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"OBSERVADOR"
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Catarina Martins exorta Bruxelas não a sancionar, mas a ressarcir Portugal
Porta-voz do Bloco de Esquerda disse, em Santarém, que a Comissão Europeia não tem que sancionar Portugal, mas sim "ressarcir o país pelo dano que foi causado" pelas políticas que impôs.
A porta-voz do Bloco de Esquerda disse nesta sexta-feira, em
Santarém, que a Comissão Europeia não tem que sancionar Portugal, mas
sim “ressarcir o país pelo dano que foi causado” pelas políticas que
impôs.
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Catarina Martins, que visitou a Feira Nacional da
Agricultura, em Santarém, afirmou ter “registado” do discurso com que o
Presidente da República assinalou hoje o Dia de Portugal a ideia de que é
o povo que “puxa o país”, frisando que o facto de os portugueses serem
capazes de tomar as suas próprias decisões “não é ser menos solidário
com os outros países, com os outros povos”.
“No momento em que há tanta chantagem sobre possíveis sanções
sobre o nosso país pela Comissão Europeia é o momento também de dizer
que em Portugal a política de austeridade já foi sancionada nas urnas
pelo povo português que é quem pode ou não sancionar”, afirmou.
Para
Catarina Martins, o que o país tem que discutir não é se a Comissão
Europeia vai ou não aplicar sanções mas sim “como é que se vai reparar a
vida de tanta gente que sofreu uma política de austeridade que foi
feita em nome de consolidar as contas públicas e ao fim e ao cabo só
trouxe mais problemas como a própria Comissão acaba por reconhecer”.
“A
Comissão Europeia não pode agora dizer que quer sanções para o nosso
país pelos resultados desastrosos da própria política que a Comissão
Europeia apoiou e que quis. A Comissão Europeia devia estar a pensar
como compensar o nosso país, como responder às pessoas que perderam o
emprego, perderam salário, perderam a pensão por uma política
desastrosa. A Comissão Europeia não tem que sancionar o nosso país, tem
sim é de ressarcir o nosso país pelo dano que foi causado”, declarou.
Sobre
as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, que atribuiu ao povo o papel
determinante quando o país foi posto à prova, lutando por ele, mesmo
quando as elites falharam, a líder bloquista lembrou que foi o povo que
reagiu com manifestações, cantando a “Grândola” e “o povo é quem mais
ordena”, contra as imposições da ‘troika’.
Catarina Martins
concordou ainda com a crítica às elites, afirmando que foi “a elite
económica e o poder político que alternou durante tanto tempo que faz
passar a ideia que o país é inviável e que tudo o que resta é discutir
se a banca há de ser mandada por capital angolano ou por capital
espanhol”.
“Vemos que realmente as elites falharam em muito. É
altura de dizer que no nosso país tem de o povo ter uma palavra, temos
de ser capazes de decidir sobre os nossos setores estratégicos
essenciais e decidir em nome do emprego, em nome da dignidade”, afirmou.
Sobre
a declaração da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento
Económico (OCDE) contra a aplicação de sanções a Portugal e a Espanha, a
porta-voz do BE afirmou que “quando uma coisa é muito óbvia, mesmo quem
tem posições diferentes sobre a economia acaba por dizer o mesmo”.
Catarina
Martins visitou hoje a 53.ª Feira Nacional da Agricultura/63.ª Feira do
Ribatejo, que decorre até domingo no Centro Nacional de Exposições e
Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém.
* Concordamos com Catarina Martins de princípio, mas infelizmente foram governantes legitimamente eleitos que destruíram a nossa economia e nos obrigaram a esta mendicidade ao estrangeiro. A responsabilidade é portuguesa, dos políticos, que parecem ser inimputáveis.
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