15/06/2017

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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Regling:
 "Espanha, Irlanda, Portugal e Chipre
.entre os campeões de crescimento"
.graças às reformas

O líder do fundo de resgate da Zona Euro atribuiu o bom desempenho económico nacional às reformas implementadas nos tempos da troika. Mecanismo Europeu defende mais prudência orçamental, uma aceleração da limpeza da banca e cautela no salário mínimo. 
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As reformas implementadas no tempo da troika estão a dar resultados em termos de crescimento económico, entende Klaus Regling, o director-geral do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), o fundo de resgate da Zona Euro, para quem os efeitos positivos do ajustamento dos últimos anos não são suficientemente reconhecidos.

A mensagem surge no relatório anual do MEE, publicado a 15 de Junho, e no qual se recomenda que Portugal aprofunde os mecanismos de boa gestão orçamental, acelere a limpeza do balanço dos bancos e acautele os efeitos negativos da subida do salário mínimo sobre a competitividade.

"Muitas vezes não é suficientemente reconhecido que os ajustamentos nas áreas orçamental e de competitividade tiveram um impacto positivo no crescimento e no emprego ao fim de algum tempo, mesmo que tenham sido dolorosos inicialmente", escreve Klaus Regling na abertura do relatório anual da instituição, acrescentando que "é particularmente gratificante ver que todos os antigos países de programa – Espanha, Irlanda, Portugal, e Chipre – estão entre os campeões de crescimento na Europa". Para o líder do fundo de resgate "isto mostra que a abordagem do MEE de providenciar solidariedade aos países da Zona Euro em troca de reformas económicas funciona".

Da análise do MEE à situação económica nacional sobressai a ideia de que o actual bom momento não deve ser dado como garantido. Os bons resultados orçamentais ainda carecem de políticas enraizadas de boa gestão, os bancos estão frágeis e o mercado de trabalho e competitividade continua a ser importantes desafios, avisa-se.

"Esforços para entrincheirar políticas orçamentais prudentes para dessa forma colocar a elevada dívida pública numa trajectória descendente devem ser fortalecidos. O sistema bancário português continua vulnerável devido à baixa rentabilidade e elevado malparado, apesar da recapitalização dos dois maiores bancos representar um desenvolvimento positivo. (…) [E] o aumento do salário mínimo suportou a despesa dos consumidores, mas o aumento dos custos laborais pode colocar em risco os ganhos de competitividade", lê-se nas páginas do relatório dedicadas a Portugal.

Face aos desafios colocado pela elevada dívida e baixo crescimento potencial, o país "deve continuar a adoptar as medidas recomendadas pelo Conselho da UE que visam promover a competitividade. [Assim como] continuar a lidar com o elevado stock de crédito malparado no balanço dos bancos", recomenda o MEE, que é maior credor do país, com um empréstimo de 26 mil milhões de euros.

* Um mar de rosas...os espinhos é que nos picam!
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