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Segurança Social já perdeu mais de 150
. milhões com a Portugal Telecom
. milhões com a Portugal Telecom
Tribunal de Contas arrasa gestão do Fundo de Estabilização da Segurança Social. Não há “decisões capazes de minimizar perdas”
Os
investimentos em produtos financeiros da Segurança Social provocaram
repreensões do Tribunal de Contas (TdC). No parecer sobre a Conta Geral
do Estado de 2014, o organismo de fiscalização calcula que só as ações
da Portugal Telecom, detidas pelo Fundo de Estabilização Financeira da
Segurança Social (FEFSS), tenham gerado perdas de 152 milhões de euros
desde 2010, sem que tenham sido tomadas medidas para minimizar os
prejuízos.
O FEFSS é uma almofada financeira do Estado financiada pelos
descontos dos trabalhadores. Numa lógica de diversificação, esse
dinheiro da Segurança Social é aplicado em produtos financeiros como
ações ou títulos de dívida. O objetivo é, em caso de sufoco financeiro,
haver recursos para pagar pensões.
O valor do fundo aumentou 15,4% em 2014, atingindo 13,5 mil milhões
de euros – cerca de 7,8% do PIB, o suficiente para suportar pensões
durante quase 14 meses. Apesar de estes indicadores revelarem melhorias
face ao ano anterior, o TdC indica que o valor do fundo está “ainda
abaixo do objetivo subjacente à sua criação – assegurar o pagamento de
pensões durante 24 meses – e aponta insuficiências na gestão da
carteira.
No final de 2014, cerca de 75% da carteira do fundo estava aplicada
em dívida pública do Estado português. Para o TdC, “este cenário afasta
qualquer aplicação razoável do princípio da diversificação, incorporando
um risco que não encontra tradução na volatilidade dos ativos”.
Para compensar o investimento em dívida pública portuguesa, houve uma
redução de 46% na dívida pública estrangeira detida pelo fundo. Também o
valor do aplicado em ações diminuiu 19,4%.
Menos valias substanciais
Embora o FEFSS compare
favoravelmente com os fundos de poupança reforma nacionais e com outros
fundos internacionais, o TdC sublinha que o facto de ter três quartos da
carteira aplicada em títulos de dívida pública portuguesa, cuja
rendibilidade foi de 17,9%, “impossibilita qualquer análise relativa
credível” de comparação.
Por outro lado, o parecer sobre a Conta Geral do Estado aponta que a
“permanência na carteira de componentes que não dispõem de gestão ativa
tem gerado menos valias substanciais, que surgem dissolvidas no
desempenho global, sem que se conheça a estratégia de gestão e sejam
sujeitas a um comparativo de desempenho”.
Um dos ativos que mais críticas merece é o da Portugal Telecom. O
fundo tem uma reserva estratégica, constituída por participações de
longo prazo que representem interesses estratégicos do Estado Português
ou tenham um perfil temporal mais longo e uma expectativa de
rendibilidade superior.
Esta reserva estratégica reunia participações como a da Portugal
Telecom e da Zon Multimédia – entretanto alienada –, que resultaram de
um pagamento em espécie do Estado à Segurança Social. A Finpro também
faz parte desta reserva.
Só no que diz respeito à PT, o tribunal calcula que as perdas com
estas ações tenham atingido 152 milhões de euros desde 2010. No final
desse ano, a participação da Segurança Social estava avaliada em 169,8
milhões de euros. No final de 2014, só valia 17,5 milhões.
Perdas sucessivas
O TdC frisa ainda que a reserva
estratégica “está reduzida a 9,6% do valor de 2010, não existindo
qualquer explicação (da entidade gestora e ou da tutela) para a
manutenção de investimentos que geram perdas sucessivas”.
Apesar de não terem sido feitas alterações na carteira da reserva, o
seu valor caiu 72,9% em 2014, para 20,1 milhões de euros. A participação
na PT desvalorizou quase 73% só nesse ano, e a da Finpro caiu 73,3%,
para 2,7 milhões de euros. “Desde 2010, o FEFSS perdeu 170,7 milhões
naquelas duas participações, sem que tenham sido tomadas decisões
capazes de minimizar perdas e proteger o património do Fundo”, apontam
os juízes do TdC.
A desvalorização da PT reflete essencialmente a descida da cotação do
título na bolsa: passou de 3,16 euros em 2013 para 0,864 euros em 2014,
no seguimento do incumprimento do reembolso da Rio Forte, a empresa do
Grupo Espírito Santo.
Como os negócios da Portugal Telecom – entretanto transformada em
Pharol– dependem quase exclusivamente da brasileira Oi, fruto da fusão
entre as duas empresas, o valor em bolsa evolui muito dessa
participação, que “se revelou extremamente negativa no ano de 2014, de
-75%”.
Entretanto, as perdas identificadas pelo TdC intensificaram-se este
ano. A Pharol já acumula perdas em bolsa de 70%, o que deverá levar a
prejuízos adicionais na Segurança Social.
* Agradeçamos esta situação aos srs. Granadeiro, Bava e Ricardo Salgado e por último, pela sua prestimosa incompetêncoa, ao sr. ex-mimistro Mota da lambreta.
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