HOJE NO
"OBSERVADOR"
Estado Islâmico
novo instrumento de tortura
para mulheres
O Estado Islâmico desenvolveu um instrumento de metal que “morde” a pele das mulheres que não cumpram as regras de indumentária impostas pelo grupo terrorista no califado.
O instrumento apelidado de “mordedor”
é utilizado para ‘trincar’ a pele de mulheres que são acusadas de não
esconder completamente o corpo. As regras impõem que as mulheres usem o
véu completo, calças largas, luvas e meias e ainda que sejam
acompanhadas por um familiar homem cada vez que saem de casa. A
população que conseguiu fugir de Mosul, cidade no Norte do Iraque
ocupada pelo auto proclamado Estado Islâmico desde junho de 2014,
descreve a situação vivida como um autêntico pesadelo.
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Fugir da
cidade é difícil e perigoso. Quem consegue escapar fá-lo através da
fronteira com a Síria, de onde depois se dirigem para território curdo.
Em declarações ao The Independent
Fatima, uma mulher de 22 anos que conseguiu escapar de Mosul depois de
várias tentativas falhadas, diz que teve que escapar porque os seus
filhos estavam a passar fome e a violência do autoproclamado Estado
Islâmico tem aumentado desde o ano passado.
Em relação ao instrumento de tortura, relata que a sua irmã,
passado um mês de ter sido castigada ainda tinha cicatrizes e nódoas
negras, e descreveu as dores como sendo piores que as de um parto.
Outras testemunhas descrevem o instrumento como uma armadilha para
animais ou uma mandíbula de metal que corta a pele. Para além da
violência, Ghanem, um refugiado de 25 anos, aponta também o facto de os
soldados do Estado Islâmico se intrometerem nas vidas quotidianas das
pessoas à procura de razões para infligir punições.
As condições
de vida em Mosul têm vindo a deteriorar-se rapidamente. Na cidade,
sente-se a escassez de comida, medicamentos, combustível, água e
eletricidade. O que existe é cada vez mais caro, uma vez que o EI cortou
a rede de fornecimento com a Turquia e a Síria.
Os ataques aéreos às
zonas de armazenamento de barris de petróleo para exportação e a queda
dos preços do crude abalaram a economia do califado. Embora o governo
continue a pagar aos funcionários públicos em Mosul, mesmo depois de o
território ter sido tomado pelo EI, há muito que o dinheiro deixou de
entrar e os salários não chegam, uma vez que a inflação fez com que os
preços aumentassem para 5 vezes mais o seu valor original.
O
califado no Mosul tem sido alvo de ataques por parte de vários
exércitos, como o iraquiano, sírio e curdo. Nenhum destes exércitos é
grande, mas contam com o apoio dos EUA e da Rússia, o que dificulta a
retaliação por parte do EI. No entanto, o grupo usa a sua experiência em
guerrilha, atacando estradas essenciais, como a que liga Homs a Alepo,
que o grupo cortou esta semana. Ainda assim, o grupo terrorista tem
vindo a mostrar sinais de crescente corrupção e desorganização, que
colocam em causa a aplicação das suas próprias regras.
* Como é possível tanta selvajaria.
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