HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
Um terço do solo português comprometido
Em véspera do Dia Mundial da Combate à Desertificação e à Seca, a Quercus alerta que 32,6 % está degradado
Um
terço do território nacional está degradado, alerta a Quercus. Amanhã é
o Dia Mundial da Combate à Desertificação e à Seca (World Day to Combat
Desertification), uma data criada pelas Nações Unidas para chamar a
tenção para esta problemática e para a importância de uma terra saudável
e produtiva. Este ano, destaca a Associação, a data é assinalada com a
campanha #2017WDCD, onde destaca a importância deste recurso na produção
de alimentos e na criação de emprego local, bem como na sua capacidade
de aumentar a sustentabilidade e estabilidade, entre outras questões.
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“Em
Portugal, e segundo o Programa de Ação Nacional de Combate à
Desertificação, 32,6 % do território nacional encontra-se em
situação degradada, e 60,3% estão em condições razoáveis a boas”, refere
a Quercus. “A aridez dos solos atinge a totalidade do interior Algarvio
e do Alentejo, está a progredir para as zonas do noroeste,
tradicionalmente uma das mais pluviosas da Europa, e a aumentar nas
zonas do litoral sul e montanhas do Centro”.
Se os é verdade que
os países mais afectados e vulneráveis à desertificação são, na sua
maior parte, os mais pobres e menos desenvolvidos do Mundo, não é menos
verdade que o problema é mais abrangente e também bate á porta dos
chamados países desenvolvidos. “Na Europa, em virtude das profundas
alterações ocorridas durante as últimas décadas nas áreas rurais, os
modelos tradicionais de gestão agro-silvo-pastoril sofreram profundas
transformações e o valor económico e social da terra sofreu profundas
transformações, que em muitos casos se traduziram na degradação dos
solos e no consequente abandono da terra”.
Nas causas apontadas
para a degradação da terra em Portugal estão a utilização do solo com
culturas agrícolas intensivas de regadio, com contaminação do solo por
pesticidas e fertilizantes, erosão do solo, e alterações da paisagem; a
(re)arborização dos espaços florestais com espécies exóticas e
consequente perda de biodiversidade e esgotamento dos solos e dos
aquíferos; os incêndios recorrentes; e os problemas socioeconómicos, que
afastam as pessoas do interior.
A associação ambientalista pede
medidas e legislação no sentido de proteger os últimos exemplares e
bosquetes de Carvalhos autóctones; de obrigar a uma floresta
multifuncional e à compartimentação da floresta, de forma a quebrar a
continuidade dos povoamentos mono específicos, sejam de eucalipto ou de
pinheiro bravo; de fazer cumprir a lei na prevenção dos incêndios
florestais; de regulamentar culturas agrícolas intensivas de regadio em
zonas de montados de sobro e azinho, cujo declínio urge inverter; e de
remediar zonas de solos ameaçados ou já contaminados.
* No interior do Algarve e do Alentejo e também na Beira Interior vamos passar a ser beduínos.
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