em 2018, mais em 2019
Ainda segundo o BdP, a subida do
investimento fixo total (novo investimento, privado e público) será mais
fraca este ano, mas mais forte em 2019, comparando com as projeções do
verão. Deve rondar os 3,9% em 2018, acelerando para 6,6%. Há seis meses,
o BdP dizia 5,8% e 5,5%, respetivamente.
“Durante o período de recuperação iniciado em 2013, observou-se uma
recuperação da Formação Bruta de Capital Fixo empresarial [FBCF,
investimento novo] mais significativa do que as restantes componentes do
investimento e um aumento do peso das exportações no PIB com destaque
para o aumento da relevância do turismo”.
“As atuais projeções têm subjacente a continuação destas tendências,
consistentes com um perfil de crescimento mais sustentável da economia
portuguesa”, escreve o Banco governado por Carlos Costa.
Neste cenário, o desemprego desce, mas mais devagar.
“Após um
crescimento muito dinâmico em 2017, o emprego deverá retomar, em média,
no horizonte de projeção, uma evolução mais em linha com a sua relação
histórica com a atividade, o que permitirá a continuação de uma
trajetória descendente da taxa de desemprego, embora mais moderada do
que nos anos recentes. A taxa de desemprego deverá situar-se em 5,3% no
final do horizonte de projeção”.
Em 2019, a taxa de desemprego cai para 6,2% da população ativa. Aqui, o
governo até é ligeiramente menos otimista. O OE2019 está feito para um
nível de desemprego na ordem dos 6,3%.
* De há duas semanas a esta parte os principais órgãos de comunicação especializados em economia referem todos os dias dificuldades económicas para os próximos anos, curiosamente no governo impera o sorriso, estranho.
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